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Frei Nelson Berto

25/08/1938
09/06/1990

Morreu na festa da Santíssima Trindade


Na noite de 9 para 10 de junho de 1990, fulminado por um “Infarto agudo do miocárdio”, Frei Nelson Berto encerrou sua caminhada terrena e partiu para a casa do Pai. Tinha 51 anos de idade, quase 34 de vida religiosa e 27 de sacerdócio.

Para ele a morte chegou mesmo “como um ladrão”, como diz o Evangelho. Tão de repente, que deixou os que o conheciam aturdidos com a notícia do falecimento. Esperavam-no para presidir a missa dominical da solenidade da Santíssima Trindade, quando veio a notícia da razão do seu atraso. Morreu sem incomodar quem quer que fosse, assim como alguém que, partindo para uma viagem, não quisesse despedir-se de ninguém, pois as despedidas são sempre tristes.

 

Dados biográficos

 

Nasceu em Pau D’Alhinho aos 25 de agosto de 1938, filho de Antônio Berto e Regina Previatti. Foi batizado por Frei Félix de Rio das Pedras aos 8 de outubro de 1938, na capela Santo Antônio, no bairro Pau D’Alhinho. Fez a Primeira Comunhão aos 9 de junho de 1946. Foi crismado por Dom Ernesto de Paula, em outubro de 1947, na mesma capela Santo Antônio. Estudou as primeiras letras em Piracicaba-SP.

 

Seminários

 

Frei Nelson ingressou no Seminário São Fidélis de Piracicaba-SP, no dia 30 de janeiro de 1949, com 11 anos de idade. Em 1955, os seminaristas dos dois últimos anos de Seminário foram transferidos para o convento São José de Mococa-SP. Parte de uma ala do convento foi transformada em Seminário. Aí concluiu os estudos seminarísticos e preparou-se para o noviciado. Na época, esta preparação era uma exigência cuidadosa. Os candidatos ao noviciado aprendiam bem a recitação do Ofício Divino e toda disciplina contida no Manual do Noviço.

 

Noviciado, Profissão, Filosofia, Teologia e Ordenação

 

Frei Nelson vestiu o hábito franciscano capuchinho no convento Santa Clara, em Taubaté-SP, aos 21 de dezembro de 1955. Foi seu Mestre Frei Marcos Brevi. Fez a profissão temporária no dia 22 de dezembro de 1956, perante o Provincial Frei Anselmo Donei. Nos anos 1957, 1958 e 1959 estudou Filosofia em Mococa-SP, onde emitiu a profissão perpétua, perante Frei Anselmo Donei, ex-Provincial e Diretor dos Estudantes, no dia 23 de dezembro de 1959.

De 1960 a 1963 cursou Teologia em São Paulo-SP. Recebeu a Primeira Tonsura, na Catedral de São Paulo, aos 22 de dezembro de 1960, conferida por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira. Dom Antônio Macedo, CSSR, conferiu-lhe as Ordens Menores aos 22 de dezembro de 1961. Foi ordenado Subdiácono aos aos 22 setembro de 1962 e Diácono por Dom Vicente Marchetti Zioni, no Seminário Verbo Divino, aos 22 de dezembro de 1962.

Os religiosos Franciscanos Capuchinhos tinham o privilégio de receber a Ordenação Sacerdotal no início do último ano de Teologia, uma vez que tivessem idade canônica requerida pelo Direito. Frei Nelson e seus colegas de turma receberam a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Bernardo José Bueno Miele, Bispo Auxiliar de Campinas, em nossa Igreja Imaculada Conceição, São Paulo, no dia 29 de junho de 1963. “Sei em Quem acreditei” (2 Tim. 1,12) é a inscrição nas lembranças distribuídas aos fiéis no dia da ordenação e da primeira missa.

 

Transferências e atividades

 

Naquele tempo não existiam experiências pastorais em fins de semana no período da formação. Depois de um ano de pastoral, em São Paulo, foi transferido para o convento Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba, em 18 de outubro de 1964, como confessor e pregador. Um ano depois passou para o Semi-nário São Fidélis, onde foi professor. Cursou, então, a Faculdade de Pedagogia na UNIMEP e se formou aos 20 de fevereiro de 1969. Transferido para São Paulo, em janeiro de 1972, foi nomeado Diretor Pedagógico do IMACO (Instituto Imaculada Conceição), professor e vigário cooperador de 1972 a 1977. De 1978 a 1980 foi Secretário Provincial, atendendo também a paróquia de são Lourenço da Serra.

