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DÉCIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM – 02 DE AGOSTO

Publicado por Frei Carlos Raimundo Rockenbach | 28/07/2020 - 13:44

DÉCIMO OITAVO DOMINGO DO TEMPO COMUM – 02 DE AGOSTO

VOCAÇÃO AOS MINISTÉRIOS ORDENADOS AMADOS E CHAMADOS POR DEUS

“És precioso a meus olhos...Eu te amo” (Is 43,4)

ACOLHIDA Animador: Queridos irmãos e irmãs em Cristo: Paz e Bem. No início deste mês vocacional, que tem como lema: Amados e Chamados por Deus”, celebramos em toda a Igreja do Brasil a vocação aos ministérios ordenados, Diáconos, Padres e Bispos. Nossa prece e oração a estes que pelo batismo foram chamados para conduzir e orientar a caminhada da Igreja, a alimentar o povo com o Pão da Palavra, o Pão da Eucaristia e o Pão de cada dia. Iniciemos nossa celebração cantando.  ATO PENITENCIAL  Animador: Jesus manifesta sua profunda compaixão pelo povo. Confiantes coloquemo-nos em suas mãos misericordiosas suplicando seu perdão quando fraquejamos na vivência fiel de nossa vocação, cantando após cada súplica: Piedade, piedade, piedade de nós.  - Por não correspondermos ao amor Deus que nos chama pelo nome para participarmos do seu projeto de vida e dignidade para todos, cantemos.  - Por nossa indiferença e acomodação diante da multidão cansada e faminta à qual Jesus nos desafia a “dar-lhes de comer”, cantemos. - Por não cultivamos com esmero e alegria a nossa vocação, deixando que ela caia na rotina fazendo com que os jovens não se encantem em abraçar o chamado de Deus, cantemos.   GLÓRIA: Glorifiquemos a Deus por nossos diáconos, padres e bispos e pelos jovens que estão em processo de formação para abraçar esta vocação, cantemos.   LITURGIA DA PALAVRA  Primeira Leitura: Is 55,1-3  Segunda Leitura: Rm 8,35.37-39  Evangelho: Mt 14,13-21  REFLEXÃO - Depois de termos visto em vários domingos, através das parábolas, como é o Reino de Deus, a liturgia da Palavra deste domingo, de modo prático e direto, nos traz os meios para a concretização deste Reino: a compaixão, a partilha, a solidariedade, o compromisso com a vida. Tudo isso permeado por desafios, mas também por sinais de esperança. - Jesus recebe a notícia do assassinato de João Batista (no banquete da morte). Uma trágica notícia. Seu coração se comove, embora ele soubesse que todo aquele que trilha seu caminho está sujeito à perseguição e até à morte por causa disso. Jesus busca um lugar afastado para refletir sobre o ocorrido e também sobre a sua própria missão, que é dar a vida pela vida da humanidade. Porém, ele não consegue ficar sozinho por que a “humanidade” vai ao seu encalço. Uma multidão o segue. Essa multidão representa a multidão dos desamparados, das vítimas de um sistema opressor, figurado em Herodes e seus correligionários, mandantes da morte de João Batista. Essa multidão representa aqueles para os quais ele veio. Eles tem fome e sede de justiça e enxergam em Jesus a possibilidade de aplacar essas necessidades. Quando os vê, Jesus é tomado por um sentimento divino, a compaixão. Compaixão significa sofrer com os que sofrem, significa padecer com e como eles. São, portanto, sentimentos que desinstalam, fazem com que os que são acometidos por eles se mexam, façam alguma coisa. Quem sente na pele a dor do outro não sossega enquanto não vê solucionado o que lhe causa incômodo. Jesus envolve seus discípulos na solução do problema. É isso que ele quer também de nós: envolvimento com as suas causas, o seu projeto, com o que ele ensinou. Cristão que se acomoda numa religião de mero ritualismo, sem compromisso, não é cristão autêntico. É muito fácil “dispensar” as pessoas para que elas parem de incomodar. Por vezes, somos até capazes de sentir pena, mas pouco ou nada fazemos para mudar a situação de quem sofre. Aqui está a diferença entre pena e compaixão. A pena não nos mobiliza, não nos toca a alma e, portanto, não tomamos atitudes transformadoras, apenas meios paliativos, paternalistas e sem envolvimento com as verdadeiras causas da miséria alheia. Também, por