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Capítulo 152

Texto Original

Caput CLII

De devotione ad Corpus Domini.

 

201 
1 Flagrabat erga sacramentum Dominici Corporis fervore omnium medullarum, stupori permaximo habens caram illam dignationem et dignantissimam caritatem. 
2 Missam vel unicam non audire quotidie, si vacaret, non parvum reputabat contemptum. Saepe communicabat, et tam devote, ut alios devotos efficeret. 
3 Reverendum enim illud omni reverentia prosequens, membrorum omnium sacrificium offerebat, et agnum immolatum (cfr. 1Pet 1,19) recipiens, illo igne qui in altari cordis semper ardebat (cfr. Lev 6,12; Sir 23,22), spiritum immolabat. 
4 Diligebat propterea Franciam ut amicam Corporis Domini, atque in ea mori propter sacrorum reverentiam cupiebat. 
5 Voluit quandoque mittere fratres per mundum (cfr. Ioa 3,16) cum pretiosis pixidibus, ut ubicumque indecenter locatum pretium redemptionis adverterent, optimo reconderent loco. 
6 Sacerdotalibus manibus, quibus de ipso conficiendo tam divina collata auctoritas est, magnam volebat reverentiam exhiberi. 
7 Frequenter dicebat: “Si sancto cuiquam de caelo venienti (cfr. Ioa 3,31) et pauperculo alicui sacerdoti simul me contingeret obviare, praevenirem honore (cfr. Rom 12,10) presbyterum, et ad manus eius deosculandas citius me conferrem. 
8 Dicerem enim: “Oi! Exspecta, sante Laurenti! quia manus huius Verbum vitae contrectant (cfr. 1Ioa 1,1), et ultra humanum aliquid possident!”.

Texto Traduzido

Caput CLII

Sobre a devoção ao Corpo do Senhor.

 

201 
1 Ardia com o fervor do mais profundo de todo o seu ser para com o sacramento do Corpo do Senhor, pois ficava absolutamente estupefato diante de tão amável condescendência e de tão digna caridade. 
2 Achava que era um desprezo muito grande não assistir pelo menos a uma missa cada dia, se pudesse. Comungava com frequência e com tamanha devoção que tornava devotos também os outros. 
3 Como tinha toda reverência para com aquilo que se deve reverenciar, oferecia o sacrifício de todos os seus membros e, ao receber o Cordeiro imolado, imolava o seu espírito com aquele fogo que sempre ardia no altar de seu coração. 
4 Por isso amava a França como amiga do Corpo do Senhor, e nela desejava morrer por seu amor aos sagrados mistérios. 
5 Certa ocasião quis mandar os frades pelo mundo com preciosas âmbulas para guardarem o preço de nossa redenção no melhor lugar, onde quer que o encontrassem guardado de maneira menos digna. 
6 Queria que se tivesse a maior reverência para com as mãos sacerdotais, pelo poder divino que lhes foi conferido para a confecção do santo sacramento. 
7 Dizia frequentemente: “Se e acontecesse de encontrar ao mesmo tempo um santo vindo do céu e um sacerdote pobrezinho, prestaria honra primeiro ao presbítero, e me apressaria a beijar as suas mãos. 
8 Até diria: ‘Oi! Espera, São Lourenço, porque as mãos deste homem tocam a Palavra da vida e têm algo de sobre-humano’“.