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11 São Inácio de Laconi - Capuchinho
11/05/2024

Religioso da Primeira Ordem (1701-1781). Foi canonizado por Pio XII no dia 21 de outubro de 1951.

 

Santo Inácio de Láconi, o segundo numa família de nove irmãos, nasceu em Láconi, na Sardenha, a 17 de novembro de 1701. Foram seus pais Matias Peis Cadello e Ana Maria Sanna Casu, pobres de bens materiais, mas ricos de fé. Desde pequeno se distinguiu pela sua bondade e piedade; sendo ainda adolescente, praticava contínuas mortificações e rigorosos jejuns.

Tinha 18 anos quando ficou gravemente doente e fez, então, a promessa de se fazer capuchinho se viesse a curar-se. Mais tarde, escapou a outro perigo mortal e nessa altura cumpriu a sua promessa. A 3 de novembro de 1721 foi a Cagliari e apresentou-se no Convento dos Capuchinhos de Buoncammino.

Recusado inicialmente por causa da sua frágil constituição física foi, finalmente, admitido. Vestiu o hábito religioso dos Capuchinhos no Convento de São Bento a 10 de Novembro de 1721. No final do ano do noviciado, foi transferido para o Convento de Iglesias, onde recebeu o ofício de dispenseiro, sendo, ao mesmo tempo, encarregado de esmolar na campanha de Sulcis.

Depois de passar durante 15 anos por diversos conventos, Inácio foi enviado para Cagliari, para o Convento de Buoncammino, recebendo aí o encargo de confeccionar os hábitos para os religiosos e depois, a partir de 1741, o ofício de pedir esmola naquela cidade – um ofício, então, considerado de grande importância e responsabilidade.

Cagliari foi, assim, durante 40 anos, o campo do seu maravilhoso apostolado, desenvolvido com um amor imenso no meio dos pobres e dos pescadores. Era venerado pelo encanto da sua virtude e pelos milagres que ia realizando até ao ponto de ser chamado por todos como “Padre Santo”. Um testemunho daquele tempo, nada suspeito e que mostra a grande veneração de que era geralmente rodeado o humilde capuchinho, é-nos oferecido pelo pastor protestante, José Fues, que vivia naquele tempo em Cagliari.

Numa carta escrita a um seu amigo da Alemanha, assim se exprimia: “Vemos todos os dias a pedir esmola, perambulando pela cidade, um santo vivo que é o irmão leigo capuchinho que, com vários milagres, conquistou a veneração de todos os seus compatriotas”.

Converteu-se numa figura típica, quase insubstituível naquela cidade da Sardenha que, precisamente naquela altura, tinha passado para o domínio da casa de Savoia. Pedia esmola nos bairros pobres, ao longo do porto, nas tavernas e nas lojas. Pedia e dava ao mesmo tempo. Por um lado, dava qualquer ajuda para socorrer os necessitados e, por outro, também um exemplo, uma boa palavra, um conselho, uma recomendação a apontar a virtude.

Conhecido por todos, por todos era respeitado e amado. Ia vendo as gerações sucederem-se em torno do seu próprio hábito, as crianças a converterem-se em homens e os homens a ficarem velhos. Somente ele não mudava. Sempre nos mesmos lugares, sempre atento à sua missão, sempre com a mesma humildade e caridade, a mesma simplicidade e bondade.

Tendo perdido a visão em 1779, passou os últimos anos de vida em intensa oração até ao dia da sua gloriosa morte, que teve lugar em Cagliari, a 11 de maio de 1781.

Fonte: “Santos franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola

12 São Leopoldo Mandic - Capuchinho
12/05/2024

Sacerdote da Primeira Ordem (1866-1942). Canonizado por João Paulo II no dia 16 de outubro de 1983.

 

São Leopoldo Mandic nasceu em Castelnovo de Cátaro da Dalmácia, na Iugoslávia, a 12 de maio de 1866, numa família croata. Os pais, profundamente religiosos, educaram-no nos mais elevados sentimentos em relação a Deus e aos homens.

Quando tinha 16 anos, sentindo-se chamado a trabalhar pelo regresso dos orientais à unidade com a Igreja Católica, deixou a sua casa paterna e decidiu entrar na Ordem dos Capuchinhos, em Bassano del Grappa, a 2 de Maio de 1884.