vezes é ingenuidade, ficar esperando que as autoridades resolvam o problema da miséria, da fome, da saúde, da educação, sem o nosso envolvimento, sem o nosso compromisso, sem a nossa participação. - Jesus diz aos apóstolos e a nós: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. A provocação de Jesus faz com que eles revelem que tem ali alguma coisa: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. É pouco, mas eles tem algo. Enquanto cada um se apegar ao pouco que tem, sem partilhar, muitos passarão necessidade. “O pouco com Deus é muito”. Jesus pega este pouco e agradece a Deus. Tudo o que somos e temos é dom de Deus. Nada nesse mundo é nosso; nada nos pertence. Porque então nos apegamos tanto às nossas coisas, aos nossos bens? Antes de partilhar, aquele pouco abençoado, Jesus pede que as multidões se assentem. Assentar-se significa dar-lhes dignidade, importância, torna-los livres da servidão, da miséria, da opressão. Os escravos não podiam assentar-se. A partilha gera uma sociedade nova, um novo modo de viver onde tudo é de todos. Jesus simplesmente ensina os discípulos a partilhar e mostra que quando há verdadeira partilha a miséria e o sofrimento tem fim. - É essa também a proposta da primeira leitura. O profeta Isaías faz um convite um tanto estranho: “Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite sem nenhuma paga”. Para quem o profeta faz este convite? Para a gente que tem fome e sede de justiça, gente que passa necessidade de alimento, de água, enfim, gente que, pelos desmandos, pela opressão e pela miséria do exílio, não tem nada disso, a quem falta o essencial para viver com dignidade. Quem tem sua esperança alimentada encontra força para vencer as dificuldades e os obstáculos. A missão de todo profeta, além de enfrentar as perversidades do mundo que geram uma multidão de excluídos, é a de despertar a confiança de que Deus nunca nos abandona, que nada poderá nos separar do amor de Cristo, nos diz São Paulo, nem a tribulação, nem a angústia, nem a perseguição, nem a fome, nem a nudez, nem os perigos, nem a morte, nada neste mundo conseguirá nos impedir de agir como Cristo nos ensinou e assim obtermos a vitória. O amor de Cristo nos dá coragem, fortalecendo-nos, contra as forças da morte. PRECES: Após cada prece rezemos: Senhor da messe, atendei a nossa prece.  1- Pelos diáconos, padres e bispos para que possam continuar fieis ao chamado de Deus na condução do rebanho, nós vos pedimos:  2- Pelo Papa Francisco, pelo bispo de nossa Diocese ................., o nosso pároco...... e nossos diáconos para que na caminhada pastoral tenham sempre fé e entusiasmo conduzir o rebanho do Senhor, nós vos pedimos:  3- Pelos nossos jovens para que estejam atentos a chamado de Deus e possam responder com generosidade, nós vos pedimos:  4- Para que nossa comunidade continue rezando e apostando nas novas vocações, sendo um celeiro de vocacionados e vocacionadas para o reino de Deus, nós vos pedimos.  5- Para que sejamos sempre solidários com os necessitados, partilhando com alegria os dons e alimentos que Deus nos concede, nós vos pedimos. 6- Oração Vocacional: Jesus, mestre divino, que chamastes os apóstolos a vos seguirem, continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, pelas nossas escolas, e continuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens. Daí coragem às pessoas convidadas. Daí forças para que vos sejam fiéis como sacerdotes, como religiosos e religiosas, para o bem do povo de Deus e de toda a humanidade. Amém. OFERTÓRIO: Apresentamos o Pão e Vinho, dons o amor de Deus e frutos do trabalho humano que por meio dos seus ministros serão transformados em alimento de vida e salvação. Cantemos. COMUNHÃO: Pela partilha, Cristo alimentou a multidão faminta. Com seu Corpo e Sangue, ele nos alimenta e fortalece em nossa missão de construir um mundo mais justo e fraterno. Recebamo-lo com alegria, cantando.

Sobre o autor
Frei Carlos Raimundo Rockenbach

Frei Capuchinho da Província Sagrado Coração de Jesus, Rio Grande do Sul