Nos últimos anos esteve em Penápolis (de 1981 a 1983 e de 1987 a 1989) e em Birigui (de 1984 a 1986). Mudou-se em janeiro de 1990 para Piracicaba, outra vez para o Seminário São Fidélis, onde poderia dedicar-se plenamente a seus estudos de história da Província, ótimo serviço prestado a todos nós. Mas, além disso estava sendo um dedicado capelão da Santa Casa e apreciado vigário paroquial atuando no Lar Franciscano de Menores. Muitos piracicabanos gostavam bastante de seus artigos de caráter histórico no Jornal de Piracicaba. Vida Fraterna (Boletim de Animação da Vida da Província) publicou alguns destes artigos de Frei Nelson com os títulos: “100 ANOS” e “RECORDANDO”.

Trabalhos históricos publicados

1. “À Sombra do Santuário” sobre os Capuchinhos em Penápolis e região “Santa Cruz do Avanhan-dava”.
2. “Capuchinhos de São Paulo”, apontamentos de pastoral missionária de 1890 a 1980.
3. “Capuchinhos em Piracicaba”, Igreja Sagrado Coração de Jesus, 1890 a 1960.
4. “Capuchinhos no Largo São Francisco”, 1897 a 1908. Missões no litoral paulista: 1896 a 1897.
5. “Catálogo Geral dos Religiosos Professos da Província dos Capuchinhos de São Paulo”.
6. “Dados Biográficos dos Frades Falecidos”, 1889 a 1984.
7. “Dados Sobre Estudos e Formação”.
8. “Documentos e Correspondências”, 1886 a 1946.
9. “Pastoral Missionária” apontamentos de 1890 a 1980.
10. “Seminário Seráfico São Fidélis”.
11. “Tentativas de Missões Indígenas”: Campos Novos do Paranapanema-SP, Jataí-PR, Rio Verde-MS, Marrecas-SP.

“O único necessário”

Na apresentação deste trabalho: “Dados Biográficos dos Frades Falecidos (1889-1984)”, entre outras, Frei Nelson fez as seguintes afirmações: “Cada um deles nos traz mensagens para nossa vida cristã e religiosa... Muitos terão considerado suas vidas como loucuras ou inúteis, mas eles estão na paz... Até suas fraquezas e pecados são de intenso brilho, pois quando somos fracos é que se manifesta a força de Deus...

Tudo é graça do Senhor e é Ele que opera em nós, não apenas o querer mas até o realizar o bem.

Cada vida é única e cheia de mensagens.

Uns mais santos, outros menos. Uns, mais virtuosos, outros menos amadurecidos no bem.

Todos eles terão certamente lutado por viver o único necessário: O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Cf. pag. VII).

Frei Nelson tinha começado a preparar a edição em livro de todos os trabalhos históricos. Pesquisou, não só as fontes existentes na Província, mas viajou para Roma, Trento e lá conseguiu ótimo material de trabalho histórico.

Frei Nelson nunca perdeu aquela simplicidade de filho de trabalhadores da roça. Uma alma verdadeiramente franciscana. De temperamento retraído, escondia um grande coração, que se tornava perceptível à medida que crescia a convivência e a amizade. Sempre disponível, quer como sacerdote, quer como pesquisador. De boa vontade procurava atender quem dele precisasse.

 

História pascal

 

Na ordenação sacerdotal de Frei Alonso, em Penápolis, Dom Irineu Danelon referiu-se a ele dizendo: “Aos 51 anos Frei Nelson foi convidado a oferecer ao Pai o sacrifício perfeito de si mesmo. Historiador, agora ele compreende bem a história que Deus tinha sobre sua pessoa e, compreendendo esta história, ele está conosco, porque a nossa história é a história pascal, é a história de todo amor sobre qualquer outra força que existe no mundo”.

A Província dos Capuchinhos de São Paulo, seus familiares e amigos sentimos profundamente a sua partida. Que o Senhor da História conceda-lhe a felicidade eterna.
 

