Necrologia

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Frei Rafael Proner

02/10/1932
21/05/1971

02.10.1932 - Lacerdópolis/Santa Catarina
21.05.1971 - Bandeirantes/Paraná

Frei Rafael nasceu em Lacerdópolis, Santa Catarina, a 2 de outubro de 1932. Com 11 anos entrou no seminário de Barra Fria (1943). Completado o ginásio em Butiatuba, vestiu o hábito aos 15 de janeiro de 1949 e no ano seguinte fez a profissão temporária, em Butiatuba, onde também funcionava a casa de noviciado. Emitiu os votos perpétuos aos 16 de janeiro de 1954 em nossa Igreja Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, nas mãos de Frei Carlos Aristides Benetti. Terminados os estudos teológicos, recebeu a ordenação sacerdotal aos 22 de setembro de 1956 em nossa igreja Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, das mãos do arcebispo Dom Manuel da Silveira d'Elboux.

Completou o curso de Pastoral em Santo Antônio da Platina (1956). Em seguida, exerceu o cargo de secretário provincial, residindo em Ponta Grossa, na igreja Imaculada Conceição (1957). Por um ano (1958), lecionou no Seminário Santa Maria e colaborou como vice-reitor. Em Santo Antônio da Platina dedicou-se ao trabalho pastoral como vigário paroquial (1958-1960).

Aos 15 de outubro de 1960 partiu para Roma onde, na Pontifícia Universidade Gregoriana, seguiu o curso de História Eclesiástica. Após seu retorno (19.06.1962), residiu em Curitiba lecionando e atendendo a paróquia das Mercês como vigário paroquial (1963-1964).

Por dois anos (1965-1966), integrou-se na equipes dos missionários populares. Prosseguiu suas atividades em Butiatuba (1966-1968) como superior local, reitor do seminário e pároco. Transferido para Bandeirantes (24.03.1966), assumiu como pároco aquela paróquia. Nesse período foi eleito quarto definidor provincial por causa da eleição do Ministro provincial, Frei Agostinho Sartori, como bispo de Palmas.

Após ter participado de um "feedback" em Ponta Grossa, Frei Rafael faleceu tragicamente no km 178 da Rodovia do Café, quando retornava à sua paróquia de Bandeirantes no dia 21 de maio de 1971.

Quando faleceu era pároco de Bandeirantes e 4° Definidor provincial. Como pároco de Bandeirantes desencadeou os movimentos de renovação paroquial sobretudo com os casais, jovens, conquistando a precedência na própria diocese de Jacarezinho, e a admiração carinhosa do Senhor Bispo.

Caráter alegre e expansivo. Homem que soube planejar e cercarse de ótimos colaboradores leigos. Pastor que soube transmitir vida de amor e otimismo a quantos se avizinhassem dele. Sua frase predileta era: «Não digas não ao bem».

A municipalidade quis por o nome de «Frei Rafael» à então Rua Goiás. Descansa ao lado do altar do Santíssimo Sacramento na matriz de Bandeirantes.

Frei Ireneu Giacon de PÁdua

23/10/1899
22/05/1980

23.10.1899 - Pádua/Itália
22.05.1980 - Ponta Grossa/Paraná

Nasceu em Pádua (Itália), aos 23 de outubro de 1899. Entrou no seminário de Verona aos 12 de outubro de 1915. Em Bassano del Grappa iniciou o noviciado (09.02.1916), tendo emitido sua primeira profissão em Villafranca de Verona (24.02.1917) e perpétua aos 8 de dezembro de 1921 no convento de Pádua. Na igreja de Santa Maria Formosa, em Veneza, foi ordenado sacerdote aos 10 de fevereiro de 1924 pelo cardeal patriarca Dom Pedro La Fontaine.

No ano seguinte, com mais seis freis missionários, embarcou para o Brasil (17.09.1925) com o navio Duca d'Aosta. Todo o grupo missionário chegou em Jaguariaíva, então sede da missão, aos 07 de outubro de 1925.

Após dois meses de sua chegada, iniciou seu apostolado em São José da Boa Vista (1925-1927), onde visitava todas as capelas a cavalo. Após esta experiência inicial, foi chamado a Curitiba para ser assistente dos primeiros seminaristas (1927-1930), auxiliar na igreja das Mercês, assistente das associações religiosas e catequistas das crianças..

Em Jaguariaíva labutou como vigário paroquial e pároco (1931-1936), onde não faltaram as dificuldades. Diversos outros lugares viram-se beneficiados com sua presença, quase sempre como pároco: Tomazina (1937-1941; 1949-1954), Curitiba (1942-1943; superior e reitor da igreja das Mercês), Capinzal (1944-1948), Irati (1955-1964), Arapongas (1965-1972), Siqueira Campos (1973-1980), onde faleceu.

Foi um homem de Deus. Embora imerso num intenso apostolado nunca abandonou a oração e o contato com o Senhor e graças e assim, manteve-se fiel aos seus compromissos de consagrado. Foi um homem simples: não perdia um retiro, encontro, congresso, que o mantivesse em forma e atualizado. Amava a Ordem e a Província. Vibrava por nossas coisas; mas não foi escravo de tradições; pelo contrário, primava em participar de tudo o que Ihe oferecesse maior e melhor recurso de comunicação e vitalidade. Nunca envelheceu.

