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Moradores de Flores da Cunha preparam a 27ª Romaria Vocacional Frei Salvador

01/06/2015 - 11h50
Programação estende-se de 1º a 4 de junho e contempla tríduo, Romaria, distribuição de mudas e sementes e confecção dos tapetes coloridos

Um grupo de 14 casais estão envolvidos na preparação da 27ª Romaria Frei Salvador, que acontecerá no dia 04 de junho, dia de Corpus Christi, em Flores da Cunha (RS). A programação inicia com o tríduo e estende-se até a confecção de tapetes, romaria, celebração, benção e distribuição de mudas e sementes.

O tríduo será realizado no Eremitério Frei Salvador, às 19h30min, com temas de reflexão que definem a sua trajetória de vida:

01/06 – Segunda-feira: - Celebração Eucarística

   Tema: Devoção ao Santíssimo - "Ele já estava lá".

02/6 - Terça-feira - Celebração Eucarística

   Tema: Caridade Fraterna alternativa: Devoção a Maria-terço.

03/6 - Quarta-feira - Celebração Eucarística.

   Tema: Santificação do trabalho - Oração e trabalho.

Durante todo o dia serão confeccionados os tapetes, ao redor da Praça Bandeira - no centro, pelas comunidades, prefeitura e diversas entidades civis.

 

No dia 04 a programação inicia às 9h30min, com a realização da missa em frente à igreja matriz, procissão de Corpus Christi e bênção ao Santíssimo Sacramento. Os participantes poderão conferir a beleza dos tradicionais tapetes coloridos de serragem, confeccionados a partir da temática da Eucaristia e, ao meio-dia, participar do almoço partilhado (cada romeiro deve levar um prato de salgados\doces ou sucos), no salão paroquial. Às 13h30min, inicia a caminhada até o Eremitério Frei Salvador, em torno de dois quilômetros do centro da cidade. Na ocasião, o provincial dos capuchinhos, frei Cleonir Dalbosco, celebrará a missa e bênção da saúde, dos pães, das mudas de hortaliças e de sementes, que serão distribuídas aos romeiros, gesto que recorda uma das principais práticas comunitárias de Frei Salvador. Os organizadores estimam que o público supere os oito mil do ano passado, visto que a participação tem aumentado a cada edição, devido ao constante reconhecimento da santidade de Frei Salvador, considerado hoje, Servo de Deus.

 

A Romaria ocorre nesta data tão expressiva para a Igreja Católica por três razões: Por ser o Frei Salvador excepcional devoto da Eucaristia, por ter morrido na véspera dessa festa e por ter sido o primeiro Ministro Extraordinário da Eucaristia da Paróquia de Flores da Cunha, nomeado em 1970.

A Romaria começou em 1989, 17 anos após a morte de Frei Salvador. No início, a caminhada ocorria da igreja matriz até o cemitério, onde na época estava sepultado os restos mortais. Dois anos depois, o trajeto foi estendido até o Eremitério Frei Salvador. Neste local, em meio à natureza, Frei Salvador costumava rezar todos os dias diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima. Nos últimos anos, o local recebeu várias melhorias, entre elas, a cobertura da estátua de Nossa Senhora, a escadaria e a construção da igreja, totalmente em pedra. Todo segundo domingo do mês, às 15 horas, é celebrada uma missa no local.

 

Quem foi Frei Salvador?

Hermínio Pinzetta, nasceu em 29 de julho de 1911, natural de Evangelista, município de Casca (RS), era filho de pais agricultores e teve 12 irmãos. Desde criança foi um cristão exemplar, rezava, participava das missas todos os domingos e trabalhava na roça. Aos 32 anos, o pároco da sua comunidade, por avaliar que o rapaz tinha vocação religiosa sugeriu que entrasse para o Seminário dos Freis Capuchinhos, em Marau.

Teve passagens breves por Flores da Cunha e Garibaldi, retornando já como Leigo Professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos para o Convento de Flores da Cunha, em 1948, onde permaneceu até o fim da vida, em 31 de maio de 1972.

Levava uma vida humilde e tinha como principais características a fé, caridade, oração e trabalho.  Especialmente pelo trabalho, tornou-se conhecido pelos moradores da terra do galo. Era comum que distribuísse sementes e mudas para os vizinhos e conhecidos da cidade.

No interior, era aguardado com expectativa na época da colheita da uva, pois costumava passar na colônia com uma carreta para apanhar uvas para a produção do vinho, que ele próprio ajudava a produzir, para ser consumido nas missas.

Outra coisa que deixava Frei Salvador muito feliz era a possibilidade de levar a Eucaristia aos doentes em suas casas e no hospital local. Ele foi o 1º Ministro Extraordinário da Eucaristia da Paróquia de Flores da Cunha, mandato concedido pelo bispo diocesano, Dom Benedito Zorzi, em 1970.

Basta circular pelas ruas e interior de Flores da Cunha e região, para ouvir histórias de Frei Salvador, seja de quem tenha convivido com ele, pessoas que cresceram ouvindo falar de suas virtudes e, outras tantas, que relatam terem recorrido a ele num momento difícil de suas vidas em busca de um milagre, especialmente os ligados às doenças graves.

 

Processo de beatificação

Os trabalhos iniciaram ainda 1977, durante uma visita do ministro geral do Capuchinhos, Frei Pascoal Riwalski ao município, quando ouviu diversos relatos das graças alcançadas, atribuídas ao Frei Salvador. A primeira parte do processo, reunido em 06 grandes livros, foi entregue em 2012 pelo postulador da Causa, dom Ângelo Domingos Salvador, à Congregação para a Causa dos Santos, e já validado pelo Vaticano. “Isso significa que não é preciso acrescentar nada. Que está tudo correto”, afirma dom Ângelo.

O próximo passo, conforme o postulador, é a fase romana. “Trata-se da elaboração e aprovação do relatório (Positio)”. Para isso foi nomeado como relator frei Vincenzo Criscuollo, um capuchinho. Três trabalhos são necessários para a elaboração do relatório: um rascunho das testemunhas (Summarium testium), que são 53 ao todo; uma biografia documentada; e uma apresentação de toda a causa (Informatio). Para tanto, dom Ângelo foi designado ajudante de frei Vincenzo. “Já fiz o resumo das testemunhas, elaborei 70% da biografia e está faltando a apresentação de toda causa, que é a mais simples”, relata. No total, serão cerca de 500 páginas. “Espero levá-las a Roma antes do final do ano”, conclui dom Ângelo.

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Frei João Carlos Romanini (Curia Provincial)

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