Necrologia

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Frei Bernardo de São Pedro

21/01/1879
04/06/1905

Frei Bernardo (Manoel Ramos) nasceu em Funchal, na Ilha da Madeira, Portugal, aos 21 de janeiro de 1879. Filho de João Ramos e Maria das Dores Ramos. Vestiu o hábito aos 22 de fevereiro de 1899. Profissão simples a 26 de fevereiro de 1900. Solene, aos 23 de fevereiro de 1903.

Pouco ficou entre nós esse irmão, pois aos 15 de julho 1900 partia para a Província, onde faleceu aos 4 de junho de 1905.

Está entre os quatro primeiros noviços capuchinhos no Brasil, por sinal todos irmãos não clérigos.

 

Frei Paulino Rôveri

08/12/1919
06/06/1995

Frei Paulino nasceu em Jundiaí-SP, fazenda Santa Clara, aos 8 de dezembro de 1919. Seu nome de batismo e civil era José Rôveri. Era o terceiro filho de uma família de 12 irmãos. Seus pais, Alberto Rôveri e Elvira Artoni, tiveram seis filhos. Com o falecimento de dona Elvira, mãe de Frei Paulino, o Sr. Alberto contraiu segundo casamento, tendo outros seis filhos. Foi batizado na igreja Nossa Senhora do Desterro, Jundiaí, no dia 24 de dezembro de 1919 e crismado por Dom Duarte Leopoldo e Silva, na mesma igreja, em 1926. Fez a Primeira Eucaristia, na igreja Nossa Senhora do Desterro, aos 29 de setembro de 1927. Iniciou os primeiros estudos em Jundiaí. Entrou para o Seminário São Fidélis de Piracicaba aos 19 de fevereiro de 1931.

 

Noviciado e Profissão

 

Vestiu o hábito franciscano capuchinho, iniciando o noviciado no convento Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba, aos 3 de fevereiro de 1937. Foi seu Mestre Frei Felicíssimo de Prada. Fez a profissão temporária, perante Frei Eliseu de Cavêdine, Provincial de Trento que visitava a Missão transformada em Custódia Provincial, aos 4 de fevereiro de 1938. Emitiu a profissão perpétua perante Frei Plácido Bruschetta no convento São José, Mococa, aos 5 de agosto de 1941.

 

Filosofia, Teologia e Ordenação

 

Estudou Filosofia em Mococa, de 1938 a 1940 e Teologia em Mococa e São Paulo nos anos 1941 a 1944. Em Mococa, de 10 a 13 de junho de 1942, recebeu a Primeira Tonsura e as Ordenas Menores conferidas por Dom Manoel Silveira Delboux, Arcebispo de Ribeirão Preto. Em São Paulo, foi ordenado Subdiácono por Dom José Gaspar de Afonseca e Silva, aos 19 de junho de 1943. Em Botucatu, foi ordenado Diácono aos 18 de setembro de 1943. Recebeu a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Frei Luís Maria de Santana, em Botucatu, no dia 8 de dezembro de 1943. Concluiu os estudos em novembro de 1944.

 

Ministério sacerdotal

 

Frei Paulino exerceu o ministério sacerdotal nas seguintes paróquias e conventos: Penápolis, Birigüi, Piracicaba, convento Sagrado Coração de Jesus, Mococa e Cândido Mota.

Em dezembro de 1944, concluídos os estudos, foi trabalhar em Penápolis. Dedicou-se inteiramente à pastoral rural. Em novembro de 1946 foi para Birigüi. Permaneceu aí apenas três meses, sendo transferido para Piracicaba, convento Sagrado Coração de Jesus, em janeiro de 1947. Seu trabalho principal foi a pastoral rural, pregador e confessor. Reformou a igreja Sagrado Coração de Jesus por fora e iniciou a construção do prédio da assistência social mariana. Em janeiro de 1952 foi transferido para Mococa.

 

Missionário

 

Em dezembro de 1953, Frei Paulino recebeu transferência para Piracicaba, convento Sagrado Coração de Jesus, residência dos missionários. De 1953 a 1957 fez parte do Colégio Missionário, com Frei Liberato, Frei Afonso, Frei Fulgêncio e outros religiosos liberados para a pastoral missionária da nossa Província. Em janeiro de 1957 foi nomeado Delegado Distrital da OFS (Ordem Franciscana Secular).

 

Em Cândido Mota 35 anos

 

Em fevereiro de 1960 Frei Paulino foi transferido para a paróquia Nossa Senhora das Dores, em Cândido Mota. Amou aquela cidade e lá permaneceu até o desenlace. Construiu a igreja matriz Nossa Senhora das Dores, o convento, a capela do asilo e o centro vocacional. Sempre gostou de crianças. Por isso, ao construir o centro vocacional realizou seu maior sonho: “Sempre gostei de crianças. Quando comecei o centro, comecei também a realizar meu sonho. Hoje meu sonho está realizado. Estou perto da morte. Se a vida na terra acabar não tem importância, irei para uma vida nova”.