Aos 80 anos, quase impossibilitado de andar, mantinha sua hora radiofônica na emissora Bom Jesus, de Siqueira Campos, transmitida do seu quarto. Sua mensagem era muito apreciada, pois Frei Ireneu conhecia profundamente a alma paranaense.

Era um homem piedoso. Seus contemporâneos foram unânimes em afirmar a sua grande devoção e seu alto grau de piedade franciscana. Tinha abertura para com os avanços atuais e intensa criatividade sobretudo na liturgia que fazia questão de celebrar cercado de muita pompa e apreciável número de coroinhas.

Frei Ireneu Giacon faleceu no Hospital Bom Jesus, em Ponta Grossa, no entardecer do dia 22 de maio de 1980, após oito dias de internamento, quase sem nenhuma agonia. Em sua missa exequial no convento Bom Jesus (Ponta Grossa), além dos frades, povo de Deus e amigos, estiveram presentes três bispos: Dom Geraldo Pellanda (Ponta Grossa), Dom Pedro Fedalto (Curitia), Dom Albano Cavallin (auxiliar de Curitiba).

Sua maneira gostosa de viver permanecerá sempre presente em quantos tiveram o privilégio de o conhecer. Viveu alegre e feliz, plenamente realizado em sua vocação religiosa capuchinha sacerdotal.

Viveu 81 anos, dos quais 64 de vida religiosa e 56 de sacerdócio, e 55 em terras brasileiras. Em todo esse tempo ele se doou totalmente. Amou o povo, os confrades. Foi um dos heróicos pioneiros e fundadores desta Província que hoje se orgulha de suas virtudes e de sua santidade. Descansa na capela de Butiatuba, esperando o dia feliz da ressurreição.

Frei Sebastião Vieira dos Santos

22/03/1920
24/05/1999

22.03.1920 - Siqueira Campos/Paraná
24.05.1999 - Siqueira Campos/Paraná

Frei Sebastião nasceu aos 22.03.1920, em Siqueira Campos, PR, sendo batizado (25.03.1920) no mesmo local. Feita a primeira Comunhão (05.03.1928), recebeu o sacramento do crisma (14.05.1930) na igreja matriz de Siqueira Campos. Entrou no seminário de Butiatuba aos 02.10.1936, recebido pelo reitor Frei Tarcísio Mastena de Bovolone. Antes de entrar para o seminário, seu pai lhe dizia: "Meu filho, veja de obedecer; ao contrário, você voltará logo".

Feitos os anos ginasiais, sua vestição ocorreu aos 07.12.1939, em Butiatuba, sendo celebrante e mestre de noviços Frei Barnabé Ivo Tenani e superior provincial Frei Inácio de Ribeirão Preto. Segundo depoimento do mesmo Frei Sebastião, "no noviciado comecei sentir a cruz de Cristo pesar sobre meus ombros" porque atormentado por escrúpulos. Confessava-se assiduamente, mas o esperado alívio não chegava. Este tormento sempre o acompanhou até o final de sua vida, como ele mesmo comentou em fevereiro de 1999. No entanto, afirmou: "Tudo ofereço para a glória de Deus. Ele sabe tudo, conhece meu íntimo e isso me conforta".

Professou temporariamente no ano seguinte (08.12.1940) e emitiu os votos perpétuos em Curitiba, nas mãos de Frei Beda Toffanello aos 19.03.1945. Antes da profissão perpétua, sofreu bastante porque a mesma foi adiada temporariamente por causa de seu estado geral. Mas, "fui à igreja, ajoelhei-me e, com os olhos fitos em Nossa Senhora das Mercês, entreguei-me ao seu Filho, o que ainda continuou fazendo até hoje".

Depois de ter recebido as ordens menores e o diaconato (15.04.1946) do arcebispo de Curitiba Dom Ático Eusébio da Rocha, pelo mesmo foi ordenado sacerdote (20.09.1947) na igreja do Imaculado Coração de Maria, sendo superior provincial Frei Inácio de Ribeirão Preto. Aos 05.10.1947 celebrou sua primeira missa solene em Siqueira Campos, sua terra natal.

Iniciou seus estudos em escolas municipais de Siqueira Campos, continuando-os em nosso Seminário S. Antônio, em Butiatuba (ginásio: 1937-1939), em Curitiba (filosofia e teologia: 1941-1947). Participou de diversos cursos de renovação, franciscanismo e pastoral.

Trabalhou em diversos lugares, como, Barra Fria (1948-1951), Linha Sete (1952-1953), Butiatuba (1954-1955, 1957), Engenheiro Gutierrez (1956, 1962-1963; 1983), Jaguariaíva (1958-1960), Cruzeiro do Oeste (1963), Uraí (1964-1966; 1978-1981), Florianópolis (1966-1978), Tomazina (1984) e Siqueira Campos (1985-1999), onde veio falecer.

Dedicou grande parte de sua vida à formação dos vocacionados como vice-reitor e professor nos diversos seminários da Província. Na vida pastoral, sua mais longa atuação foi na paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis, Santa Catarina, onde permaneceu de 29.12.1966 até 13.12.1978. Desde 1985 residia e trabalhava pastoralmente em Siqueira Campos.

