04.04.1911 - Nébola/Eslováquia
05.041981 - São José dos Pinhais/Paraná
Caçula de nove filhos, entrou a fazer parte da casa de Miguel Kodermaz e de Carolina Sturm aos 4 de abril de 1911, na risonha Nébola rodeada dos bosques eslavos. A exemplo do irmão mais velho, Luís, ingressou com 14 anos no Seminário Diocesano de Gorizia. Conta-se que, diante da morte de um pároco capuchinho, tivesse decidido um dia substituir-lo. Após ter passado três meses com seu irmão Luís, sacerdote diocesano, decidiu mudar de caminho. Por isso, em setembro de 1927, entrou no pequeno seminário para os aspirantes eslavos em Santa Cruz de Aidússina e, no ano seguinte, foi para o seminário de Verona.
Aos 14 de agosto de 1929, iniciou o noviciado em Bassano del Grappa e fez sua primeira profissão (15.08.1930). Continuou seus estudos em Thiene (1930-1932), passando então para Bassano para iniciar o curso de filosofia. Em 1933, foi para o novo estudantado de Pádua (apenas inaugurado), onde emitiu sua profissão perpétua (04.10.1933). Iniciou a teologia em údine, completando em Veneza, onde recebeu as ordens menores e maiores. O cardeal patriarca Dom João Adeodato Piazza ordenou-o sacerdote aos 14 de agosto de 1938.
Durante os estudos era o mais idoso de seus confrades e também o mais maduro. Por isso, sempre era eleito como responsável para manter a disciplina e a ordem, quando se ausentava o diretor. Gostava muito de estudar dogmática e ciências sacras. Demonstrava grande diligência, aliada à sua boa inteligência. Após sua ordenação, continuou a viver, durante seis meses, na região vêneta. Seus colegas dizem que ele teria gostado de trabalhar com seus compatriotas eslavos, onde já trabalhava seu irmão sacerdote, padre. Luiz Kódermaz.
Não apresentou algum pedido para ser missionário no Paraná, mas aceitou a proposta de seu Ministro provincial para integrar um novo grupo.
Um fato une-se à viagem de Frei Patrício. O Custódio Frei Inácio de Ribeirão Preto estava lutando, com muita dificuldade, para organizar o estudo de filosofia e teologia em Curitiba. Tinha pedido e insistido com o Ministro provincial (Frei Jerônimo Bortignon de Fellette) que necessitava de dois professores e alguns clérigos. Por isso, foi organizado um grupo de dois padres, três clérigos teólogos e um irmão leigo. Frei Patrício foi escolhido como chefe desse grupo.
Recebido o crucifixo missionário em Gorizia, Frei Patrício, com seu grupo, embarcou em Trieste, aos 05 de janeiro de 1939, no navio Neptunia. A viagem foi boa e, após breve parada em Recife (16.01.1939), desembarcou em Santos, SÃo Paulo (20.01.1939), viajou de trem chegando em Curitiba aos 22 do mesmo mês.
Pela sua cultura e vida capuchinha autêntica foi nomeado, no mesmo ano, diretor e professor do estudantado de Curitiba e reitor da Igreja das Mercês. Em 1946 dirigiu o seminário São Francisco, em Barra Fria, Santa Catarina. Sua presença nesse seminário foi importante porque aumentaram as vocações e melhorou o nível de ensino, preparando-os melhor para o seminário de Butiatuba, Paraná. Em 1948 voltou como prefeito dos estudos e superior do convento das Mercês, em Curitiba. No mesmo ano (06.06.1948), substituiu Frei Inácio Dal Monte na árdua missão de Custódio provincial, cargo em que permaneceu até julho de 1954.
Frei Zacarias de São Mauro, ministro provincial de Veneza e visitador, durante sua visita em 1955 incentivou a formação de um seminário para vocações de irmãos leigos. Ele mesmo, aos 20 de abril de 1955, inaugurava o seminário São José com esta finalidade e a Frei Patrício Kódermaz foi confiada esta nova iniciativa.
Dois anos após sua chegada, Frei Patrício foi eleito (14.08.1941) segundo conselheiro da Custódia, permanecendo durante todo o período da guerra, sendo confirmado aos 08 de agosto de 1948. Frei Inácio de Ribeirão Preto foi nomeado (26.05.1949) bispo, Frei Patrício, como primeiro conselheiro, assumiu a direção da Custódia e preparou as festas para o novo bispo.
Na eleição feita pelos religiosos, o Ministro geral nomeou-o (06.06.1949) Custódio. Depois do triênio, foi novamente reeleito (1951-1954). No início desse segundo triênio, transferiu a sede da Custódia de Curitiba para Ponta Grossa, no convento Imaculada Conceição.