Frei Eduardo Batista do Nascimento

09/02/1915
09/06/1998

Frei Eduardo nasceu em Grama, Estado de São Paulo, aos 9 de fevereiro de 1915. Seu nome de batismo e civil era Lauro. Era filho de João Batista do Nascimento e Eva Tacili do Nascimento. Foi batizado na matriz da paróquia São Sebastião da Grama e também ali crismado por Dom Alberto José Gonçalves. Fez a Primeira Eucaristia na matriz de Grama no dia 20 de janeiro de 1925. No Seminário Diocesano de Campinas fez o curso ginasial.

 

Noviciado e Profissão

 

Vestiu o hábito franciscano capuchinho em Taubaté, convento Santa Clara, iniciando o noviciado aos 16 de abril de 1942. Foi seu Mestre Frei Salvador de Cavêdine. Terminado o noviciado, emitiu a profissão temporária perante Frei Felicíssimo de Prada no dia 17 de abril de 1943. Fez a profissão perpétua perante Frei Mansueto de Jaboticabal, no convento São José, Mococa, aos 30 de maio de 1946.

 

Filosofia, Teologia e Ordenação

 

Estudou Filosofia em Mococa, de 1943 a 1945. Estudou os dois primeiros anos de Teologia em Mococa nos anos 1946 a 1947 e em São Paulo, de 1948 a 1949. Em Mococa, nos dias 11, 12 e 14 de junho de 1947, Dom Manoel da Silveira Delboux, Arcebispo de Ribeirão Preto, conferiu-lhe a Primeira Tonsura e todas as Ordens Menores. Foi ordenado Subdiácono por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, em São Paulo, no dia 22 de maio de 1948 e Diácono por Dom Paulo Rolim Loureiro, aos 18 de setembro do mesmo ano. Recebeu a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Paulo Rolim Loureiro, em São Paulo, aos 18 de dezembro de 1949. Concluiu os estudos em São Paulo em 1949.

 

Ministério sacerdotal

 

Em 1949 exerceu o ministério sacerdotal em São Paulo como Padre Estudante. Concluídos os estudos, em 1950 foi transferido para o convento Santa Clara de Taubaté. Aí permaneceu até 1953. De 1954 a 1960 foi Pároco em Valparaíso, pertencendo à Fraternidade de Birigüi. Em 1961 recebeu transferência para o convento Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba. De 15 de novembro de 1961 a 14 de novembro de 1968 foi Guardião e Pároco na paróquia Santo António da Vila Alpina, em Santo André. Durante o ano de 1969 foi Capelão com residência no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Morou em Botucatu para tratamento de saúde cinco meses em 1970. Transferido para Penápolis no mesmo ano, trabalhava como Pároco em Glicério.

Aos 6 de fevereiro de 1973 foi fazer uma experiência em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, trabalhando dois anos por lá. Voltou para Penápolis em 1975, passando alguns meses em Sapopemba, São Paulo. Foi transferido para Marília em 1976 e em 1977 retornou para Penápolis. Recebeu transferência para Taubaté em 1978, com residência em Natividade da Serra como Pároco da paróquia.

 

Um autêntico capuchinho

 

O Sr. Rafael Pereira de Abreu, ex-Frei Aleixo, colega de turma e amigo de Frei Eduardo, no Boletim “Vida Fraterna” Nº 352, apresenta dados importantes que mostram quem foi Frei Eduardo. “Era um autêntico capuchinho zeloso em tudo. Na liturgia não admitia e criticava, quem inventasse atos litúrgicos que não estivessem prescritos no ritual romano ou no missal. Na vida de convento condenava tudo o que fosse introduzido na Ordem relaxando a vida individual religiosa ou práticas prescritas em nossas normas aprovadas nos capítulos e ratificadas pelo Definitório Geral. Por isso, criticava os religiosos que não usassem o hábito religioso nas celebrações sacramentais. Teve grande dificuldade de andar sem o hábito mesmo dentro de casa. Era um frade exemplar, rigoroso e às vezes até impertinente no seu zelo”.

 

Um frade trabalhador

 

Frei Eduardo não só era um frade autêntico e zeloso, mas trabalhador. Coisa que nunca conheceu foi a preguiça, o comodismo e o desânimo. Enfrentou com coragem heróica todos os desafios que a Ordem ou seus superiores lhe impuseram.