A 20 de setembro de 1890 foi ordenado sacerdote em Veneza. Convencido que o Senhor o chamava a um grande ideal, pediu, com insistência, aos seus superiores que o deixassem partir para o Oriente a fim de poder dedicar a sua vida à reunificação na Igreja Católica dos cristãos ortodoxos. Porém, as suas precárias condições de saúde não lhe permitiram e teve, assim, de se submeter à vontade dos seus superiores e passou, então, por diversos conventos, entregando-se ao ministério das confissões até que, em 1909, foi destinado ao Convento de Santa Cruz, em Pádua, para atender de forma estável o sacramento da Reconciliação. Ali permaneceu até a morte.

Uma pequena cela junto à igreja converteu-se no campo do seu maravilhoso apostolado: o sacramento da Reconciliação. Este divino ministério foi, nas mãos de São Leopoldo, uma eficaz arma de salvação para as almas no seguimento pelos caminhos de Deus. Ali, se mantinha a atender as pessoas durante todo o dia, sem uma hora de descanso, sem gozar jamais de quaisquer férias, não obstante o tórrido calor do verão e o intenso frio do inverno – na celazinha que servia de confessionário nunca teve aquecimento!

Muito depressa, aquela despida cela se converteu em farol luminoso que atraía almas sem conta, necessitadas de paz e de conforto. Para todos, São Leopoldo tinha palavras de perdão, de paz, de estímulo para o bem. Somente o Senhor sabe quantos foram os penitentes que se vieram ajoelhar aos seus pés durante quarenta anos. Quanto bem ali realizou e tudo no silêncio mais absoluto e no mais profundo recolhimento. Nenhuma propaganda em volta dele.

Pedia ao Senhor que pudesse fazer todo o bem possível, mas que ninguém o soubesse. E foi ouvido, porque, nem os jornais, nem qualquer outro meio de propaganda se ocuparam dele. Somente Deus deveria ser glorificado na sua humilde pessoa. Sempre envolto em sofrimento, suportou tudo para a salvação das pessoas que se aproximavam dele. A tudo isso acrescentava ainda penitências ocultas. Não descansava mais de quatro horas por noite.

Em cada uma das pessoas que se aproximava dele via o seu Oriente. Era devotíssimo da Eucaristia. Costumava dizer: “Oh! Se os nossos olhos pudessem ver o que acontece sobre o altar durante a Missa! A nossa pobre humanidade não poderia suportar a grandeza de tamanho mistério (…)”. Era filial e intenso o seu amor à Virgem Maria, a “Padroeira Bendita”.

Chegou aos 76 anos. Um tumor no esófago prostrou-o na manhã de 30 de julho de 1942, no momento em que se preparava para celebrar a Eucaristia. Naquela manhã, ele mesmo se converteu em vítima sobre o altar do Senhor. As suas últimas palavras foram uma invocação a Nossa Senhora da qual tinha sido sempre devoto.

As vozes e a convicção de todos era que tinha morrido naquele momento um santo. Começaram a invocá-lo para obterem conforto e graças do Céu. O seu corpo, sepultado numa capela junto ao seu confessionário, foi encontrado incorrupto.

A 2 de maio de 1976, durante o Sínodo da Evangelização, o Papa Paulo VI beatificou-o, em São Pedro, afirmando, nessa altura: “Que o nosso Beato saiba chamar ao sacramento da Penitência, a este, certamente, severo tribunal, mas não menos amável refúgio de conforto, de verdade, de ressurreição para a graça e de exercício para a autenticidade cristã, muitas almas para lhes fazer experimentar as secretas e renovadas alegrias do Evangelho no colóquio com o pai, no encontro com Cristo, na consolação do Espírito Santo”.

18 São Félix de Cantalício - Capuchinho
18/05/2024

Religioso da Primeira Ordem (1515-1587). Canonizado por Clemente XI no dia 22 de maio de 1712.

