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I CONGRESSO INTERFRANCISCANO DE JPIC DO NORDESTE

25/08/2019 - 17h11

As Comissões de JPIC (Justiça, Paz e Integridade da Criação) dos ramos franciscanos no Nordeste realizaram o I Congresso Interfranciscano de JPIC, na cidade da Lagoa Seca, Paraíba, de 15 a 18 de agosto do ano corrente. Teve como tema "uma cultura do encontro", e o lema "que todos seja um". Contou com a participação de quatro assessores e mais de sessenta participantes, membros da OFM, capuchinhos, conventuais, OFS, JUFRA, congregações religiosas... Durante o congresso foram debatidos assuntos sobre diálogo, espiritualidade franciscana, o migrante como lugar teólogico, Laudato Si' e Políticas Públicas.

Foi um momento de grande riqueza e aprofundamento para a Família Franciscana e amadurecimento da nossa maneira de pensar e agir dentro do nosso carisma. É importante que continuemos a lutar por um mundo justo, cheio de paz e com respeito aos seres criados por Deus.

Segue a carta final do Congresso:

CARTA–COMPROMISSO DO I CONGRESSO REGIONAL INTERFRANCISCANO DE JUSTIÇA, PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO (JPIC)

“Não há distinção entre judeu e grego, pois ele é o Senhor de todos, rico para com todos aqueles que o invocam.” (Rm 10, 12)

Do dia 15 ao dia 18 de agosto de 2019 reuniram-se representações da Família Franciscana presente no Nordeste do Brasil para participar do I Congresso Regional Interfranciscano de JPIC, que tomou lugar na cidade de Lagoa Seca, na Paraíba.

Neste congresso, à luz da espiritualidade franciscana, clamores e esperanças relacionados aos migrantes, políticas públicas, diálogo ecumênico e inter-religioso e em defesa do meio ambiente, nortearam as reflexões.

Percebemos a existência de diversos sinais de opressões e morte que permeiam nosso país diante dos grandes retrocessos vivenciados e intensificados recentemente, por meio da penalização dos pobres a partir da retirada de direitos, destruição do meio ambiente, principalmente da Amazônia, intolerância religiosa e de posturas antidemocráticas. Notamos também que são diversos os sinais de fechamento nos espaços eclesiais que em alguns momentos se revelam permeados por sinais de morte e cruz, tais sinais se apresentam na ausência de diálogo com as diferenças cultural, religiosa e com a opção preferencial pelos pobres e excluídos dos nossos tempos.

Fortalecidos por aquilo que Jesus nos disse no Evangelho de João: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10), sentimo-nos convocados a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária. Estamos convencidos de que é urgente acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e refugiados1 , bem como toda a natureza e lutar por políticas públicas emancipatórias.

Com isso, inspirados pelo testemunho evangélico de São Francisco e motivados pelos apelos do Papa Francisco, na busca da colaboração da justiça pela utopia do Reino de Deus, sinais de uma continuidade do sonho de Jesus para a humanidade, nós, representações da Família Franciscana presentes neste Congresso, com espírito de humildade, nos comprometemos em: Viver o sagrado na realidade enfrentada no dia a dia das nossas missões; Escutar, inserir-nos nas realidades que nos cercam na busca por ver Deus nas nossas ações; Tomar a iniciativa de conhecer as realidades das outras expressões de Fé, sem intenções proselitistas; Conhecer os organismos já existentes e suas propostas de Ecumenismo; Comunicar a cultura do encontro, pois somos chamados à abertura ao diferente, promovendo diálogos e resgatando no outro os sinais da presença do Criador; Envolver-nos e sermos presença em ações sociais (sobretudo em relação aos migrantes) em nossas realidades e Igrejas locais e, não havendo tais momentos, promovê-las; Incentivar os trabalhos das Pastorais Sociais (Terra, Encarcerados, Sem-terra, etc.); Inteirar-nos das políticas públicas para que sejamos motivadores e conscientizadores sociais nas nossas comunidades e fiscalizar a aplicação dos recursos e realização das políticas públicas; Ser motivadores de propostas dentro dos diversos conselhos (Conselho de Saúde, Conselho de Assistência Social, Conselho de Educação, Conselho de Juventude, etc.).

Que a espiritualidade franciscana inspirada pela profecia evangélica se alimente do mesmo projeto de Jesus para a humanidade que diz “vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu julgo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 28-29) e nos auxilie e conduza, na vivência revolucionária da cultura do amor.

Lagoa Seca – PB, 18 de agosto de 2019

Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB

Por Frei Marcelo Toyansk (Conferência CCB)

Luciano Bernardi
31 de agosto de 2019
Grato ao irmão Marcelo T. por ter propiciado nossa participação como franciscanos conventiais a este histórico cingresso
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