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Regra não Bulada - 9

Texto Original

Regra não Bulada - 9

DE PETENDA ELEEMOSYNA

1 Omnes fratres studeant sequi humilitatem et paupertatem Do-mini nostri Jesu Christi et recordentur, quod nihil aliud oportet nos habere de toto mundo, nisi sicut dicit apostolus, habentes ali-menta et quibus tegamur, his contenti sumus (cfr. 1 Tim 6,8).

2 Et debent gaudere, quando conver-santur inter viles et despectas personas, inter pauperes et debiles et infirmos et leprosos et iuxta viam mendicantes.

3 Et cum necesse fuerit, vadant pro eleemosynis.

4 Et non verecundentur et magis recordentur, quia Dominus noster Jesus Christus, Filius Dei vivi (Joa 11,27) omnipotentis, posuit faciem suam ut petram durissimam (Is 50,7), nec verecundatus fuit;

5 et fuit pauper et hospes et vixit de eleemosynis ipse et beata Virgo et discipuli eius.

6 Et quando facerent eis homines verecundiam et nollent eis dare eleemosynam, referant inde gratias Deo; quia de verecundiis recipient magnum honorem ante tribunal Domini nostri Jesu Christi.

7 Et sciant, quod verecundia non pa-tientibus, sed inferentibus imputatur.

8 Et eleemosyna est hereditas et iustitia, quae debetur pauperibus, quam nobis acquisivit Dominus noster Jesus Christus.

9 Et fratres qui eam acquirendo laborant, magnam mercedem habebunt et faciunt lucrari et acquirere tribuentes; quia omnia quae relinquent homines in mundo peribunt, sed de caritate et de eleemosynis, quas fecerunt, habebunt praemium a Domino.

10 Et secure manifestet unus alteri necessitatem suam, ut sibi necessaria inveniat et ministret.

11 Et quilibet diligat et nutriat fratrem suum, sicut mater diligit et nutrit filium suum (cfr. 1Thes 2, 7), in quibus ei Deus gratiam largietur.

12 Et “qui non manducat, manducantem non iudicet" (Rom 14, 3b).

13 Et quandocumque necessitas supervenerit, liceat universis fratribus, ubicumque fuerint, uti omnibus cibis, quos possunt homines manducare, sicut Dominus dicit de David, qui comedit panes propositionis (cfr. Mt 12,4), quos non licebat manducare nisi sacerdotibus (Mc 2,26).

14 Et recordentur, quod dicit Dominus: Attendite autem vobis ne forte graventur corda vestra in crapula et ebrietate et curis huius vitae et superveniat in vobis repentina dies illa;

15 tamquam enim laqueus superveniet in omnes, qui sedent super faciem orbis terrae (cfr. Lc 21,34-35).

16 Similiter etiam tempore manifestae necessitatis faciant omnes fratres de eorum necessariis, sicut eis Dominus gratiam largietur, quia necessitas non habet legem.

Texto Traduzido

Regra não Bulada - 9

DO PEDIR ESMOLAS

1 Todos os frades se empenhem em seguir a humildade e a pobreza de nosso Senhor Jesus Cristo e lembrem que não convém termos mais nada do mundo inteiro, senão, como diz o apóstolo, tendo alimentos e com que nos cobrir, com isso estamos contentes (cfr. 1Tm 6,8).

2 E devem alegrar-se quando convivem com pessoas vis e desprezadas, com pobres e fracos e doentes e leprosos e os que mendigam à beira da estrada.

3 E quando for necessário vão pela esmola.

4 E não se envergonhem, antes lembrem que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus vivo (Jo 11,27) onipotente, pôs sua face como uma pedra duríssima (Is 50,7), e não se envergonhou;

5 e foi pobre e hóspede e viveu de esmolas, ele e a bem-aventurada Virgem e os seus discípulos.

6 E quando as pessoas os envergonharem e não quiserem dar-lhes esmola, dêem por tudo isso graças a Deus; porque pela vergonha vão receber grande honra diante do tribunal de nosso Senhor Jesus Cristo.

7 E saibam que a vergonha não se imputa aos que a sofrem mas aos que a causam.

8 E a esmola é a herança e justiça que se deve aos pobres, e foi adquirida para nós por nosso Senhor Jesus Cristo.

9 E os frades que trabalham para adquiri-la terão uma grande recompensa e fazem ganhá-la e adquiri-la os que a dão; porque tudo que os homens vão deixar no mundo vai perecer, mas pela caridade e as esmolas que fizeram terão prêmio da parte do Senhor.

10 E com segurança manifeste um ao outro sua necessidade, para que encontre o que lhe é necessário e o sirva.

11 E cada um ame e nutra seu irmão, como a mãe ama e nutre seu filho (cfr. 1Ts 2,7), naquilo em que Deus lhe der a graça.

12 E "o que não come, não julgue o que come" (Rm 14,3).

13 E quando quer que sobrevenha a necessidade, seja lícito a todos os frades, onde quer que estejam, usar todos os alimentos que as pessoas podem comer, como diz o Senhor de Daví, que comeu os pães da proposição (cfr. Mt 12,4), que não era lícito comer senão aos sacerdotes (Mc 2,26).

14 E lembrem o que diz o Senhor: Guardai-vos de que por acaso se sobrecarreguem os vossos corações na crápula e na bebedeira e nos cuidados desta vida e sobrevenha de repente para vós aquele dia;

15 pois sobrevirá como um laço para todos os que habitam sobre a face do orbe da terra (cfr. Lc 21,34-35).

16 Semelhantemente, também em tempo de manifesta necessidade façam todos os frades o que lhes for necessário, como Deus lhes der a graça, porque a necessidade não tem lei.