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14. Instruções para as moradas dos frades

Texto Original

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1 Unde quodam tempore, cum esset apud Senas pro infirmitate oculorum et maneret in cella, ubi post mortem eius oratorium pro ipsius reverentia fuit hedificatum, dixit ad eum dominus Bonaventura, qui [terram] dederat fratribus, ubi locus fratrum fuit hedificatus: “Quid tibi videtur de loco isto?”. 
2 Respondit ei beatus Franciscus: “Vis ut dicam tibi quomodo loca fratrum deberent hedificari?”. Respondit ei: “Pater, volo”. 
3 Et ait ei: “Cum fratres vadunt ad aliquam civitatem, ubi locum non habent, et inveniunt aliquem, qui vult eis dare tantam terram, ubi valeant locum hedificare et habere ortum et que necessaria sunt eis, ipsi primo debent considerare quanta terra sufficiat eis, 
4 semper considerantes sanctam paupertatem, quam promisimus et bonum exemplum, quod tenemur aliis in omnibus exhibere”. 
5 Hoc autem dicebat sanctus pater, quia nulla occasione volebat, ut fratres in domibus, vel ecclesiis, in ortis vel aliis rebus, quibus utebantur, modum excederem paupertatis nec aliqua loca iure proprietatis possiderent, sed in eis semper tamquam peregrini et advene (cfr. 1Pet 2,11) morarentur. 
6 Et propterea volebat ut fratres non in multa quantitate per loca collocari deberent, quia sibi difficile videbatur in multa quantitate paupertatem servari. 
7 Et hec fuit voluntas eius ab initio sue conversionis et ultimo in morte eius, ut sancta paupertas penitus observaretur.

Texto Traduzido

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1 Por isso, em certa ocasião, quando estava em Sena por causa da doença nos olhos e morasse numa cela, onde depois de sua morte foi edificado um oratório para reverenciá-lo, disse-lhe o senhor Boaventura, que dera a terra aos frades, onde fora edificado o lugar dos frades: “Que te parece deste lugar?”. 
2 O bem-aventurado Francisco respondeu-lhe: “Queres que te diga como os lugares dos frades deveriam ser construídos?”. Ele respondeu: -- “Quero, pai”. 
3 Disse-lhe: “Quando os frades vão a alguma cidade, onde não têm um lugar, e encontram alguém que lhes queira dar tanta terra que possam edificar um lugar e ter uma morada e o que lhes for necessário, primeiro eles têm que considerar quanta terra lhes basta, 
4 sempre levando em conta a santa pobreza que prometemos e o exemplo que devemos dar aos outros em tudo”. 
5 O santo pai dizia isso porque não queria, em ocasião alguma, que os frades, nas casas, igrejas, hortas ou outras coisas que usavam excedessem o modo da pobreza nem possuíssem algum lugar com direito de propriedade, mas sempre morassem nelas como peregrinos e forasteiros. 
6 Por isso queria que os frades não fossem colocados em grande número nos diversos lugares, porque lhe parecia difícil observar a pobreza em quantidades grandes. 
7 E essa foi a sua vontade desde o começo de sua conversão e até o fim na sua morte, que a santa pobreza fosse absolutamente observada.