“Irei para uma vida nova”

Seis anos depois de fazer esta afirmação, Frei Paulino faleceu na manhã do dia 6 de junho de 1995, em Cândido Mota, na Casa de Saúde São Paulo, onde estava internado. Faleceu vítima de hemorragia aguda, decorrente da ruptura de um aneurisma da aorta abdominal. Foi velado na igreja matriz Nossa Senhora das Dores durante a tarde e a noite do dia 6. Centenas de pessoas de toda a região compareceram para velar o corpo. A missa exequial foi celebrada no dia seguinte, às 9 horas da manhã, presidida pelo Vigário Provincial Frei Osmar Cavaca e concelebrada por vários sacerdotes capuchinhos da nossa Província e alguns padres da diocese de Assis. Após a missa seu corpo foi levado pela multidão que o acompanhou até o cemitério municipal. Foi sepultado num jardim atrás da capela.

 

Paz e serenidade

 

“Com fé inigualável, Frei Paulino dedicou sua vida a acolher a todos os que o procuravam com muito carinho e bondade. Sempre foi ‘simples como uma pomba e prudente como a serpente’ e ao contrário dos que combatem o mal com a violência, Frei Paulino sempre procurou transmitir paz e serenidade. Foi um carismático do evangelho, já que todos queriam dele uma palavra de conforto e de segurança. E a encontravam, pois recomendava que a Bíblia deveria ter seu lugar de destaque no lar, assim como a oração em família. ‘A bênção, dizia ele, é um bem-estar para os fiéis e ninguém pode ser cristão se não ler a Bíblia’.”

 

Frei Rufino das Nves

08/06/2012

A família Capuchinha do Estado de São Paulo, e a fraternidade da Ordem em Penápolis, em particular, ainda que sentidas pela dor da perda de um irmão religioso, se alegraram com a entrada triunfante nos céus de frei Rufino das Neves, que nasceu para a vida eterna no último dia 8 de junho.  Ele, que era natural de Penápolis e consagrado à vida religiosa havia 66 anos, morreu em Piracicaba (SP) aos 88 anos, vitimado por uma falência múltipla de órgãos, após apresentar um quadro de insuficiência respiratória, da qual foi acometido repentinamente havia uma semana.

 

Fonte: Jornal Interior (Acesso em 6 de novembro de 2015, 14h24)

Frei Nelson Berto

25/08/1938
09/06/1990

Morreu na festa da Santíssima Trindade


Na noite de 9 para 10 de junho de 1990, fulminado por um “Infarto agudo do miocárdio”, Frei Nelson Berto encerrou sua caminhada terrena e partiu para a casa do Pai. Tinha 51 anos de idade, quase 34 de vida religiosa e 27 de sacerdócio.

Para ele a morte chegou mesmo “como um ladrão”, como diz o Evangelho. Tão de repente, que deixou os que o conheciam aturdidos com a notícia do falecimento. Esperavam-no para presidir a missa dominical da solenidade da Santíssima Trindade, quando veio a notícia da razão do seu atraso. Morreu sem incomodar quem quer que fosse, assim como alguém que, partindo para uma viagem, não quisesse despedir-se de ninguém, pois as despedidas são sempre tristes.

 

Dados biográficos

 

Nasceu em Pau D’Alhinho aos 25 de agosto de 1938, filho de Antônio Berto e Regina Previatti. Foi batizado por Frei Félix de Rio das Pedras aos 8 de outubro de 1938, na capela Santo Antônio, no bairro Pau D’Alhinho. Fez a Primeira Comunhão aos 9 de junho de 1946. Foi crismado por Dom Ernesto de Paula, em outubro de 1947, na mesma capela Santo Antônio. Estudou as primeiras letras em Piracicaba-SP.

 

Seminários

 

Frei Nelson ingressou no Seminário São Fidélis de Piracicaba-SP, no dia 30 de janeiro de 1949, com 11 anos de idade. Em 1955, os seminaristas dos dois últimos anos de Seminário foram transferidos para o convento São José de Mococa-SP. Parte de uma ala do convento foi transformada em Seminário. Aí concluiu os estudos seminarísticos e preparou-se para o noviciado. Na época, esta preparação era uma exigência cuidadosa. Os candidatos ao noviciado aprendiam bem a recitação do Ofício Divino e toda disciplina contida no Manual do Noviço.

