Necrologia

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Frei Gabrielangelo Caramore

27/08/1923
13/06/2015

Frei Guilherme João Potratz

24/06/1931
14/06/2014

* 24.06.1931 – Jaborá/SC

† 14.06.2014 – Butiatuba/PR

Frei Guilherme João Potratz filho de Júlio Potratz e de Clorinda Cazarim, nasceu em Jaborá-SC, aos 24.06.1931, lugar que pertencia à Diocese de Lajes-SC, hoje de Joaçaba-SC. Ali também foi batizado aos 18.08.1931 por frei Dimas Wolf, OFM. O bispo diocesano de então, Dom Daniel Hostin, OFM, crismou-o ao 16.02.1935 na capela de Jaborá-SC. Na capela de São Roque, município de Jaborá, recebeu a primeira eucaristia aos 17.08.1943.

Durante o período dos cursos de filosofia e teologia, frei Guilherme emitiu a profissão perpétua aos 25.04.1960, na igreja Nossa Senhora das Mercês, em missa presidida por frei José Vitalino Galvan. No mesmo período foi recebendo as ordens sacras: Leitorato (17.03.1962, em Curitiba), Acolitato (12.08.1962, em Ponta Grossa), Diaconato (30.03.1963 em Curitiba). Finalmente, foi ordenado presbítero aos 21.12.1963, na igreja Nossa Senhora das Mercês, por Dom Jerônimo Mazzarotto, bispo auxiliar de Curitiba-PR. Celebrou sua primeira Missa solene junto a seus familiares e parentes em Céu Azul-PR aos 29.12.1963.

Além dos estudos normais para o presbiterato, participou de curso de Franciscanismo no Cefepal, de renovação pastoral e bíblica, da terceira idade e do curso do CEBI.

Fraternidades e encargos - Frei Guilherme residiu nos seguintes lugares, após sua ordenação presbiteral: Curitiba, (1964); Santo Antônio da Platina, (1965-1966); Butiatuba, (1967-1968); Siqueira Campos, (1969-1981); Ponta Grossa, São Cristóvão, (1982); Boa Vista da Aparecidinha, (1983); Rio Branco do Sul, (1984-1985); Bandeirantes, (1986); Cap. Leônidas Marques, (1987); Butiatuba, (1988); Missionário (1988-1996); Reserva (1996-1997); Foz do Iguaçu, (1998- 1999); Curitiba, Casa de Oração (2000); Convento N. Sra. das Mercês, Curitiba, (2001-2003); Foz do Iguaçu (2003-2005); Ponta Grossa na paróquia Bom Jesus, (2006-2008); Florianópolis, (2009-2011); Joinville, noviciado (2012-2014).

Nestes lugares assumiu estes encargos: vice mestre dos noviços, orientador espiritual dos noviços, mestre de noviços, vice superior e vice-diretor dos irmãos, professor, guardião, ecónomo local; vigário paroquial, pároco, missionário popular.

Nas paróquias, diante de dívidas, não media esforços e sacrifícios para deixar tudo em dia.

Mesmo doente e hospitalizado, tomou-se a alegria dos doentes que o rodeavam e apreciavam suas atitudes. Expandia alegria e otimismo. Dizia: “Quem brinca morre; quem não brinca também morre! ”; “Os outros têm que ver em nós que somos alegres e felizes em nossa vocação”.

Louvamos a Deus pelos seus quase 83 anos de vida, 57 anos de vida capuchinha e 50 anos de vida presbiteral.

Frei Luiz de Cimitile

04/09/1837
15/06/1902

04.09.1837 - Cimitile/Itália
31.10.1902 - Cimitile/Itália

Frei Luiz de Cimitile (Michele Mercogliano) nasceu em Cimitile (Província civil de Nápoles) aos 4 de setembro de 1837. ra filho de Felice Mercogliano e Maria D'Amore. Entrou na Ordem Capuchinha na província de Nápoles, recebendo o hábito no dia 24 de dezembro de 1854, em S. Agnello di Sorrento com o nome de Frei Silvestre de Cimitile. Foi admitido à profissão aos 9 de dezembro de 1855, neste mesmo local e os votos perpétuos, aos 15 de abril de 1858. (Não se sabe por que trocou o nome de Silvestre para Luiz). Foi ordenado sacerdote aos 8 de dezembro de 1861.