Dia 24.05.1999, pelas 15h, um telefonema de Frei Orlando Pinto Moreira comunicava o falecimento de Frei Sebastião Vieira dos Santos. Há um mês que o frei definhava lentamente. Sua pressão chegou até 28, abaixando com muita dificuldade. Temia ir ao convento das Mercês, porque receava não retornar mais a Siqueira Campos. Durante o almoço do dia de seu falecimento tinha aceitado de viajar até Curitiba. Não falou mais e foi para seu quarto. Pelas 14h a cozinheira foi ao seu quarto e, vendo Frei Sebastião, comunicou que ainda estava repousando. Um pouco mais tarde chegou a enfermeira para medir-lhe a pressão. Bateu e entrou no seu quarto. Imediatamente constatou que Frei Sebastião tinha falecido. Telefonou para os freis que se encontravam na igreja do centro. Frei Danilo Biasi, Ministro local e pároco, com os demais freis, tomaram todas as providências necessárias. Chamado o médico Carlos Roberto Bertoni, confirmou que o frei tinha falecido pelas 14h30 de enfarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial maligna.

Ao mesmo tempo, a secretaria provincial avisou todos os presidentes de setores quanto aos horários das missas exequiais e enterro. Os familiares e parentes que residem em Curitiba foram informados por Frei Francisco Miguel da Silva.

Às 20h, foi celebrada a primeira missa exequial no santuário Bom Jesus de Siqueira Campos, completamente lotado. No dias seguinte, às 8h nova missa exequial com a presença do bispo diocesano de Jacarezinho e freis das casas vizinhas. As cerimônias foram muito vivas, fortes e meditativas.

Após essa missa exequial, o falecido foi levado para nossa casa de Butiatuba, Paraná. Um ônibus e alguns carros o acompanharam num total de 47 pessoas. Com a presença de seus familiares, parentes, amigos e confrades, seus restos mortais foram velados na capela de nosso convento Santo Antônio, em Butiatuba. Seguiu-se missa exequial, presidida por Frei Manoel Braz da Silva Noite, Definidor provincial. O Ministro provincial (Frei Atílio Galvan) encontrava-se nos Estados Unidos e o vigário provincial (Frei Daniel Heinzen) em viagem para Assunção, Paraguai.

Em seu depoimento, com humildade confessou: "Com alegria e muita gratidão a Deus, estou celebrando mais um ano de vida, aos 22.03.1999, completando 79 anos de idade. Desses 79 anos, 60 dedicados à vida religiosa, 52 à vida sacerdotal. Uma vida dedicada a Deus e aos irmãos".

Quanto à sua última etapa de atividades em Siqueira Campos, Frei Sebastião assim se manifestou: "Prossigo no humilde mas constante trabalho, no santuário e matriz, onde confesso, celebro santas missas, atendo pessoas que solicitam bênçãos e aconselhamento. Atendo telefone e portaria. Sinto-me feliz em poder colaborar com a fraternidade, dentro de meus limites. O meu lema é este: minha santificação deve ser aqui e agora". A um jornalista, sem hesitar respondeu: "Não me aposentarei aos 70 anos de idade. Quero trabalhar até a morte. Depois sim, receberei a aposentadoria de Deus". Seguro de seu ideal de vida franciscano-capuchinho, respondia a seus interlocutores: "Nunca duvidei de minha vocação e fui sempre muito feliz".

Freis e amigos presentes aos funerais em Butiatuba prestaram valiosos testemunhos:

"O frei amava a Província. Sempre perguntava pelos frades e aprendeu viver com garra"; "O frei era uma pedra preciosa e brilhava pelo seu exemplo de vida"; "Deixou-nos grande exemplo de humildade e amor ao próximo"; "'Aos educadores advertia que há estudantes fracos e por isso é preciso dar-lhes atenção"; "Foi uma pessoa marcante e de reforço no ideal"; "Ensinou-me a sempre rezar a Ave-Maria subindo e descendo escadas; e ainda hoje pratico seu ensinamento"; "Deu-nos inúmeros exemplos edificantes, ensinando-nos a viver melhor cada minuto da vida"; "Era um frei que amava a vida simples e não a complicava"; "Deixou precioso exemplo de amor à Virgem Maria".

Entre seus documentos pessoais, foi encontrado este seu compromisso de vida: "Devo ir ao confessionário com fé, convencido que não sou eu que vou perdoar, mas sou apenas instrumento, ministro de Cristo".

Frei Dom Inácio Dal Monte

28/08/1897
29/05/1963

28.08.1897 - Ribeirão Preto/São Paulo
29.05.1963 - Guaxupé/Minas Gerais

Dom Inácio nasceu em Ribeirão Preto, São Paulo, aos 28 de agosto de 1897, filho de Luiz DalMonte e Ângela Gugliemini. Quando faleceu o pai Luiz, com a idade de 3 anos voltou com a mãe para a Itália em Mussolente, com seus familiares. Tendo falecido também sua mãe Ângela, foi recebido e educado na casa dos tios. Aos 3 de setembro de 1908, obedecendo a voz do Senhor, entrou no seminário de Rovigo. Aos 15 de setembro de 1912 recebeu o hábito capuchinho em Bassano e um ano depois emitiu os votos temporários (21.09.1913).