 

Noviciado, Profissão, Filosofia, Teologia e Ordenação

 

Frei Nelson vestiu o hábito franciscano capuchinho no convento Santa Clara, em Taubaté-SP, aos 21 de dezembro de 1955. Foi seu Mestre Frei Marcos Brevi. Fez a profissão temporária no dia 22 de dezembro de 1956, perante o Provincial Frei Anselmo Donei. Nos anos 1957, 1958 e 1959 estudou Filosofia em Mococa-SP, onde emitiu a profissão perpétua, perante Frei Anselmo Donei, ex-Provincial e Diretor dos Estudantes, no dia 23 de dezembro de 1959.

De 1960 a 1963 cursou Teologia em São Paulo-SP. Recebeu a Primeira Tonsura, na Catedral de São Paulo, aos 22 de dezembro de 1960, conferida por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira. Dom Antônio Macedo, CSSR, conferiu-lhe as Ordens Menores aos 22 de dezembro de 1961. Foi ordenado Subdiácono aos aos 22 setembro de 1962 e Diácono por Dom Vicente Marchetti Zioni, no Seminário Verbo Divino, aos 22 de dezembro de 1962.

Os religiosos Franciscanos Capuchinhos tinham o privilégio de receber a Ordenação Sacerdotal no início do último ano de Teologia, uma vez que tivessem idade canônica requerida pelo Direito. Frei Nelson e seus colegas de turma receberam a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Bernardo José Bueno Miele, Bispo Auxiliar de Campinas, em nossa Igreja Imaculada Conceição, São Paulo, no dia 29 de junho de 1963. “Sei em Quem acreditei” (2 Tim. 1,12) é a inscrição nas lembranças distribuídas aos fiéis no dia da ordenação e da primeira missa.

 

Transferências e atividades

 

Naquele tempo não existiam experiências pastorais em fins de semana no período da formação. Depois de um ano de pastoral, em São Paulo, foi transferido para o convento Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba, em 18 de outubro de 1964, como confessor e pregador. Um ano depois passou para o Semi-nário São Fidélis, onde foi professor. Cursou, então, a Faculdade de Pedagogia na UNIMEP e se formou aos 20 de fevereiro de 1969. Transferido para São Paulo, em janeiro de 1972, foi nomeado Diretor Pedagógico do IMACO (Instituto Imaculada Conceição), professor e vigário cooperador de 1972 a 1977. De 1978 a 1980 foi Secretário Provincial, atendendo também a paróquia de são Lourenço da Serra.

Nos últimos anos esteve em Penápolis (de 1981 a 1983 e de 1987 a 1989) e em Birigui (de 1984 a 1986). Mudou-se em janeiro de 1990 para Piracicaba, outra vez para o Seminário São Fidélis, onde poderia dedicar-se plenamente a seus estudos de história da Província, ótimo serviço prestado a todos nós. Mas, além disso estava sendo um dedicado capelão da Santa Casa e apreciado vigário paroquial atuando no Lar Franciscano de Menores. Muitos piracicabanos gostavam bastante de seus artigos de caráter histórico no Jornal de Piracicaba. Vida Fraterna (Boletim de Animação da Vida da Província) publicou alguns destes artigos de Frei Nelson com os títulos: “100 ANOS” e “RECORDANDO”.

Trabalhos históricos publicados

1. “À Sombra do Santuário” sobre os Capuchinhos em Penápolis e região “Santa Cruz do Avanhan-dava”.
2. “Capuchinhos de São Paulo”, apontamentos de pastoral missionária de 1890 a 1980.
3. “Capuchinhos em Piracicaba”, Igreja Sagrado Coração de Jesus, 1890 a 1960.
4. “Capuchinhos no Largo São Francisco”, 1897 a 1908. Missões no litoral paulista: 1896 a 1897.
5. “Catálogo Geral dos Religiosos Professos da Província dos Capuchinhos de São Paulo”.
6. “Dados Biográficos dos Frades Falecidos”, 1889 a 1984.
7. “Dados Sobre Estudos e Formação”.
8. “Documentos e Correspondências”, 1886 a 1946.
9. “Pastoral Missionária” apontamentos de 1890 a 1980.
10. “Seminário Seráfico São Fidélis”.
11. “Tentativas de Missões Indígenas”: Campos Novos do Paranapanema-SP, Jataí-PR, Rio Verde-MS, Marrecas-SP.

“O único necessário”

Na apresentação deste trabalho: “Dados Biográficos dos Frades Falecidos (1889-1984)”, entre outras, Frei Nelson fez as seguintes afirmações: “Cada um deles nos traz mensagens para nossa vida cristã e religiosa... Muitos terão considerado suas vidas como loucuras ou inúteis, mas eles estão na paz... Até suas fraquezas e pecados são de intenso brilho, pois quando somos fracos é que se manifesta a força de Deus...