Chegou ao Brasil em janeiro de 1865, como missionário apostólico, acompanhado pelos padres: Frei Jerônimo de Montefiore e Frei José Maria de Loro. Esteve um ano no Rio de janeiro, onde os capuchinhos tinham a sede do Comissariado Geral das Missões junto à Corte. Era Comissário Geral, nesta época, Frei Caetano de Messina. A ele cabia a tarefa, de acordo com os funcionários do Império, de destinar seus confrades às diversas regiões da Missão.

Assim, por sugestão do então ministro da Agricultura, o conselheiro Jesuíno Marcondes de Oliveira e Sá, paranaense de nascimento, Frei Luiz foi designado para aquela província, «onde, à disposição da Presidência da mesma Província que se entendendo com Frei Timóteo de Castelnuovo o empregara na Catequese e Civilização dos índios».

No Paraná, Frei Luiz chegou aos 9 de janeiro de 1866, na colônia militar de Jataí, e mais precisamente no aldeamento de São Pedro de Alcântara, ficando não mais de um ano,, o tempo suficiente para ganhar, com Frei Timóteo, a necessária experiência que enriqueceu nos posteriores trabalhos a ele confiados. Isto nos leva a crer que, no contato com o velho mestre Frei Timóteo, tenha-se familiarizado com a língua dos nativos.

Por mais de dez anos esteve Frei Luiz no Aldeamento de São Jerônimo. Retornando a São Pedro de Alcântara, foi enviado por Frei Timóteo, no início de 1876 para dirigir o novo Aldeamento de Santo Inácio do Paranapanema, fundado no lugar da histórica redução jesuítica de Santo Inácio-Mini.

Sobre os belicosos caingangues, Frei Luiz deixou uma pequena mas preciosa monografia, publicada em Curitiba (1882) sob o incentivo do então Presidente Carlos Augusto de Carvalho, com o título: Memória dos costumes e religião da numerosa tribo dos Camés que habitavam a Província do Paraná. O valor desta obra é indiscutível. "Cabe a Frei Luiz o mérito de ter sido o autor da primeira monografia de caráter etnográfico, em língua portuguesa, sobre os caingangues do Paraná" (F. Loureiro).

Trabalhou por 10 anos no Aldeamento de São Jerônimo da Serra, levandoo à prosperidade. Este homem de «têmpera dinâmica, enquanto conseguia a escola e realizava a instrução religiosa, realizou um plano de obras: construção de casas, estradas, canalização de água, que deram ao aldeamento um grande progresso; ao mesmo tempo ampliou a agricultura, procurou o número dos primitivos e de famílias civilizadas. Em 1880 São Jerônimo contava mais de 400 índios já convertidos e semicivilizados» (Metódio da Membro)

O dinamismo de Frei Luiz não se limitou a São Jerônimo, centro catequético, mas expandiu sob o aspecto agrícola e social, numa das mais vigorosas realizações com a fundação da «Colônia Dantas Filho», altamente elogiada pelas autoridades brasileiras de então.

Em 15 de janeiro de 1881 Frei Luiz deixou São Jerônimo e foi a Guarapuava para realizar outras misses.

Em 1882 viajou para a Itália, com intenção de trazer mais missionários. Por um ano dirigiu os trabalhos na construção da Catedral de Curitiba, de novembro de 1883 a outubro de 1884. A seguir, o governo encarregou-lhe um importante trabalho em Santa Catarina: trabalhar com os os colonos italianos de Urussanga, apaziguando os índios Botocudos que haviam atacado a dita colônia, tendo massacrado alguns emigrantes. Havia um clima de guerra entre os índios e os colonos. Frei Luiz havia conseguido alguns indiozinhos botocudos (quatro meninos e uma menina). Batizou-os em Desterro (atual Florianópolis), para ver se conseguiria atrair índios adultos por meio deles. No início não obteve nenhuma aproximação. Decidiu ficar em Urussanga com os colonos. Por fim, tornou-se líder dos imigrantes e dos índios. Ali construiu a igreja matriz. Esteve em Santa Catarina até 1887. Estava relativamente bem quando recebeu uma daquelas inesperadas transferências para a Amazônia. Não aceitou, alegando cansaço e falta de saúde. Voltou, então para a Itália.

