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Capítulo 99

Texto Original

Caput XCIX

Quod pia fraude quidam illa inspexit.

 

137 
1 Cum Senis moraretur vir Dei (cfr. Iudc 13,6), accidit venire illuc fratrem quemdam de Brixia, qui multum affectans videre stigmata sancti patris, ut id queat a fratre Pacifico instante deposcit. 
2 Et ille: “Recessurus”, inquit, “a loco, petam ab eo deosculandas manus, quas cum dederit, annuam tibi oculis (cfr. Prov 10,10) et videbis”. 
3 Parati ad recessum vadunt ambo ad sanctum, flexisque genibus (cfr. Eph 3,14), dicit Pacificus sancto Francisco: “Benedic nobis, mater carissima, et manum mihi ad osculandum praebe!”. 
4 Osculatur non libenter porrectam, et videndam innuit fratri. 
5 Petens et aliam, osculatur, et monstrat eidem. 
6 Discedentibus illis, suspicatus est pater sanctam ibi fraudem fuisse, quae fuerat. 
7 Et piam curiositatem impiam iudicans, revocato statim fratre Pacifico, dicit ei: “Indulgeat tibi Dominus, frater, quoniam tribulationem multam (cfr. 2Cor 2,4) facis mihi aliquando”. 
8 Prosternit se (cfr. Iudt 9,1) Pacificus statim et humiliter interrogat dicens (cfr. Mat 22,2.4): “Qualem tribulationem tibi feci, carissima mater?”. 
9 Nihil autem respondente beato Francisco, silentio terminatur eventus.

Texto Traduzido

Caput XCIX

Que por um piedoso engano, alguém os espiou.

 

137 
1 Quando o homem de Deus morava em Sena, apareceu por lá um frade de Bréscia, que queria muito ver as chagas do santo pai e pediu insistentemente a Frei Pacífico que lhe desse oportunidade. 
2 Ele respondeu: “Quando estiver para sair, vou pedir suas mãos para beijar. Quando ele as apresentar eu te farei um sinal com os olhos e verás”. 
3 Preparados para sair, foram ter com o santo, ajoelharam-se e Frei Pacífico disse a São Francisco: “Abençoa-nos, mãe caríssima, e dá-me a mão para beijar”. 
4 Beijou a mão que não lhe foi estendida de boa vontade, e mostrou-a ao frade. 
5 Pediu a outra, beijou-a e também a mostrou. 
6 Quando eles saíram, o pai desconfiou de que tinha caído numa santa fraude, como de fato acontecera. 
7 Julgando irreverente aquela piedosa curiosidade, mandou logo chamar Frei Pacífico e lhe disse: “Que Deus te perdoe, irmão, porque às vezes me dás um grande aborrecimento”. 
8 Frei Pacífico se prostrou imediatamente e perguntou, dizendo com humildade: “Que aborrecimento te causei, mãe caríssima?” O bem-aventurado Francisco não respondeu e o incidente acabou por aí.