 

Félix de Cantalício foi uma das mais populares e mais características figuras da Roma do século XVI. Nasceu na aldeia de Cantalício, pequena povoado no sopé dos Apeninos, próximo de Rieti, em 1515. Até aos 30 anos, trabalhou no campo, como agricultor, viajando, depois, para Roma, não para gozar dos divertimentos da gente da cidade nem para melhorar sua condição de pobre e humilde.

Entrou como religioso na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e, a partir de 1547, até à sua morte em 1587, dedicou- se a pedir esmola de porta em porta no Convento de São Nicolau, hoje chamado de Santa Cruz dos Luccesi. Passava pelas ruas de Roma, com o seu áspero e pobre hábito, pedindo esmola, não só para o Convento, mas também para os pobres e para os doentes.

A todo aquele que lhe dava qualquer coisa dizia sempre: Deo gratias – Graças a Deus! Aos que não lhe davam nada, dizia também: Deo gratias. Por isso, bem depressa começou a ser conhecido pelo nome de Frei Deo gratias. São Filipe de Néri, o apóstolo florentino dos romanos, tornou-se o seu grande amigo. Quando São Filipe o encontrava na rua, pedia-lhe publicamente conselhos e ensinamentos.

A simplicidade espontânea e popular de frei Félix rodeava-o de gratificante admiração. São Carlos Borromeu tinha-o em grande consideração, como muitos outros prelados que reconheciam naquele inculto, mas tão espiritual capuchinho, uma capacidade intelectual extraordinária. Predisse a Sisto V que este seria Papa e aconselhou-o a comportar- se dignamente quando o fosse. Viram-se muitas púrpuras cardinalícias e dignidades prelatícias a inclinar-se diante daquele aldeão, vestido de hábito capuchinho.

Félix tinha temperamento místico. Dormia apenas 3 horas por dia. O resto da noite consagrava-o, na igreja, à oração, na contemplação dos mistérios da vida de Jesus. Comungava todos os dias o Corpo do Senhor. Nos dias santos era seu costume fazer a peregrinação às Sete Igrejas de Roma ou, então, visitava os doentes nos diversos hospitais da cidade. Alimentou sempre terna devoção para com Nossa Senhora que lhe apareceu muitas vezes e lhe entregou o Menino Jesus que ele estreitava amorosamente nos braços.

Morreu aos 72 anos, no dia 18 de maio de 1587, arrebatado numa visão de Nossa Senhora. A sua sepultura, na igreja da Imaculada Conceição dos Capuchinhos de Roma, converteu-se em lugar de peregrinação. Foi canonizado por Clemente XI, a 22 de maio de 1712.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola

19 São Crispim de Viterbo - Capuchinho
19/05/2024

Religioso da Primeira Ordem (1668-1750). Canonizado por João Paulo II em 20 de junho de 1982.

 

São Crispim nasceu em Viterbo de uma humilde família, a 13 de Novembro de 1668. Recebeu no batismo o nome de Pedro Fioretti. Eram seus pais Ubaldo e Márcia que lhe deram uma profunda e cuidadosa educação cristã. Frequentou os primeiros anos da escola. Apesar da sua frágil constituição física, logo se começou a impor penitências voluntárias. O seu primeiro trabalho foi o de aprendiz de sapateiro.

Desejoso de levar uma vida austera e de se consagrar a Deus, a 22 de Julho de 1693, foi admitido no noviciado dos Capuchinhos em Palanzana, junto à sua terra natal. Feita a profissão religiosa, logo a seguir, foi destinado ao Convento de Tolfa, como ajudante de cozinha.

A sua personalidade de asceta, o seu estilo de cantor do bom Deus e de Nossa Senhora, bem depressa mostraram aquilo que iria ser. Amante da pobreza, dotado de espírito generoso e sensível às manifestações da alegria, cheio de caridade e de atenções fraternas para com os pecadores, os pobres, os encarcerados e as crianças abandonadas, sabia tornar-se útil e agradável nos mais variados ofícios. Era, ao mesmo tempo, encarregado do quintal, enfermeiro, cozinheiro e ainda ia pedir esmola de porta em porta.