Em Valparaíso em 1954, recebeu a paróquia praticamente abandonada, sem movimento religioso, sem obras sociais. Assumiu a paróquia com coragem, atraindo as pessoas das irmandades que estavam afastadas para trabalharem e zelarem pela igreja e pelo culto. Construiu um hospital e casa para religiosas. Sua vida na paróquia era levantar às 4 horas e 30 minutos. Às 5 horas, uma pequena charrete o levava ao hospital para atender os doentes. Distribuía-lhes a comunhão e administrava a Unção dos Enfermos aos que estivessem em estado grave. De lá a mesma charrete o levava à casa das Irmãs para celebrar missa ou dar-lhes a comunhão. Voltava para a paróquia a fim de atender confissões e celebrar missa. Durante o dia trabalhava na paróquia.

 

Nova Matriz em Santo André

 

Em 1961 a obediência o chamou para Santo André para iniciar as obras da nova matriz e o convento. Foi um trabalho intenso com os engenheiros, empreiteiros e fornecedores de materiais, durante quase sete anos.

 

Em Taubaté

 

Depois de longo itinerário na Província de São Paulo e no nordeste do Brasil, exercendo o ministério sacerdotal nos mais diversos trabalhos pastorais, Frei Eduardo voltou para Taubaté pela última vez. Orientou as catequistas na preparação para a Primeira Comunhão das crianças. Era muito rigoroso. Certa vez chegou a reprovar uma turma de crianças por estarem mal preparadas principalmente para a confissão. Trabalhou com muito zelo e dedicação na formação da comunidade do bairro Ana Rosa. Construiu a capela para aquela comunidade cujo padroeiro é São Domingos de Gusmão.

 

Mais de três anos de calvário

 

Deus chamou Frei Eduardo a subir o calvário da dor e do sofrimento já havia mais de três anos. Freqüentemente acordava de madrugada com muita falta de ar, sendo levado ao Pronto Socorro. No dia 26 de agosto de 1996 foi internado no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo para uma cirurgia de duas pontes de safena no coração. Tendo passado bem durante certo tempo após a cirurgia, em outubro do mesmo ano, voltaram novamente as dores e angústias. Não podendo mais celebrar missa, fazia questão de atender confissões.

Frei Eduardo foi definitivamente transferido para a Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, em Piracicaba, no dia 25 de abril de 1998. Aos 8 de junho, um mês e alguns dias depois, apresentou mal-estar e náusea, sendo internado na Santa Casa, às 18 horas. Faleceu no dia 9 de junho de 1998, às 15 horas. Seu corpo foi velado na igreja do convento Sagrado Coração de Jesus. No dia seguinte, dia 10, depois de missa exequial, presidida pelo Ministro Provincial Frei Sermo Dorizotto, concelebrada por vários sacerdotes capuchinhos de Piracicaba, Taubaté, de outras Fraternidades, com participação dos Postulantes, Irmãs Franciscanas e fiéis, foi sepultado no Jazigo dos Frades Capuchinhos, Cemitério da Saudade de Piracicaba.

 

Frei Roque de Jacareí

24/09/1919
10/06/1961

Frei Roque de Jacareí (Francisco Cardoso Pereira) nasceu aos 24 de setembro de 1919. Filho de Benedito Cardoso Pereira e Maria José da Conceição. Batizado aos 6 de outubro.

Recebeu o hábito de Postulante aos 25 de agosto de 1947. Iniciou o Noviciado aos 25 de julho de 1948, em Taubaté, sendo seu Mestre Frei Epifânio Menegazzo. Votos simples a 26 de julho de 1949. Solenes, a 26 de julho de 1952 em Mococa. É então transferido para São Paulo, onde exerce o ofício de cozinheiro. Em 1954 vai para o Seminário de Piracicaba, como auxiliar de cozinha. Em 1956 está novamente em Taubaté como Porteiro e sacristão. Em 1960, em São Paulo, encarregado do Refeitório e outros ofícios.

