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Capítulo 52

Texto Original

Caput LII

Qualiter fratrem de quodam paupere obloquentem correxit.

 

85 
1 Alia suae praedicationis die quidam pauperculus et infirmus venit ad locum. 
2 Cuius duplex incommodum miseratus, inopiam scilicet et languorem, coepit cum socio de paupertate habere sermonem. 
3 Cumque patienti compatiens iam in affectum cordis illius transisset (cfr. Ps 72,7), dixit socius sancti ad eum: “Frater, verum est ipsum pauperem esse, sed forsitan in tota provincia non est ditior voluntate”. 
4 Increpat eum illico sanctus, et culpam dicenti se dixit: “Festina cito, et exue te (cfr. Is 5,19; Bar 5,1) tunicam tuam, et ad pauperis pedes proiectus culpabilem te proclama! 
5 Nec solum veniam poscas, immo eius orationem efflagita!”. 
6 Paruit et ivit satisfacere et rediit. 
7 Cui dixit sanctus: “Cum pauperem vides, o frater, speculum tibi proponitur Domini et pauperis Matris eius. 
8 In infirmis similiter, infirmitates quas pro nobis (Mat 8,17; Is 53,4) assumpsit, considera!”. 
9 Eia, semper myrrhae fasciculus commorabatur (cfr. Cant 1,12) Francisco, semper respicit in faciem Christi (cfr. Ps 83,10) sui, semper virum dolorum et scientem infirmitates (cfr. Is 53,3) attrectat.

Texto Traduzido

Caput LII

Como corrigiu um frade que estava falando de um pobre.

 

85 
1 Num outro dia de sua pregação, chegou ao lugar um pobrezinho doente. 
2 Compadecido por seu duplo sofrimento, a miséria e a dor, começou a conversar com um companheiro sobre a pobreza. 
3 E quando sua compaixão com o sofredor já se tinha transformado em ternura do coração, disse-lhe o companheiro: “Irmão, é verdade que esse aí é pobre, mas talvez não haja outro mais rico em desejo, em toda esta região”. 
4 O santo repreendeu-o na hora e, quando confessou sua culpa, disse-lhe: “Anda depressa e despe o teu hábito, ajoelha-te aos pés do pobre e confessa a tua culpa! 
5 Não peças apenas o perdão, roga também que reze por ti!” 
6 O irmão obedeceu, fez o que tinha sido mandado e voltou. 
7 Disse-lhe o santo: “Quando vês um pobre, meu irmão, tens à frente um espelho do Senhor e de sua pobre Mãe. 
8 E da mesma maneira, nos doentes deves ver as enfermidades que ele assumiu por nossa causa!” 
9 Francisco tinha sempre o “ramalhete de mirra” (cfr. Ct 1,12) em seu coração. Estava sempre olhando para o rosto do seu Cristo (cfr. Sl 83,10), sempre agarrava-se ao homem das dores, que conhece as enfermidades ( cfr. Is 53,3).