A Custódia tinha sido promovida, aos 20 de dezembro de 1957, a Comissariado provincial. Frei Patrício foi chamado a ser o primeiro Comissário (08.01.1958) até 11 de novembro de 1963. Mais tarde, foi novamente eleito (25.10.1966) quarto conselheiro do Comissariado.
Como superior, Frei Patrício demonstrou grande espírito seráfico, capacidade organizadora e dinâmica atividade. Sua vida de oração, mortificada e apostólica dava-lhe mais força quando isto pedia aos seus irmãos. Zelou muito pela observância regular. Chegou a afirmar que nos conventos de Curitiba e Butiatuba existia a mesma observância dos conventos da Província de Veneza (relatório de 1951). Insistia que os frades não faltassem aos retiros espirituais anuais.
Na celebração de seus 25 anos de vida sacerdotal (14.08.1963), recebeu muitas homenagens que exaltaram suas qualidades como orientador dos capuchinhos.
Quando guardião do convento das Mercês (1948) continuou e terminou a torre das Mercês iniciada por Frei Beda Toffanello que a levantou até o setor dos sinos. Quando Custódio provincial, animou e colaborou para que Frei Nereu Bassi instala-se os atuais sinos, inaugurados aos 08 de junho de 1952.
Durante seu segundo triênio (1951-1954), construiu o convento Imaculada Conceição de Ponta Grossa, para onde transferiu a sede de governo. E quando Comissário provincial, iniciou (1958) o convento Bom Jesus para nele instalar o curso de filosofia, inaugurado aos 07 de março de 1961.
A maior obra material de Frei Patrício foi a construção do seminário Santa Maria em Engenheiro Gutierrez que, ainda inacabado, o inaugurou no início do ano escolar de 1953. Uma obra com 71 metros de frente, 53 de fundo, três andares e quatro na ala esquerda, calculado para 200 seminaristas.
Apoiou a construção e manutenção do Ginásio Assunção de Uraí, o Ginásio Anchieta de Capinzal, o Ginásio São Francisco de Assis de Curitiba. Dirigiu o Seminário São José (Butiatuba) para os irmãos não clérigos e abriu as Escolas Vocacionais de Laurentino, Ouro e São Lourenço do Oeste. Aceitou a Capelania Ferroviária de Ponta Grossa e as Capelanias Militares de Curitiba e Ponta Grossa.
Continuou a estruturação de nossa vida e ação apostólica assumindo as paróquias de Londrina, Arapongas, Cruzeiro do Oeste, São Lourenço do Oeste, Laurentino, Alfredo Wagner, Florianópolis, Mandaguaçu e Alto Paraná.
Participou de Capítulo provincial em Veneza (1951, 1954), do Capítulo geral de 1958, de muitas reuniões e assembléias dos religiosos do Brasil, do encontro dos superiores capuchinhos do Brasil com o visitador geral Frei Agatângelo de Langasco. Esteve presente aos festejos do jubileu de ouro de Dom Inácio de Ribeirão Preto em Guaxupé (1962) e no seu enterro (31.05.1963). Acabou a igreja e a torre de São Lourenço do Oeste e muitas outras obras. A cidade de S. Lourenço do Oeste concedeu-lhe o título de Cidadão Honorário (1969), mas ele não quis recebê-lo.
Frei Patrício mostrou o mesmo entusiasmo e eficiência no trabalho pastoral como pároco em São Lourenço do Oeste (1964-1966), em Santo Antônio da Platina (1967). Seu coração e sua alma sentiram-se realmente realizadas quando pode fazer parte da equipe missionária. Missionário volante desde o ano de 1967 até a morte.
Apóstolo ardente, trabalhador incansável. Capuchinho orante e austero. Sabia harmonizar o espírito seráfico, a capacidade organizadora e a atividade. O que exigia dos outros, testemunhava-o com sua vida. Sua alegria chegava ao ápice quando constatava que o espírito de fraternidade entrava e residia em todos os lugares.
Frei Patrício tinha terminado de pregar as missões em Ituporanga, SC. Quis viajar até Ponta Grossa, PR e aproveitou a passagem de um caminhão até Curitiba. Perto de São José dos Pinhais, o caminhão teve um acidente; rivou e tombou várias vezes. Frei Patrício sofreu grave lesão cerebral nos ferros torcidos da cabina. Eram 05h30 horas de 20 de março de 1981. Atendido imediatamente, foi levado ao hospital de S. José dos Pinhais onde, por 17 dias, foi atendido pelo dr. Luiz Ernani Mdalozzo. Faleceu no dia 5 de abril de 1981, às 23h15, no hospital de São José dos Pinhais, perto de Curitiba.
Foi sepultado no cemitério de Butiatuba.