Em Roma foi nomeado diretor do Colégio Missionário São Fidélis.

Faleceu em sua cidade natal, com 65 anos de idade, aos 15 de junho de 1902.

Frei Honório de Bassano

04/06/1913
15/06/1945

04.06.1913 - Santa Croce de Bassano/Itália
15.06.1945 - Bom Retiro/Santa Catarina

Nasceu aos 4 de junho de 1913 em Santa Croce de Bassano (Itália). Iniciou os estudos nos seminários de Rovigo e Verona. Aos 14 de agosto de 1929 recebia o hábito, em Bassano del Grappa, das mãos do Frei Rufino de Cadore que o encaminhou com firmeza e bondade à entrega de si mesmo, emitindo os primeiros votos (15.08.1930).

Cursou filosofia em Pádua, teologia em údine e Veneza, quando também emitiu sua profissão perpétua (29.06.1935). No dia 14 de agosto de 1938 recebia com imensa alegria o sacerdócio, na igreja do Santíssimo Redentor, pelas mãos do Cardeal Patriarca Adeodato Piazza.

Passados alguns meses, os superiores o destinaram à Custódia do Paraná com outros cinco frades. Recebeu o crucifixo missionário (01.01.1939) em Gorizia do arcebispo Dom Carlos Margotti. Com entusiasmo apostólico zarpou de Trieste com o navio "Neptunia", no dia 5 de janeiro de 1939, chegando em Curitiba aos 22 de janeiro, onde terminou o ano de pastoral.

Trabalhou um pouco em Capinzal (1940), como vigário paroquial. Em 1941 encontrava-se em Butiatuba como professor no seminário, dando belas provas de seu dote pedagógico. Ajudou pastoralmente, por breve tempo, em Joaquim Távora (1941), em Santo Antônio da Platina (1943), em Butiatuba novamente (1943) e, finalmente, em Barra Fria (1944).

Transferido para o seminário de Barra Fria, SC, ai foi visitado pela doença que os melhores cuidados dos médicos não puderam debelar. Depois de 30 dias de cama, quando a doença, que os médicos diagnosticaram como tifo, parecia ter melhorado, surgiu uma complicação com o fígado que o enfraqueceu grandemente. Sempre demonstrou admirável paciência e resignação. Na flor da idade sacrificava sua vida para o bem da Província. Confortado com os santos sacramentos, faleceu às 18h de 15 de junho de 1945, no hospital de Bom Retiro, SC, assistido pelos confrades, mas especialmente por Frei Erasmo de Loreo, estando presentes também frades franciscanos e irmãos maristas de Joaçaba. O bispo de Lages que, naqueles dias se encontrava em Joaçaba, visitou-o duas vezes. Após seu falecimento, no dia 15 de junho de 1945, Dom Daniel quis pessoalmente fazer a encomendação do frei falecido. O superior, Frei Barnabé Ivo Tenani ,conseguiu chegar para também benzer o corpo.

Durante as últimas exéquias estavam presentes o superior dos Frades Menores de Bom Retiro, o superior dos maristas, de Joaçaba e os capuchinhos de Barra Fria e Capinzal.

Seu corpo, levado a Barra Fria, foi acompanhado ao cemitério da Vila por uma grande multidão de pessoas, estando presente também Dom Daniel Hostin, Bispo de Lages, que bem testemunharam o apreço em que era tido. Seus restos mortais, sepultados em Barra Fria, foram transladados para Butiatuba, em 1989, por Frei Daniel Heinzen.