Em outubro de 1916 foi convocado às armas. Era a primeira guerra mundial. Em setembro de 1917 tomou parte na batalha de São Gabriel e, em outubro, na de Conca di Plezzo. Mais tarde combateu ao longo do rio Piave. Caiu prisioneiro dos austríacos em junho de 1918 que, durante o interrogatório, advertiu-os que não avançassem. Em novembro conseguiu fugir e regressar à Itália, obtendo a dispensa militar aos 13 de maio de 1920.

Retornando ao convento, emitiu sua profissão perpétua aos 8 de dezembro de 1921, em Veneza. Em 1922 foi inscrito na faculdade jurídica do seminário patriarcal de Veneza, obtendo a láurea (30.07.1925) magna cum laude. Aos 5 de abril de 1924 foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Patriarca Pedro La Fontaine.

Nesse tempo preparava-se um novo grupo de missionários para o Paraná. Frei Inácio insistiu para ser enviado, mas seu pedido não foi aceito. Somente isto aconteceu quando um dos missionários se adoentou e, então, ele o substituiu.

Partiu de Veneza aos 13.09.1925 e em Gênova aos 17.09.1925 embarcou no navio Duca d'Aosta, com destino ao Brasil, tendo chegado em Santos, São Paulo, aos 3 de outubro. Com os outros seis missionários, chegou em Jaguariaíva aos 07 de outubro do mesmo ano. Após 20 anos de ausência, o jovem sacerdote voltava à terra querida com o coração a lhe arder de zelo pelas almas, autêntico capuchinho e filho de São Francisco.

Foi sempre um religioso humilde, obediente. Soube cativar a estima de todos desde a chegada ao Paraná, dentro e fora do convento. No mesmo ano da chegada, aos 11 de outubro de 1925, escrevia o Frei Ricardo de Vescovana, Superior Regular: "Agora que destacamos para Curitiba o Frei Inácio, que me parece uma pessoa muito querida, os capuchinhos serão mais apreciados". Depois de breve permanência em Curitiba e em Tomazina, foi novamente chamado a Curitiba (1927).

Sempre pronto, percorreu as matas de Açungui e Cerro Azul, no Alto Ribeira, tendo como residência o convento das Mercês, em Curitiba (1927-1936). Três anos após sua chegada no Brasil, foi eleito (1928) conselheiro da Missão e, em 1931 (com 34 anos de idade) superior dos missionários, continuando no cargo como Custódio. Foi novamente eleito Custódio.

Com muita competência atuou como conselheiro da Missão (1928), Superior regular (1931, com apenas 34 anos de idade) e Custódio. No campo pastoral trabalhou como vigário paroquial e pároco de pequenas e grandes paróquias: Jaguariaíva (1937-1938), Cerro Azul (1926), Curitiba (1925, 1927-1936) e Santo Antônio da Platina (1940-1949), e em seguida, foi eleito bispo.

Seu zelo, prudência e capacidade incansável no trabalho, granjearam-lhe a estima dos coirmãos e superiores, de tal forma que, depois de apenas seis anos de permanência no Brasil, foi escolhido Superior Maior. Por cinco vezes ocupou este cargo, até 1949, quando Sua Santidade o Papa Pio XII o nomeou Bispo. Passou quase toda a sua vida como conselheiro da Missão, Superior regular da Missão, Custódio provincial e superior das casas onde residiu. Como Superior Regular empenhou-se constantemente em conservar e infundir em todos as notas características capuchinhas, ensinando com a palavra e mais ainda com o exemplo.

Preocupado com o futuro da Custódia, construiu o seminário de Butiatuba e de Barra Fria. Enviou os primeiros estudantes clérigos estudarem filosofia com os capuchinhos do Rio Grande do Sul, em Marau. Mas, em seguida, abriu, em Curitiba, o estudo de Filosofia e Teologia. Com estes estabelecimentos de ensino e educação ficou garantida a existência da futura Província do Paraná e Santa Catarina, pois Dom Inácio lhe proporcionara o organismo necessário.

Aos 15 de março de 1949 foi eleito Bispo Coadjutor de Joinville, Santa Catarina, sendo consagrado Bispo no dia 26 de maio do mesmo ano. Durante três anos trabalhou em Joinville, Santa Catarina, como bispo auxiliar de Dom Pio de Freitas. Aos 21 de maio de 1952 foi eleito Bispo Diocesano de Guaxupé, no Estado de Minas Gerais. Aos 8 de setembro do mesmo, tomava posse da Diocese, sucedendo a Dom Hugo Bressane de Araújo.

Durante o tempo de seu episcopado, Dom Inácio foi sempre o bispo que toda a diocese de Guaxupé se habituou a conhecer e a amar. Viveu integralmente o lema de seu episcopado: Exit qui seminat seminare (Saiu o semeador a semear).

O Diário de Poços de Caldas assim resume o pastoreio de Dom Inácio: "Dom Inácio foi verdadeiramente o Bom Pastor e Semeador. Por toda parte, em todas as cidades, aldeias e fazendas a sua presença sempre se fez sentir como o grande semeador. O púlpito e o confessionário foram os lugares preferidos do seu pastoreio. Seria difícil fazer um balanço de todo o bem realizado nestes anos. Seu exemplo não se apagará. Sua figura patriarcal e simples, cheia de bondade e candura, sempre suave, ficará no coração de todos. Sua vida santa será sempre de exemplo para quantos o conheceram e que conviveram com um santo. Sua grande obra foi o seminário. Graças aos seus esforços e a sua determinação, foi construído o seminário de Guaxupé. O seminário maior Nossa Senhora Auxiliadora deve também a ele a sua existência".