Jovial por temperamento e por coerência com o ideal franciscano, sabia fazer amar a virtude e consolar os que sofriam. Com simplicidade edificante, entoava canções, compunha e recitava poesias. Levantava pequeninos altares a Nossa Senhora, sua Mãe e Senhora dulcíssima. A um seu irmão que lhe chamava a atenção por este seu modo de ser e de se comportar como inconveniente para o estado religioso, ele respondia: Eu sou o arauto do grande Rei. Deixai-me cantar como São Francisco. Estes cantos farão bem ao espírito de quem me ouve. Sempre, é claro, com a ajuda de Deus e da sua grande Mãe.

A sua confiança sem limites na Divina Providência e a sua união com Deus foram muitas vezes premiadas com milagres e carismas. Era procurado por prelados, nobres e sábios que lhe pediam conselhos, porém, nunca mudou a sua atitude simples e modesta.

Durante 40 anos pediu esmola, de porta em porta, em Orvieto e arredores, procurando os meios necessários de subsistência para a sua comunidade e para os necessitados da “grande família de Orvieto”. Neste trabalho praticou obras notáveis no campo da assistência e no campo religioso, sobretudo com os doentes, os encarcerados, as mães solteiras, as famílias pobres, as pessoas desesperadas. Homem de paz, no meio dos seus irmãos, no seio das famílias, entre os cidadãos, entre o povo e a autoridade civil ou religiosa e, tudo isto, sempre com uma santa alegria.

Devotíssimo do Santíssimo Sacramento e de Nossa Senhora, foi cumulado de sabedoria celeste que o levava a ser consultado, como se disse, por homens da cultura.

Desgastado pelo trabalho e pelas penitências, passou os últimos anos da sua vida em Roma, no Convento da Imaculada Conceição, na rua Vittorio Veneto.

O Cardeal Trémouille, embaixador do rei de França, encontrando-se gravemente doente, pediu que lhe chamassem o nosso santo que o curou com a sua oração. De outra vez, quando o Papa Clemente XIV tomava parte na eucaristia da igreja dos Capuchinhos, um dos seus camareiros foi acometido de dores gravíssimas. Era frequente suceder-lhe este fenômeno. Médico algum conseguia descobrir a cura para o seu mal. São Crispim levou-o diante do altar de Nossa Senhora e a cura foi instantânea. No dia 19 de maio de 1750, com 82 anos de idade, entrega santamente sua alma ao Pai.

24 Dedicação da Basílica de São Francisco de Assis
24/05/2024

Imediatamente após a canonização, que ocorreu em 16 de julho de 1228, o Papa Gregório IX quis que em honra a São Francisco, o “Poverello de Assis”, fosse elevado um magnífico templo e ali seus restos mortais fossem preservados. O mesmo Pontífice abençoou a pedra fundamental em 17 de Julho de 1228 e, na festa de Pentecostes, 25 de maio de 1230, ordenou que o corpo do santo foi transportado da igreja de São Jorge para a nova basílica, a igreja-mãe da Ordem dos Ordem dos Frades Menores. Inocêncio IV a consagrou solenemente em 1253, elevando à basílica patriarcal e capela papal por Bento XIV em 1764.

São Francisco queria morrer perto da Porciúncula, onde havia iniciado a vida religiosa. Mas aquele que havia escolhido a pobreza como um caminho para amar e deixava-a como herança a seus filhos.

A construção da basílica superior começou logo após 1239 e foi finalizada em 1253. Sua arquitetura é uma síntese do Românico e do Gótico Italiano. As igrejas foram decoradas pelos maiores artistas daquele tempo, vindos de Roma, Toscana e Úmbria. A igreja inferior tem afrescos de Cimabue e Giotto; na igreja superior está uma série de afrescos com cenas da vida de São Francisco, também atribuída a Giotto e seus seguidores. A Basílica é administrada pelos Frades Menores Conventuais (OFM Conv). Os Frades Franciscanos Conventuais são os guardiães dos restos mortais do Santo de Assis.

No dia 26 de setembro de 1997, Assis foi atingida por dois fortes terremotos que danificaram severamente a basílica (parte do teto dela ruiu durante o segundo tremor, destruindo um afresco de Cimabue), que passou dois anos fechada para restauração.

