Frei Bernardino (Ângelo) Galliano Tomat de Venzone
12.12.1910 - Údine/Itália
30.06.1996 - Curitiba/Paraná
Frei Bernardino (Ângelo Galliano Tomat), filho de Ângelo Tomat e Argenta Galligaro, nasceu aos 12 de dezembro de 1910, em Venzone, província de Údine, região do Friulli, extremo norte da Itália. São seus irmãos: Aurora, Mário, Iolanda e Quinto. Frei Bernardino é o penúltimo.
Com um ano de idade emigrou para a Iugoslávia, na cidade de Ragusa, hoje Dubrovnik, província da Dalmácia. O pai era construtor civil e trabalhava como emprenteiro em construções de edifícios. Viajava continuamente para a Itália, em função de negócios de material de construção.
Frei Bernardino estudou na Iugoslávia até o terceiro ano primário e desde cedo trabalhou como restaurador de obras ornamentais e modelador de imagens.
Aos 24 anos, sentindo o chamado para a vida religiosa, ingressou no convento Madonna della Grazia, dos freis capuchinhos, em Dubrovnik. Era o dia 13 de novembro de 1934. Vestiu o hábito (10.10.1935) no convento de Skoffia Loca (que significa lugar do bispo), província Ilírica, na Eslovênia. Seu mestre de noviciado foi Frei Maurício Teras e o Ministro provincial de então era Frei Lino Praka. Fez a primeira profissão aos 15 de outubro de 1936, também em Skoffia Loda. Emitiu a profissão perpétua no dia 15 de outubro de1939, em Karlobag, na Croácia. Naquele tempo a província capuchinha da Iugoslávia era formada por duas etnias: Eslovênia e Croácia. Com o início da Segunda Guerra Mundial, (1939), Frei Bernardino foi transferido para Spalato, (hoje Splitz), província da Dalmácia. Em 1941, perseguido pelos comunistas, fugiu para a Itália com outros capuchinhos iugoslavos, escapando assim das tropas de Estrela Vermelha de TITO (Terceira Internacional Terrorística Organização). Residiu nos conventos dos capuchinhos de Firenze-Fano e em 1945, no convento de Castelmonte.
Em 1946, por dificuldades políticas que lhe impediam de retornar à sua província de Iliria e para realizar melhor o seu ideal missionário, solicitou incardinação na província Vêneta, com o decreto generalício de 17 de dezembro de 1946.
Aos 21 de abril de 1947, com os freis Ambrósio de Bagnoli, Lúcio de Ásolo, Salvador de Megliadino, Vitório de Údine, embarcou no navio "Ravello" do Armador Acquille Lauro, no porto de Gênova, rumo ao Brasil. Passou pelo Rio de Janeiro, desembarcando em Santos no dia 7.05.1947. Dali foram de trem a São Paulo, Ourinhos, chegando em Santo Antônio da Platina aos 14.05.1947.
Em nossa província trabalhou como cozinheiro, hospedeiro e sacristão nas seguintes localidades: Santo Antônio da Platina (1947-1948; 1954), Butiatuba (1968-1968) , Barra Fria (1949-1953; 1954), Curitiba (1948-1949; 1968-1971; 1972-1981), Ponta Grossa (1971) e Palmas (1971).
Foi incardinado em nossa Província aos 14 de março de 1960 e naturalizou-se brasileiro aos 16 de julho de 1979.
Aos 29 de março de 1995 foi transferido para a Enfermaria Provincial. Seu quadro geral, aos poucos se debilitava e Frei Bernardino foi se entregando. Permaneceu internado por algumas semanas no Hospital Nossa Senhora das Graças, onde veio a falecer na manhã de domingo, dia 20 de junho de 1996, depois de muito sofrimento. As exéquias foram celebradas na capela do convento Santo Antônio, em Butiatuba, com a presença de Frei Atílio Galvan, ministro provincial, muitos freis, amigos e fiéis.
Atendendo a solicitação do vereador Mário Celso Cunha, o prefeito de Curitiba Rafael Greca de Macedo sancionou a lei nº 9.047, de 16.05.1997, denominando Frei Bernardino Tomat o logradouro pblico que margeia o Parque Tanguá, desta capital.