Tamanho do Texto:
A+
A-

Franciscanos despedem-se de Dom Paulo Evaristo Arns

16/12/2016 - 16h06
Participaram da Missa familiares de Dom Evaristo, que ressaltaram o toque franciscano da celebração. Dom Evaristo Arns morreu na quarta em decorrência de uma broncopneumonia, aos 95 anos.

A Família Franciscana se reuniu na manhã desta sexta-feira (16/12), às 10 horas, para prestar a última homenagem a Dom Paulo Evaristo Arns e, como destacou o Ministro Provincial dos Frades Menores (SP), Frei Fidêncio Vanboemmel, “celebrar, no espírito de São Francisco de Assis, a visita da Irmã Morte e o mistério pascal deste nosso querido confrade e pastor”.

Frei Fidêncio presidiu a celebração e teve como concelebrantes o Arcebispo de Porto Alegre e seu confrade, Dom Jaime Spengler, e o arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva. Entre os religiosos presentes, o Ministro Provincial dos Frades Menores Capuchinhos, Frei Carlos Silva, e do Ministro Provincial dos Frades Menores Conventuais, Frei Gílson Nunes.

Frei Fidêncio, na sua homilia, lembrou que Dom Paulo rezava e repetia com muita frequência o “Cântico das Criaturas”, o hino que o próprio São Francisco pediu que os frades cantassem no momento de sua morte. No final da celebração, o Ministro Provincial repetiu o gesto e chamou todos os frades para perto do corpo de Dom Paulo. Pediu que cantassem este hino enquanto fez a encomendação do corpo. 

Em dois dias de velório, o povo fez filas para se despedir de Dom Paulo e participar de uma das 23 missas de corpo presente, enchendo sempre a Catedral. 

Mensagem da Família Franciscana do Brasil:

Frei Gilson Nunes, Provincial dos Conventuais, leu a mensagem do presidente da Conferência da Família Franciscana, o Capuchinho Frei Ederson Queiroz OFMCap:

“A Conferência da Família Franciscana do Brasil (CFF), unida à Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e à Arquidiocese de São Paulo, cantam os louvores do Senhor pela irmã morte. A irmã morte corporal que introduziu na alegria da Ressurreição nosso confrade e bom pastor, Dom Paulo Evaristo Arns. Frei Paulo, digno filho de São Francisco de Assis, deixou-nos um rastro de fidelidade a Deus, à Igreja e aos pobres. Sua vida franciscana o mergulhou na realidade da grande cidade de São Paulo. Tornou-se a voz dos sem voz, sobretudo daqueles que foram perseguidos pela ditadura militar.  Fez do púlpito sua arma pela paz. E como pai bradava pela vida dos seus filhos, tragados pela malícia de um sistema perverso. Como seguidor do Poverello de Assis, deu a vida pelos pobres. Por isso, tornou-se conhecido como o Cardeal das Periferias, o Cardeal dos Operários, o Cardeal do Vaticano II, o Cardeal do Diálogo Inter-religioso, o Cardeal Franciscano. Sua vida simples e próxima dos simples irradiava ternura e alegria, própria de quem vivia sob o signo da esperança. E de esperança em esperança foi o seu lema episcopal, foi a maneira de estar na vida irradiando confiança de quem acreditava que, para além da escuridão da noite, lindo seria o nascer de um novo dia.

Hoje, um sentimento de orfandade toma o nosso coração. O filho de São Francisco levou consigo muitos segredos, sobretudo os segredos dos pobres, as lágrimas das mães, a rebeldia da juventude, o sonho de uma nova pátria e nos introduziu nos céus, junto ao trono do Cordeiro. Podemos imaginá-lo como anjo da Igreja da Pauliceia dizendo: Amém, Amém, vem Senhor Jesus!”.

A última celebração de corpo presente acontece neste momento, na Catedral da Sé.


Com texto de Moacir Meggo - Franciscanos
Imagens de Luciney Martins (Arquidiocese de SP) e Paulo Henrique (Capuchinhos de SP)

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Paulo Henrique (Cúria Provincial - Província dos Capuchinhos de São Paulo)

Deixar um comentário