A Basílica inferior, que representaria a penitência, consiste em uma nave central com várias capelas laterais com arcos semicirculares. A nave é decorada com os afrescos mais antigos da igreja, criados por um artista chamado Mestre de São Francisco. Eles mostram cinco cenas da Paixão de Cristo à direita, e à esquerda, cenas da vida de São Francisco. Esses afrescos foram finalizados em 1260-1263. São considerados os melhores exemplos da pintura mural da Toscana, antes de Cimabue.

Como a popularidade da igreja aumentou, capelas laterais para famílias nobres foram adicionadas entre 1270 e 1350, destruindo os afrescos na paredes. A primeira capela à esquerda é decorada com dez afrescos de Simone Martini. Esses estão entre os maiores trabalhos de Martini e os melhores exemplos da pintura do século XIV.

A nave termina em uma abside semicircular ricamente decorada, precedida por um transepto. Os afrescos no transepto direito mostram a infância de Cristo, feitos parcialmente por Giotto e seus aprendizes e a Natividade pelo anônimo Mestre di San Nicola. O nível inferior mostra três afrescos representando São Francisco ajudando duas crianças. Esses afrescos de Giotto foram revolucionários para a época, pois mostravam pessoas reais com emoções em uma paisagem realista.

Na parede do transepto, Cimabue pintou uma de suas obras mais famosas: Nossa Senhora com São Francisco, Anjos e Santos (1280). Esse é provavelmente o retrato mais assemelhado a São Francisco. A pintura estática em estilo gótico contrasta com as pinturas dinâmicas de Giotto. O transepto esquerdo foi decorado pelo pintor Pietro Lorenzetti e seus aprendizes entre 1315 e 1330. Os afrescos mostram seis cenas da Paixão de Cristo, sendo a mais impressionante a Descida da Cruz, onde se percebe a sombra em uma pintura pela primeira vez desde a Antiguidade.

 

Cripta com túmulo de São Francisco de Assis

 

Pela nave se pode descer para a cripta através de uma escadaria dupla. Esse local, que guarda o túmulo de Francisco foi descoberto em 1818.

O túmulo tinha sido escondido por Frei Elia para evitar que suas relíquias se espalhassem pela Europa medieval. Por ordem do Papa Pio IX, uma cripta foi construída embaixo da Basílica inferior. Foi projetada por Pasquale Belli com mármore fino em estilo neoclássico, mas foi redesenhada em pedra crua em estilo neo-Românico por Ugo Tarchi entre 1925 e 1932.

Ao lado da Basílica, fica o Sacro Convento, que se assemelha a uma fortaleza e que já era habitado em 1230. O Convento agora abriga uma vasta biblioteca (com obras medievais), um museu com obras de arte doadas por peregrinos pelos séculos e também 57 obras (principalmente das Escolas Florentina e Sienesa) da Coleção Perkins.

 

Nave da Basílica superior

 

A entrada da Basílica superior (que representa a glória) é pela arcada do convento dos frades. O estilo dessa área é completamente diferente da Basílica inferior. Grandes janelas de vidro colorido banham com luz as obras de Giotto e Cimabue.

A parte final ao oeste do transepto e a abside foram decoradas com vários afrescos de Cimabue e seus aprendizes (1280). Infelizmente, devido ao material usado na obra, os afrescos logo sofreram os efeitos da umidade. Estão hoje muito deteriorados e foram quase reduzidos a meros negativos fotográficos.

A parte superior, em ambos os lados da nave, muito danificada pelos terremotos de 1997, foi decorada em duas filas com um total de 32 cenas do Velho Testamento e do Novo Testamento. Como levava cerca de seis meses para que se pintasse apenas uma parte da nave, diferentes artistas romanos e toscanos, seguidores de Cimabue, trabalharam na obra, tais como Giacomo, Jacopo Torriti e Pietro Cavallini.

Mas a obra mais importante da Basílica é, sem dúvida, a série de 28 afrescos atribuídos a um jovem Giotto na parte baixa da nave. Giotto usou a Legenda Maior, a biografia de Francisco para reconstruir os maiores eventos da vida do santo. As pinturas são vívidas, como se Giotto tivesse sido uma testemunha ocular da história. Os afrescos foram executados entre 1296 e 1304. Contudo, a autoria da obra ainda é debatida. Alguns críticos acreditam que a série tenha sido feita por um grupo de artistas inspirados em Giotto.