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Frei Felipe chega ao México: 'eu era um irmão aguardado'

31/08/2020 - 15h03
Em relato, o frade capuchinho enviado ao México em julho conta sobre a sua chegada

Há muito tempo a missão e a presença dos nossos frades em terras mexicanas me chama a atenção. Os testemunhos, as histórias e suas experiências despertaram em mim, desde o início da minha caminhada vocacional, o desejo de um dia poder experienciar esta realidade. Um desejo que desde sempre foi parte do meu projeto de vida: a Missão! Hoje, após alguns anos de caminhada e de formação, este sonho aos poucos vai tomando forma e tornando-se realidade.

O que hoje tenho a possibilidade de viver é fruto de muito empenho e discernimento. A possibilidade de concluir meu tempode pós-noviciado com uma experiência de missão junto aos irmãos capuchinhos da Custódia San Juan Diego Cuauhtlatoatzin, no Norte do México, é para mim, uma graça. E sou muito agradecido por recebê-la!

Depois de muito refletir, ponderar, e tendo sido meu pedido aceito e aprovado pelo conselho provincial, demos início a uma longa jornada de preparação para minha viagem. Tantos documentos necessários, cartas, pedidos e autorizações: quantas idas e vindas nos últimos meses até que tudo estivesse de acordo. Quando tudo parecia finalizado, e eu, pronto para partir, veio a triste e terrível pandemia do Covid-19. E de repente, tudo se tornou incerto. Os meses que se seguiram foram de longa espera e expectativa. Haveria ainda a possibilidade de viajar nesse semestre? A tão esperada viagem seria suspensa? E lá se foram quase 5 meses. Neste tempo, todavia, fiz uma bela e significativa experiência de retorno a fraternidade do Postulado. Tempo fecundo e de amadurecimento. Gratidão aos irmãos por tão grata convivência!

Enfim, em julho, após muitas conversar com os frades da Custódia e avaliando a atual situação do país e do mundo, tendo sido liberado os voos e reabertas as fronteiras, nova data surgia para enfim embarcar às terras mexicanas: vinte e cinco de julho de dois mil e vinte. No dia 10 de julho, no final do encontro de formandos na Serra de São Pedro, uma missa com o envio missionário, presidida pelo nosso Ministro Provincial, Frei Arcanjo, marcava o encerramento de um ciclo e a abertura de um novo tempo no meu processo formativo. A partir de então, muitas despedidas!

A semana que antecedeu a viagem fora marcada por momentos de convivência fraterna e partilhas com os irmãos. Tempo necessário para me preparar e poder seguir. No dia 25, logo pela manhã, Frei Arcanjo, Frei Carlos Silva e Frei Maycon me acompanharam até o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Era hora de partir, de ir ao encontro do novo horizonte que despontava em meu caminho. O voo foi tranquilo, quase doze horas de viagem até Monterrey, com escala na Cidade do México. Uma certa tensão me acompanhou, pois esta foi minha primeira viagem para tão longe e sozinho. Sozinho, porque a situação atual requer cuidados, e não convinha que o Provincial ou outros frades me acompanhassem. Concordamos que seria melhor assim.

A chegada no México foi repleta de expectativas, tudo era novo. No aeroporto de Monterrey, Frei Israel, meu novo formador e guardião, junto com Frei Arturo me receberam. Fomos até a fraternidade São Félix de Cantalício, onde está a paróquia dos frades, e lá, Frei Davi, nosso Custódio, me recebeu com grande alegria, junto com os demais irmãos. Logo após, seguimos para o Convento São Pio de Pietrelcina, minha nova casa. Logo na chegada, ao cruzarmos o portão central, os sinos do convento anunciavam a chegada no mais novo irmão à fraternidade. Os frades que ali estavam, Frei Guilhermo, Frei Mário Luiz e Frei Jesús Manuel, junto com Frei Israel e Frei Arturo, me acolheram com grande festa: as bandeiras do Brasil e do México lado a lado, música e balões. Naquele momento fui tomado por uma grande alegria, eu era um irmão aguardado.

Dias depois regressaram à fraternidade os pós-noviços e demais frades que aqui vivem, e muito bem me receberam todos eles. Não há palavras suficientes que expressem a gratidão que sinto. Os frades, todos acolhedores e atenciosos. Aos poucos vou me adaptando, conhecendo melhor cada um deles e eles a mim, também a rotina da fraternidade e tudo mais. Quanto aoespanhol, bom, não há melhor escola que a vida fraterna para me ensinar!

Concluo essa breve partilha agradecendo a todos os meus irmãos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste sonho. Gratidão aos meus formadores por me indicarem o caminho e por me prepararem para assumir essa missão. Eterna gratidão a nossa Província, pela confiança e oportunidade! Seguimos unidos. Somos uma Ordem de Irmãos!

HASTA LUEGO, HERMANOS. DIOS NOS BENDIGA!


por Frei Felipe Helder

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Paulo Henrique (Assessoria de Comunicação e Imprensa, São Paulo - SP)

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