Voltara da primeira sessão do Concílio Vaticano II, com a alma misticamente enlevada, com o desejo ardente de trabalhar em prol da Diocese, de fundar o Instituto das Irmãs Franciscanas Rurais e de construir um novo seminário maior.

Mas, inexorável trombose arterial estava minando, desde há tempo, sua saúde. Lutou com toda coragem que Ihe era peculiar contra o mal. Queria trabalhar ainda por muitos anos, por fim, compreendeu qual era o sacrifício que Deus preferiu, e na lucidez de sua morte disse generosamente a Deus: Fiat voluntas tua (Seja feita a tua vontade). Desta forma, como durante a vida, assim a morte fez sentir o calor e a luz de suas virtudes religiosas.

No dia 29 de maio de 1963, no Hospital de Guaxupé, MG, cercado de vários Bispos e de quase todo o clero diocesano, entregava sua bela alma a Deus Frei Inácio Dal Monte, Bispo de Guaxupé. Governou a Diocese por quase 11 anos deixando a marca inconfundível de sua passagem. Todos o admiravam como um santo e o veneravam como um grande Bispo.

O enterro, oficiado pelo metropolita da Arquidiocese, assistido por outros cinco Bispos, desenrolouse dentro da vasta Catedral por entre o pranto inconsolável do povo que ficou sem o seu Bom Pastor. Foi tal o apego e a veneração, que o povo teria cortado as vestes do falecido se não tivesse sido chamado em tempo o destacamento de soldados, que permaneceu ao lado do catafalco até o fim.

A razão de tanta devoção do povo para com Dom Frei Inácio era o que justamente declarou no discurso fúnebre, Dom Geraldo Reis, bispo de Leopoldina: "Ele, que a todos chamava de 'santo ' e 'santa: deixara em todos aquela inconfundível marca de santidade que o fazia querido e estimado de todos".

Frei Celso Rodolpho Andriolli

17/08/1928
31/05/2003

17.08.1928 - Jaraguá do sul/Santa Catarina
31.05.2003 - Curitiba/Paraná

Frei Celso nasceu aos 17 de agosto de 1928, em Jaraguá do Sul-Santa Catarina. Foi batizado (29.9.1928) e crismado (27.4.1931) nessa mesma cidade e, em Nereu Ramos-Santa Catarina, fez sua primeira comunhão aos 29.06.1939.

Entrou no seminário Santo Antônio, em Butiatuba-Paraná, aos 7.9.1940, sendo diretor Frei Damião Antonio Girardi de Thiene. Sua vestição ocorreu na mesma casa de Butiatuba aos 5.1.1947, em cerimônia presidida pelo guardião Frei Beda Toffanello de Gavello. Frei Gaspar Zonta de Fellette acompanhou durante o noviciado como mestre de noviços. Fez sua primeira profissão temporária aos 02.02.1948, em Butiatuba, nas mãos de Frei Henrique Breda de Paese. Naquela época o superior provincial era Frei Inácio Dal Monte de Ribeirão Preto. Durante seus estudos de filosofia e teologia, emitiu a profissão perpétua aos 12.2.1951 na igreja Nossa Senhora das Mercês, sendo celebrante Frei Beda Toffanello de Gavello, e superior provincial Frei Patrício Kódermaz de Nébola. Recebeu os Ministérios do Leitorado (22.12.1951) e do Acolitado (29.3.1952) das mãos do arcebispo de Curitiba, Dom Manuel da Silveira D'Elboux, em nossa igreja Nossa Senhora das Mercês, Curitiba-Paraná, durante o superiorato de Frei Patrício Kódermaz de Nébola. Com dimissória de superior Frei Nereu José Bassi, recebeu o Diaconato na capela particular do Arcebispado de Curitiba, das mãos de Dom Manuel da Silveira D'Elboux. O mesmo arcebispo conferiu-lhe o presbiterato aos 5.12.1954, também em nossa igreja das Mercês.

Completou os cursos primário e ginasial em Butiatuba (1940-1945); quando trabalhava em Mandaguaçu cursou na Escola Normal São João Batista de La Salle (1964); estudou a filosofia e teologia (1948-1954) em nosso covento das Mercês, em Curitiba. Licenciou-se em filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mogi das Cruzes-São Paulo, em 1971. Além destes cursos fundamentais, frei Celso participou de outros cursos de formação permenente sobre pastoral, pastoral catequética, franciscanismo, especialização em Bioética e pastoral da saúde, psicologia da terceira idade e outros. Como capelão do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, demonstrou grande interesse em anualmente atualizar-se em questões de bioética, participando de cursos e encontros.

Trabalhou nos seguintes lugares: Butiatuba (1955-1957), Barra Fria-Santa Catarina (1958), Mandaguaçu (1959-1964), Bandeirantes (1965), Ponta Grossa (1966), Bandeirantes (1966-1970), Santo Antônio da Platina-PR (1971-1977), Vera Cruz do Oeste-Paraná 1979-1981), Reserva (1985-1986), Florianópolis (1987-1990), Umuarama (1991), Curitiba na Casa de Oração (1992), Laurentino-Santa Catarina (1993), Joinville na casa de Noviciado (1994), Santo Antônio da Platina (1994-1995), Curitiba (1996-2003).

