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Capítulo 129

Texto Original

Caput CXXIX

De phasiano.

 

170 
1 Nobilis quidam de comitatu Senensi beato Francisco infirmanti phasianum unum transmisit. 
2 Qui cum alacriter illum susciperet, non appetitu edendi sed more quo in talibus laetari semper solebat ob Creatoris amorem, dixit ad phasianum: “Laudatus sit Creator noster, frater phasiane!”. 
3 Et ait ad fratres: “Tentemus iam nunc, si frater phasianus velit nobiscum morari, an ad loca solita et magis sibi congrua pergere”. 
4 Et portans eum quidam frater de sancti mandato, longe illum in vinea posuit. Qui statim concito gressu ad cellam reversus est patris. 
5 Iterum eum longius poni praecepit; qui pernicitate maxima ad cellae ostium rediit, et quasi vim faciens sub tunicas fratrum qui erant in ostio introivit. 
6 Iussit proinde illum sanctus diligenter nutriri, amplexans illum et dulcibus verbis demulcens. 
7 Videns hoc medicus quidam sancto Dei (cfr. Luc 4,34) satis devotus, petiit illum a fratribus, nolens eum comedere, sed illum ob reverentiam sancti nutrire. 
8 Quid plura? Detulit eum secum ad domum; sed quasi iniuriam passus, disiunctus phasianus a sancto, donec sine eius praesentia fuit, manducare penitus noluit. 
9 Obstupefactus est medicus, et ad sanctum statim phasianum reportans, quae acciderant per ordinem cuncta (cfr. Est 15,9) narravit. 
10 Mox ut in terra positus, patrem suum phasianus inspexit, proiecta tristitia, manducare cum gaudio coepit.

Texto Traduzido

Caput CXXIX

Sobre o faisão.

 

170 
1 Um nobre do condado de Sena mandou levar um faisão a São Francisco, que estava doente. 
2 Este o recebeu alegremente, não pela vontade de comê-lo mas pela alegria que sempre o levava nessas ocasiões ao amor do Criador, e disse ao faisão: “Louvado seja o nosso Criador, irmão faisão!” 
3 Depois voltou-se para os frades: “Vamos ver, irmãos, se o irmão faisão prefere morar conosco ou ir para os lugares de costume, que são mais convenientes para ele”. 
4 Por ordem do santo, um frade foi levá-lo bem longe, deixando-o em uma vinha. Ele voltou imediatamente com passo apressado para a cela do santo. 
5 Este mandou que o levassem mais longe ainda. O pássaro, com a maior teimosia, voltou para a porta da cela e, mesmo tendo que fazer força por entre os hábitos dos frades que estavam na porta, entrou. 
6 Então o santo mandou que cuidassem de alimentá-lo, abraçando-o e conversando carinhosamente com ele. 
7 Um médico que era devoto do santo de Deus, quando viu isso, pediu o faisão aos frades, não para comê-lo, mas desejando criá-lo por reverência ao santo. 
8 Levou-o consigo para casa, mas o faisão, como que ofendido por ter sido afastado do santo, não quis saber de comer enquanto não gozou de sua presença.
9 Maravilhado, o médico levou o faisão de volta ao santo e contou tudo que tinha acontecido. 
10 Logo que foi posto no chão, ele olhou para o pai, esqueceu a tristeza e começou a comer com satisfação.