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95. Seu fervor quando rezava o ofício

Texto Original

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1 Nam licet per multos annos haberet infirmitatem maximam stomachi, splenis et epatis, et infirmitatem oculorum, in tantum erat devotus et cum tanta reverentia orabat, quod tempore orationis nolebat adherere muro vel parieti, 
2 sed stabat semper et sine caputio in capite, et aliquando super genua, maxime cum pro maiori parte diei et noctis orationi vacaret. 
3 Immo, quando ibat per mundum pedes, semper figebat gradum ad dicendum horas suas; 
4 si vero equitaret, quia semper erat infirmitius, et ipse descendebat ad dicendum horas suas. 
5 Unde quodam tempore, cum reverteretur ab Urbe, quando scilicet stetit apud dominum Leonem per aliquot dies, illa die qua exivit ab Urbe per totum diem pluit; 
6 et quia erat tunc valde infirmitius, equitabat; 
7 sed ad dicendum horas suas descendit de equo, stans iuxta viam, licet plueret et esset totus balneatus.
8 Et ait: “Si cum pace et quiete vult comedere corpus cibum suum, qui cum corpore pariter fit esca vermium, cum quanta pace et quiete deberet anima recipere cibum suum, qui est ipse Deus!”.

Texto Traduzido

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1 Pois, apesar de ter tido por muitos anos a maior doença do estômago, do baço e do fígado, e a enfermidade dos olhos, era tão devoto e rezava com tanta reverência, que na hora da oração não queria encostar-se ao muro ou à parede, 
2 mas ficava sempre sem capuz na cabeça e algumas vezes de joelhos, principalmente quando se entregava à oração na maior parte do dia e da noite. 
3 Até mais: quando ia a pé pelo mundo, sempre parava de andar para rezar suas horas; 
4 mas se estivesse cavalgando, porque sempre estava meio doente, desmontava para dizer suas horas. 
5 Por isso, certa ocasião, quando estava voltando de Roma, quando esteve na casa do senhor Leão por alguns dias, no dia em que saiu de Roma, choveu o dia inteiro. 
6 E como estava muito doente, ia a cavalo. 
7 Mas para dizer as suas horas, desceu do cavalo, ficando em pé ao lado da estrada, apesar da chuva e de ter ficado todo molhado. 
8 E disse: “Se o corpo quer comer em paz e com sossego, a sua comida, que acaba sendo pasto dos vermes, com quanta paz e sossego deveria a alma receber sua comida, que é o próprio Deus!”.