Na fraterna local exerceu diversos encargos: vice-diretor do seminário Santo Antônio em Butiatuba; professor no seminário de Barra Fria-Santa Catarina; professor de religião em escolas públicas; superior e vice-superior local; assistente espiritual da OFS; diretor da escola vocacional de Laurentino.

Seu campo de apostolando extendeu-se a estes setores: vigário paroquial em diversas paróquias; pároco; reitor da igreja de Barra Fria-Santa Catarina; professor de religião em escolas públicas; auxiliar e membro da equipe missionária; assistente espiritual da OFS e animador vocacional. Desde 1997 até sua morte (2003) sempre trabalhou como capelão do hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, atendendo aos doentes na parte da manhã e da tarde, mas residindo sempre no convento das Mercês. Durante seu período sabático (1997), viajou à Itália com a finalidade de estagiar e conhecer as capelanias de hospitais da região vêneta, onde eram capelães os capuchinhos da Província-mãe de Veneza.

Frei Celso tinha três irmãs religiosas e dois irmãos irmãos maristas. Conseguiu movimentar seus familiares para conhecer melhor os antepassados. Para isto, planejou e organizou um encontro geral com eles, que o realizou em nossa casa de Butiatuba.

Construiu a igreja matriz de Vera Cruz do Oeste-Paraná e outras capelas rurais em Mandaguaçu e lançou a pedra fundamental da capela do Canto da Lagoa, em Florianópolis (1989). Dedicou-se em organização sindicatos rurais. Em Bandeirantes, fundou o Clube Bandeirantes Vocacional e o Movimento Familiar Cristão, e fez muitas palestras e conferências para todo o professorado do curso primário para fins de catequese. Em Santo Antônio da Platina fundou o movimento do Serra Clube e com ele trabalhou intensamente em prol das vocações religiosas e sacerdotais. Suas iniciativas e seus trabalhos em favor das vocações eram bem conhecidos pelos seus confrades. Demonstrava verdadeira paixão por esta causa.

Tinha pendor também para trabalhos manuais. Gostava, desde os tempos de seminário, de trabalhar na carpintaria e consertos em geral. Esta característica conservou-a durante toda sua vida. Mostrava-se atento em consertar janelas, portas, chaves e semelhantes.

Nos encontros e reuniões, sempre pedia a palavra e falava com muita espontaneidade sobre o assunto em questão. Era constante na sua vida de oração e consagração religiosa, nos seus deveres com os irmãos da fraternidade local.

Seus últimos dias

Em abril de 2003, enquanto estava atendendo os doentes no Hospital Nossa Senhora das Graças, onde era capelão desde 1998, frei Celso Andriolli sentiu tonturas e dificuldades em falar. Atendido imediatamente, foi internado (23 de abril), onde permaneceu alguns dias para exames. Constatou-se a presença de coágulos nas carótidas. Desde os primeiros exames, a equipe médica julgou o caso não muito simples e o frei deveria submeter-se a uma cirurgia. Nosso Ministro provincial foi avisado que a cirurgia seria de risco. Frei Celso internou-se aos 28.05.2003, ou seja, após um mês de tratamento e repouso. Foi operado no dia seguinte (29.05) e a cirurgia durou quase todo o dia. Em si, a cirurgia ocorreu bem e passou a noite dentro da normalidade. Na manhã de 30 de maio, começaram as complicações: um coágulo impediu a oxigenação do cérebro, causando-lhe graves prejuízos; os aparelhos não acusavam atividade cerebral e, por isso, alguém divulgou que estava morto, quando na realidade seus pulmões e coração funcionavam, embora com auxílio de aparelhos. Seu falecimento foi mesmo constatado às 14h15 de 31.05. 2003, no hospital Nossa Senhora das Graças. O certidão de óbito elenca estas causas da morte: Apnéia central, Hipertensão endocraniana, Infarto cerebral hemisfério esquerdo.

Frei Celso sabia que sua cirurgia não seria simples, embora alimentasse grande esperança de melhorar e continuar em sua atividade. Os frades também conheciam a complexidade da cirurgia. Quando os médicos chamaram um dos superiores, na manhã de 30 de maio, frei Manoel Braz da Silva Noite (vigário provinciL) falou com os responsáveis sobre o caso. O médico cirurgião informou que frei Celso, antes da cirurgia lhe teria dito que "se viesse a falecer, paciência, mas que não o deixasse paraplégico".

No mesmo dia do falecimento de frei Celso, faleceu também, às 14h45 (hora italiana) o vigário geral da Ordem Capuchinha, Frei Antônio Ascenzi, vítima de acidente rodoviário ocorrido em Franco fonte, na Província de Catânia (Sicília), Itália.