Frei Francisco de Capodístria

02/11/1882
16/06/1936

02.11.1882 - Capodístria/Itália
16.06.1936 - Joaquim Távora/Paraná

Aos 2 de novembro de 1882 nascia na risonha Capodístria Frei Francisco. Com 13 anos entrou no seminário seráfico, na Província de Veneza. Aos 17 de novembro de 1897 iniciou o noviciado em Bassano del Grappa, recebendo de Frei Cesário de Villafranca uma formação verdadeiramente franciscana: austera e alegre!

Terminados seus estudos de filosofia e teologia, na Basílica de Nossa Senhora da Saúde recebeu o sacerdócio aos 10 de agosto de 1910 do cardeal patriarca Dom Aristides Cavallari. Sempre o sorriso da Virgem Maria o acompanhará. O filho devoto cantará os louvores à Mãe de Deus até os últimos momentos de sua vida.

Sua alma altamente apostólica deixou a terra natal, depois de 14 anos de ensino nos seminário de Verona e Rovigo e no estudantado de Filosofia de Thiene. Em 1920 uniu-se ao segundo grupo de capuchinhos vênetos em demanda ao Paraná.

Apareceram seus dotes, seu grande coração. Pároco por seis anos em Jaguariaíva (1920-1922; 1924-1934), vigário paroquial em Cerro Azul (1923), Tomazina e Siqueira Campos (1934), Joaquim Távora (1935-1936). Soube prestar seu trabalho inteligente e valioso. Pastoralmente trabalhou como vigário paroquial e pároco. Na fraternidade, exerceu os cargos de superior local e de 1 conselheiro da Missão de 1928 até 1934.

Sempre disponível à voz da obediência, sempre caridoso com todos e pronto a socorrer as almas. Com sua jocosidade, sua simplicidade quase infantil, com sua calma característica, com sua perfeita resignação em sua frágil saúde, semeava em toda parte o exemplo de virtudes franciscanas.

Foi o primeiro pároco de Joaquim Távora: de outubro de 1935 até o momento em que a irmã morte veio buscá-lo para levá-lo à alegria perene. Era o dia 16 de junho de 1936: festa em Joaquim Távora. Sua Ex.a Dom Fernando Taddei, Bispo de Jacarezinho, estava presente para administrar o Santo Crisma. De tarde, após a procissão, Frei Francisco enquanto dava a bênção com o Santíssimo, sentiuse mal. Percebeu que seu fim era iminente. Só teve tempo de voltar à sacristia e, ainda com a estola e sobrepeliz, saiu da igreja para respirar. E disse a Frei Henrique: "Padre, está me acontecendo o que ocorreu a Dom Francisco Braga" (este bispo faleceu de um ataque de apoplexia). Convidado por Frei Henrique a ir para casa, não pode caminhar. Levado com um carro para a casa paroquial, chegou o médico e logo constatou a gravidade do caso. O último movimento de Frei Francisco foi olhar para Frei Henrique e fazer o sinal da cruz. O Senhor Bispo o ungiu com os Santos óleos. As 22 horas voava para o céu.

O povo sentiu profundamente a perda de seu bondoso pároco. O enterro foi surpreendente e comovente. Digna coroa de tantos merecimentos que Frei Francisco soube conquistar. Nos elogios fúnebres foi comparado ao soldado que morreu no campo de batalha.

Aos 25 de janeiro de 1938, o prefeito de Joaquim Távora, Luiz de Barros Campos, assinou o decreto com o qual designava uma rua da cidade com o nome de Frei Francisco de Capodístria, por ter sido o primeiro pároco e em reconhecimento às suas qualidades morais e religiosas.

Frei Francisco foi sepultado no cemitério local. Mais tarde, por iniciativa do pároco Padre João e com a autorização e bênção de Frei Patrício de Nébola, então Comissário Provincial, aos 30.07.1961 seus restos mortais, juntamente com os de Frei Leonardo de Fellette, foram solenemente transladados para a Igreja Matriz daquela cidade. Em sua lápide, com o brasão franciscano, lê-se: "Aqui jaz / na paz do Senhor / padre Francisco Capuchinho / Nascido aos 02.02.1882 / Falecido aos 14.06.1936 / Intrépido soldado de Cristo / o seu povo".

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