Quem conheceu Frei Roque, sempre divisou nele um religioso reto, simples, puro, totalmente dedicado aos misteres humildes, silencioso, alegre em sua vocação de servir a Deus e aos irmãos. No trabalho e na oração, sem se perturbar com as dificuldades, sem preocupações com a vida dos demais, não tinha palavras para críticas ou murmurações. Costumava compor versos simples descrevendo a vida conventual ou pessoas, recitando-os com satisfação para os irmãos.

A seu modo, Frei Roque também “foi poeta, sonhou e amou na vida”... o sonho do bem e o amor às virtudes.

Internado para uma simples operação de apendicite, sua morte inesperada surpreendeu profundamente a todos, permanecendo um tanto misteriosa. Algum erro médico? Foi aos 10 de junho de 1961, no Hospital Santa Lúcia, em São Paulo. (Cf. R. V. pg. 1961, p. 34). - Também, AOMC, 77, 217.

Frei Oscar Lorenzi

14/02/1935
13/06/1985

Era o primogênito de cinco filhos do casal Afonso Martins Lorenzi e Alcídia de Arruda Leite Lorenzi. Nasceu aos 14 de fevereiro de 1935, em Saltinho, Piracicaba-SP. Foi batizado aos 8 de maio de 1935 na igreja do Bairro São Roque, paróquia de Saltinho, pelo Pe. Martinho Salgot. Na mesma paróquia, no dia 28 de abril de 1940, foi crismado por Dom Francisco de Campos Barreto, Bispo de Campinas-SP. Fez a primeira comunhão aos 16 de agosto de 1942, na igreja São Roque, capelinha da paróquia de Saltinho. Começou os primeiros estudos em Bairrinho, no “Grupo Escolar Capitão Antônio Corrêa Barbosa”. No dia 28 de janeiro de 1948, entrou para o Seminário São Fidélis de Piracicaba.

 

Noviciado e Primeira Profissão

 

No dia 8 de dezembro de 1953, o Comissariato Provincial foi elevado a Província Imaculada Conceição de São Paulo. No dia 24 de dezembro de 1953, primeiro ano da Província, Frei Oscar vestiu o hábito franciscano capuchinho e iniciou o noviciado. Eram 8 noviços. Em consideração a Frei Benigno de Sant’llário Milanese, Ministro Geral que veio elevar o Comissariato a Província, Oscar Lorenzi recebeu o nome de Frei Benigno, conservando-o até permissão a todos os frades de voltarem ao nome de batismo e civil. Foi seu Mestre Frei Marcos Brevi. Aos 25 de dezembro de 1954, em Taubaté, convento Santa Clara, emitiu a profissão temporária, perante Frei Anselmo Donei, primeiro Ministro Provincial.

 

Filosofia, Profissão, Teologia e Ordenação

 

Emitida a profissão temporária, foi para o convento São José de Mococa-SP, onde estudou Filosofia nos anos de 1955 a 1957. Aos 25 de dezembro de 1957 fez a profissão pepétua perante Frei Germano Chisté, Ministro Provincial, no convento São José, Mococa. Em São Paulo, no convento Imaculada Conceição, de 1958 a 1961 estudou a Sagrada Teologia e recebeu todas as ordenações que precedem a Ordenação Sacerdotal. Na igreja de Vila Formosa recebeu a primeira tonsura conferida por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, aos 20 de dezembro de 1958. Aos 19 de dezembro de 1959, na Catedral Metropolitana, o mesmo Bispo conferiu-lhe as Ordens Menores. Foi ordenado Subdiácono por Dom Paulo Rolim Loureiro, em 24 de setembro de 1960 e Diácono, por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, aos 17 de dezembro de 1960, na mesma Catedral Metropolitana. Recebeu a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Aníger Francisco Maria de Melillo, Bispo de Piracicaba, na igreja Sagrado Coração de Jesus dos frades capuchinhos no dia 12 de março de 1961.

 

São Paulo e Piracicaba

 

Após terminar o Curso Teológico, permaneceu em São Paulo durante o ano 1962 para o Curso de Pastoral no ISPAR (Instituto de Pastoral dos Religiosos). Em 12 de janeiro de 1963 foi transferido para Piracicaba, Seminário São Fidélis. Aí exerceu o cargo de Diretor e professor. Enquanto permaneceu em Piracicaba, além de professor e Diretor dos Seminaristas, ocupou também os cargos de confessor e capelão rural. Foi conferencista para as Religiosas de Piracicaba e Rio Claro de 1963 a 1966 e confessor extraordinário das Irmãs do Puríssimo Coração de Maria, em Rio Claro.