Missa na igreja das Mercês

A missa exequial foi celebrada às 6h30 de 1.6.2003 (domingo da Ascenção), em nossa igreja matriz NOSSA SENHOra das Mercês, em Curitiba, presidida por Frei Moacir Antônio Nasato. Estavam presentes os freis das fraternidades da Cúria provincial e do convento das Mercês. Na acolhida, o definidor provincial Frei José Gislon lembrou o falecido, seus familiares e também o falecimento trágico do vigário geral da Ordem Capuchinha, Frei Antônio Ascenzi. Em sua breve homilia, Frei Moacir Antônio Nasato recordou que, quase dominicalmente, o falecido frei Celso celebrava a missa deste horário das 6h30. Lembrando a festa da Ascenção do Senhor – fato sempre vivo em nossa vida – acenou ao grande amor que o falecido Frei Celso nutria por Cristo, pela sua vida de consagração religiosa e pela sua missão de atender os doentes no hospital Nossa Senhora das Graças. Convidou os presentes a imitarem este legado ardoroso do falecido em viver a própria missão e vocação.

Funeral em Butiatuba

Terminada a celebração na igreja das Mercês, em Curiba, os restos mortais de Frei Celso foram transportados pela Funerária Almirante Tamandaré até nossa casa de Butiatuba, e levado diretamente à capela do cemitério, onde foi velado até a hora do sepultalmento (a missa exequial iniciou às 15h30).

Durante o dia foram chegando os familiares, parentes, frades, amigos e conhecidos de Frei Celso. Presenças especiais foram suas três irmãs religiosas (Ir. Tarcísia, Ir. Jovina e Ir. Leonora Andriolli) e um irmão Marista (Ir. Hilário). Um outro irmão Marista já é falecido. Note-se que, no dia do falecimento, estava sendo celebrado, em Ponta Grossa, o segundo Congresso Vocacional da Província, com o qual diversos freis estavam empenhados. O Ministro provincial, Frei João Dom Lovato, também participou do mesmo com uma palestra. Logo após o encerramento, viajou para Butiatuba para participar do funeral.

Missa - A missa exequial foi presidida pelo Ministro provincial, com início às 15h30, celebrada na frente da capela do cemitério, e concelebrada por diversos freis da Cúria Provincial, do convento das Mercês, da fraternidade de Butiatuba, da Vila Nossa Senhora da Luz, de Almirante Tamandaré, Santo Antônio da Platina, Foz do Iguaçu, Siqueira Campos. Um grupo de freis que estavam participando do segundo Congresso Vocacional fretaram um ônibus para a missa e funeral. No entanto, houve problemas com o veículo e somente chegaram os das duas casas de Ponta Grossa. Durante o mesmo Congresso Vocacional houve um momento especial no qual se destacou, de maneira forte, o trabalho vocacional frei Celso. Os postulantes, além dos comentários iniciais e durante a missa, participaram com cantos adaptados ao momento. O Ministro provincial lembrou o bem imenso feito pelo falecido Frei Celso através das missas celebradas, as inumeráveis confissões, palestras e atendimentos, batisados e unções dos enfermos por ele ministrados ao longo de sua vida.

Em sua homilia, o celebrante lembrou alguns traços do falecido: religioso e sacerdote zeloso e cheio de ardor; em todo lugar demonstrou grande empenho pelas vocações religiosas e sacerdotais principalmente em Santo Antônio da Platina e Vera Cruz do Oeste; diversos de nossos freis foram por ele acompanhados e encaminhados ao seminário, entre eles, Frei Antoninho Martins Ferreira, Frei Vanderlei Aparecido Sanches, Frei Jorge Corsini, Frei Daniel Alves de Castro, Frei Antônio Aparecido de Lima, Frei Luís Bernine, Frei João José dos Santos e várias jovens que são religiosas em algumas congregações. Tinha especial carisma e atenção pelo problema vocacional, estimulando os/as jovens em busca de outros caminhos na vida. Deixou marcas em sua vida. Pessoa de temperamento forte, pertinaz em suas idéias e planos. Deixou transparecer seu grande idealismo pela vida religiosa e sacerdotal, manifestado por seu zelo pela Igreja, pela evangelização. Homem de oração. Participou e vibrou com as Oficinas de Oração. O Ministro provincial narrou este fato: há uns 15 dias antes de seu falecimento, quando foi detectada a gravidade de sua doença pude falar com ele longamente em seu quarto. Gostava de sempre estar ocupado e sentia-se bem quando trabalhava com seus martelos, chaves de fenda e outros instrumentos de trabalho. Conversei longamente com ele sobre sua vida. Ele estava muito conformado com sua situação. Respondeu: "Conheço a gravidade da doença porque o médico de tudo me esclareceu. Eu tenho duas chances: a cirurgia, durante a qual poderei morrer; a outra é de tomar remédios, mas também posso morrer logo, embora tomando remédios. Sobre isto estou pensando seriamente. Creio que vou escolher a cirurgia. Vi muitos doentes operados da mesma doença e que os atendi na UTI. Eles melhoraram e voltaram para suas casas". Nossa conversa versou sobre isto. No fim, disse-me: "Afinal, a gente vive para servir a Deus e foi por isso que me tornei religioso e sacerdote. Procuro fazer tudo da melhor maneira possível. Espero, se Deus quiser, continuar trabalhando depois deste tratamento". Depois desta conversa, não tive mais contato com ele por causa de minhas viagens. No entanto, foi acompanhado pelo vigário provincial, Frei Manoel Braz da Silva Noite. Ele estava muito preparado para se encontrar com Deus. Aliás, toda sua vida foi uma preparação para este momento. Agora, estará olhando e rezando por todos nós.