 

Nova Veneza

 

Aos 29 de dezembro de 1966, Frei Oscar foi transferido para o Seminário São Francisco de Assis de Nova Veneza-SP. Foi constituído Prefeito dos Estudos, professor e Pároco da paróquia São Francisco de Assis de Nova Veneza.

 

São Paulo, Petrópolis e São Paulo

 

Depois de dois anos e alguns meses em Nova Veneza, recebeu a terceira transferência. Aos 28 de janeiro de 1969 Frei Oscar foi transferido para São Paulo. Foi Vigário Cooperador da paróquia Imaculada Conceição e Comissário Distrital da OFS (Ordem Franciscana Secular). De 27 de fevereiro a 23 de novembro do mesmo ano cursou o CEFEPAL em Petrópolis-RJ. De volta para São Paulo, foi nomeado Assistente Provincial da OFS do Estado de São Paulo até o fim do triênio.

 

Morreu na festa de Santo Antônio

 

De saúde frágil sofria muito com diabetes que não conseguia controlar. Tinha toda assistência médica, na Santa Casa, com médicos amigos e especialmente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. Estava se preparando para uma intervenção cirúrgica nos olhos. Tal cirurgia não foi possível porque já estava com insuficiência renal. Colocava resistência à internação e quando decidiu, houve demora no atendimento. Internado, seus amigos que o acompanhavam ouviram dele um doloroso lamento: “Já é tarde! Agora não adianta mais”. Uma lágrima rolou no seu rosto e assim faleceu no dia 13 de junho de 1985, festa de Santo Antônio de Pádua.

Seu corpo foi velado no Santuário Nossa Senhora de Lourdes, em Botucatu. Após Missa Exequial presidida pelo Arcebispo Metropolitano Dom Vicente Marchetti Zioni e concelebrada pelo Provincial, muitos sacerdotes, religiosos e participação dos fiéis amigos, seu corpo foi levado para Piracicaba, sua terra natal, para ser velado pelos pais ainda vivos e seus familiares. Foi sepultado no jazigo dos Frades Capuchinhos, no Cemitério da Saudade. Mais tarde, seus restos mortais foram exumados e colocados na Cripta da Igreja Sagrado Coração de Jesus, dos Frades Capuchinhos, em Piracicaba.

Era um irmão que vivia profundamente a fraternidade. Parece que nenhum frade teve dificuldade de conviver com ele. Era muito inteligente, de comunicação fácil, quando falava e quando escrevia, possuidor de clareza de idéias. Muito organizado em tudo, andava sempre bem arrumado e limpo. Já no Seminário, tirava nota 10 de comportamento, asseio e aplicação. Dava gosto visitar seu quarto, escritório, observar seu lugar no coro e a carteira na sala de aulas. As túnicas, estolas e cálice que usava nas celebrações litúrgicas eram muito bem cuidados.

Frei Oscar viveu 50 anos, sendo 32 de vida religiosa como frade capuchinho e quase 25 de ministério sacerdotal.

Frei Benjamim Salvador Ridolfo

21/06/1912
16/06/2004

Frei Benjamim Salvador Ridolfo nasceu em Piracicaba-SP no dia 21 de junho de 1912. Era filho de Artur Ridolfo e Maria Salvador Ridolfo. Foi batizado na igreja São Benedito em Piracicaba aos 8 de setembro de 1912 e crismado por Dom Joaquim Mamede da Silva Leite, em Piracicaba. Recebeu a Primeira Eucaristia na igreja Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba, aos 15 de agosto de 1918. Fez os primeiros estudos em Piracicaba. Entrou para o Seminário São Fidélis aos 4 de julho de 1922.

 

Noviciado e Profissão

 

Vestiu o hábito franciscano capuchinho e iniciou o noviciado no convento Santa Clara, em Taubaté, aos 17 de fevereiro de 1929. Foi seu Mestre Frei Ricardo de Denno. Emitiu a profissão temporária perante Frei Tiago de Cavêdine no convento de noviciado no dia 23 de fevereiro de 1930. Fez a profissão perpétua perante Frei Manoel de Seregnano, em São Paulo, aos 19 de agosto de 1933.