A convite do Ministro provincial, houve também estes pronunciamentos:

- "Na última conversa que tive com ele, disse-lhe que ele foi missionário durante dez anos. Mas, agora, no Hospital Nossa Senhora das Graças ele cumpriu sua principal missão porque nele encaminhou mais almas para Deus do que em sua vida missionária. E ele me confirmou tudo. Nossa família conservará imensa gratidão por essas Irmãs, principalmente pela Irmã Hilda que o acompanhava em sua missão da pastoral da saúde. Só temos motivos para agradecer. E, lá do céu, invocá-lo porque ele é o mais jovem de nossa família religiosa que Deus levou. Ele nos está dizendo que vale a pena viver e morrer com Deus. A vida é tão breve que, de um dia para outro, podemos nos encontrar com o Senhor, e levaremos somente o que tivermos feito por Deus e para Deus".

- "Agradeço imensamente os frades capuchinhos. Quando frei Celso falava de São Francisco transfomava-se. Minha irmã contou-me que, um dia, ele explicou que são Francisco tanto se exaltou falando da glória de Deus que disse assim: Quase tenho a certeza que um dia até irá acabar com os demônios para mostrar a grande misericórdia de Deus. Aquilo me chamou muito a atenção e minha irmã Eleonora ficou impressionada. Fui diante do Tabernáculo, pedindo a Cristo que acabasse com o inferno! Agradeço as orações por ele e por toda a nossa família. Tenho a certeza que, lá do céu, ele nos concederá graças. Falando da Ascenção do Senhor, quero recordar que nosso pai faleceu no dia da Ascenção do Senhor e a mãe no dia da Assunção de Nossa Senhora. Nossos pais deram cinco filhos a Deus, mas Ele deu mais ainda para eles. Muito obrigado! (uma irmã de Frei Celso).

- "Em nome da Pastoral da Saúde, queremos agradecer a presença de Frei Celso em nosso Hospital Nossa Senhora das Graças. Era muito zeloso e constante em atender os doentes. Fazia questão de preparar-se para as liturgias. Em todas as quartas-feiras, por exemplo, ele se preparava estudando o folheto das missas, organizando suas homilias. Mostrava-se fervoroso e de intensa oração. Perseverante em missão. Tinha muito zelo pelo seu horário comunitário. Em nome de todas as religiosas do Hospital, agradecemos os freis capuchinhos pela presença de frei Celso em nossa Pastoral da Saúde. Vi grandes exemplos de oração, mesmo no hospital, quando ele, com o livro da Liturgia das Horas, se concentrava em Deus para fazer suas preces. Isto era um exemplo porque a gente vê que o mundo se esquece de louvar e agradecer o Senhor. Seu exemplo era mais do que uma pregação" (Uma religiosa do hospital).

- "Quero lembrar que Frei Celso, quando trabalhou em Santo Antônio da Platina, fundou o movimento Clube Serra em favor das vocações religiosas e sacerdotais. Conseguiu reunir jovens e outras pessoas. Até hoje, este trabalho do Clube Serra está marcado pela dedicação, amor, perseverança e zelo de Frei Celso" (pessoa de Santo Antônio da Platina).

Depois destes testemunhos, Frei João Daniel Lovato concluiu com estas palavras.

Frei Celso era um grande idealista. Lembro quando a gente trabalhava em Vera Cruz do Oeste. Lá havia muitos meninos pelas ruas da pequena cidade. Além de construir a grande bonita igreja de Vera Cruz do Oeste que, segundo o bispo, poderia ser a catedral da diocese, Frei Celso construiu uma oficina para ensinar os meninos o artesanato e outros trabalhos. Queria encaminhá-los para o bem com a catequese, ministrada por ele mesmo e pelas catequistas. Havia também outras pessoas que se prontificaram em ensinar aos meninos os trabalhos artesanais.

Diria que Frei Celso era uma pessoa que se empenhava em tudo o que fazia. Vamos conservar estes bons exemplos do frei e caminhemos em frente. Hoje estamos sepultando seu corpo, mas sabemos que intercederá por nós junto de Deus. Desejo agradecer todos os que trabalham no hospital Nossa Senhora das Graças. Temos certeza que os médicos, especialmente o Dr. João Cândido, e enfermeiros/as fizeram todo o possível para que Frei Celso pudesse continuar sua missão. Agradecemos todo esforço das Irmãs, dos médicos e enfermeiros/as, feito a favor do frei. Deus a todos abençoe e retribua. Possa a medicina avançar em suas descobertas maravilhosas como as que teve até agora. Na ação de graças, Frei Juarez De Bona recordou que os pais de Frei Celso morreram em festas de Nossa Senhora e que o mesmo frei também recebeu uma graça especial: morreu no dia 31 de maio, festa da Visitação de Maria e que, certamente ele estaria presenciando no céu a festa da coroação de Nossa Senhora. E assim motivou os presentes a cantarem o Magnificat. Antes de iniciar o rito da bênção do túmulo, os postulantes cantaram o Trânsito de São Francisco, canto que se usa aos 3 de outubro, lembrando a morte de São Francisco de Assis. Terminada a missa, procedeu-se a cerimnia do sepultamento, oficiada por Frei Manoel Braz da Silva Noite (vigário provincial), enquanto Frei José Gislon (Definidor provincial) dirigiu a colocação do caixão mortuário no túmulo.

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