 

Filosofia, Teologia e Ordenação

 

Estudou Filosofia e Teologia em São Paulo nos 1930 a 1932 e 1933 a 1936. Recebeu a Primeira Tonsura e as Ordens Menores conferidas por Dom Frei Luís Maria de Santana, em São Paulo, aos 20 e 21 de agosto de 1933. Foi ordenado Subdiácono por Dom José Gaspar de Afonseca e Silva, em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1935 e Diácono por Dom Duarte Leopoldo e Silva aos 8 de março de 1936. Recebeu a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Frei Luís Maria de Santana, em São Paulo, aos 6 de junho de 1936.

 

Ministério sacerdotal

 

Concluídos os estudos em novembro de 1936, foi transferido para o Seminário São Fidélis de Piracicaba, como professor. Em janeiro de 1937 foi ser Vigário Cooperador em Penápolis. Em dezembro de 1938 recebeu nova transferência para o convento São José em Mococa onde foi professor no curso de Filosofia. Um ano depois, em dezembro de 1939, foi lecionar Teologia em São Paulo, sendo transferido para Taubaté em dezembro de 1940. De Taubaté, recebeu transferência para Santos como Vigário Cooperador e Vice-Guardião da Fraternidade Santo Antônio do Embaré. Aí permaneceu até janeiro de 1948, sendo transferido para São Paulo onde foi ser secretário no ginásio e lente na Escola Paulista de Direito (1945-1951). Residiu e trabalhou ainda em Taubaté (1951 a 1956), Piracicaba (1957 a 1959), Votuporanga (1960 a 1964), Birigui (1964 de fevereiro a maio) e São Paulo (1964 a 1996). Em São Paulo residiu e trabalhou no convento e paróquia Imaculada Conceição (1964 a 1983), exclaustrado (1984 a novembro de 1988), Fraternidade São Félix de Cantalício na Vila Guarany (1988 a 1998). No dia 4 de março de 1998 recebeu sua última transferência para a Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos em Piracicaba.

Nos conventos e paróquias onde residiu e trabalhou, Frei Benjamim foi professor no Seminário São Fidélis, nos cursos filosóficos e teológicos, lente na Escola Paulista de Direito e exerceu diversos cargos na Província e na Igreja: Pároco, Guardião, Assistente do Serviço de Assistência Social Missionária e da Federação dos Trabalhadores Cristãos.

 

Vigário Provincial

 

O Comissariado Provincial foi elevado a Província no dia 8 de dezembro de 1953. No 1º Capítulo Provincial realizado no convento Imaculada Conceição, em São Paulo, de 21 a 23 de dezembro de 1953, Frei Benjamim Salvador Ridolfo foi eleito 1º Definidor e Vigário Provincial, sendo nomeado pelo Definitório Guardião do convento de noviciado em Taubaté.

 

Na vida imortal

 

Frei Benjamim viveu seus últimos anos de vida na Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, Piracicaba. Faltando seis dias para completar 92 anos de idade, Frei Benjamim faleceu na Santa Casa de Piracicaba, aos 15 de junho de 2004, às 14 horas e 15 minutos. O atestado de óbito deu como causa da morte: “Insuficiência respiratória”, “Pneumonia bilateral”. Seu corpo foi velado na igreja do convento Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba. Às 10 horas do dia 16, o Ministro Provincial Frei João Alves dos Santos presidiu a missa exequial concelebrada por vários sacerdotes capuchinhos e do clero diocesano. Após as exéquias finais seu corpo foi sepultado na Capela Mortuária dos Frades Capuchinhos no Cemitério da Saudade, em Piracicaba.

 

Secretário do Governador Ademar de Barros

 

Frei Mauro Strabelli, na homilia da missa exequial, “exaltou a cultura de Frei Benjamim, seus dotes de pregador e seu cultivo do português castiço. Lembrou ainda sua presença franciscana no meio político como Secretário do Bem Estar Social do governador Ademar de Barros, fato incomum naqueles tempos, nos idos de 1960” (Cf. “Vida Fraterna” Nº 424, p. 10).

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