Tudo é graça do Senhor e é Ele que opera em nós, não apenas o querer mas até o realizar o bem.

Cada vida é única e cheia de mensagens.

Uns mais santos, outros menos. Uns, mais virtuosos, outros menos amadurecidos no bem.

Todos eles terão certamente lutado por viver o único necessário: O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Cf. pag. VII).

Frei Nelson tinha começado a preparar a edição em livro de todos os trabalhos históricos. Pesquisou, não só as fontes existentes na Província, mas viajou para Roma, Trento e lá conseguiu ótimo material de trabalho histórico.

Frei Nelson nunca perdeu aquela simplicidade de filho de trabalhadores da roça. Uma alma verdadeiramente franciscana. De temperamento retraído, escondia um grande coração, que se tornava perceptível à medida que crescia a convivência e a amizade. Sempre disponível, quer como sacerdote, quer como pesquisador. De boa vontade procurava atender quem dele precisasse.

 

História pascal

 

Na ordenação sacerdotal de Frei Alonso, em Penápolis, Dom Irineu Danelon referiu-se a ele dizendo: “Aos 51 anos Frei Nelson foi convidado a oferecer ao Pai o sacrifício perfeito de si mesmo. Historiador, agora ele compreende bem a história que Deus tinha sobre sua pessoa e, compreendendo esta história, ele está conosco, porque a nossa história é a história pascal, é a história de todo amor sobre qualquer outra força que existe no mundo”.

A Província dos Capuchinhos de São Paulo, seus familiares e amigos sentimos profundamente a sua partida. Que o Senhor da História conceda-lhe a felicidade eterna.
 

Frei Eduardo Batista do Nascimento

09/02/1915
09/06/1998

Frei Eduardo nasceu em Grama, Estado de São Paulo, aos 9 de fevereiro de 1915. Seu nome de batismo e civil era Lauro. Era filho de João Batista do Nascimento e Eva Tacili do Nascimento. Foi batizado na matriz da paróquia São Sebastião da Grama e também ali crismado por Dom Alberto José Gonçalves. Fez a Primeira Eucaristia na matriz de Grama no dia 20 de janeiro de 1925. No Seminário Diocesano de Campinas fez o curso ginasial.

 

Noviciado e Profissão

 

Vestiu o hábito franciscano capuchinho em Taubaté, convento Santa Clara, iniciando o noviciado aos 16 de abril de 1942. Foi seu Mestre Frei Salvador de Cavêdine. Terminado o noviciado, emitiu a profissão temporária perante Frei Felicíssimo de Prada no dia 17 de abril de 1943. Fez a profissão perpétua perante Frei Mansueto de Jaboticabal, no convento São José, Mococa, aos 30 de maio de 1946.

 

Filosofia, Teologia e Ordenação

 

Estudou Filosofia em Mococa, de 1943 a 1945. Estudou os dois primeiros anos de Teologia em Mococa nos anos 1946 a 1947 e em São Paulo, de 1948 a 1949. Em Mococa, nos dias 11, 12 e 14 de junho de 1947, Dom Manoel da Silveira Delboux, Arcebispo de Ribeirão Preto, conferiu-lhe a Primeira Tonsura e todas as Ordens Menores. Foi ordenado Subdiácono por Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, em São Paulo, no dia 22 de maio de 1948 e Diácono por Dom Paulo Rolim Loureiro, aos 18 de setembro do mesmo ano. Recebeu a Ordenação Sacerdotal pela imposição das mãos de Dom Paulo Rolim Loureiro, em São Paulo, aos 18 de dezembro de 1949. Concluiu os estudos em São Paulo em 1949.

 

Ministério sacerdotal

 

Em 1949 exerceu o ministério sacerdotal em São Paulo como Padre Estudante. Concluídos os estudos, em 1950 foi transferido para o convento Santa Clara de Taubaté. Aí permaneceu até 1953. De 1954 a 1960 foi Pároco em Valparaíso, pertencendo à Fraternidade de Birigüi. Em 1961 recebeu transferência para o convento Sagrado Coração de Jesus, Piracicaba. De 15 de novembro de 1961 a 14 de novembro de 1968 foi Guardião e Pároco na paróquia Santo António da Vila Alpina, em Santo André. Durante o ano de 1969 foi Capelão com residência no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Morou em Botucatu para tratamento de saúde cinco meses em 1970. Transferido para Penápolis no mesmo ano, trabalhava como Pároco em Glicério.

Aos 6 de fevereiro de 1973 foi fazer uma experiência em Juazeiro do Norte, Estado do Ceará, trabalhando dois anos por lá. Voltou para Penápolis em 1975, passando alguns meses em Sapopemba, São Paulo. Foi transferido para Marília em 1976 e em 1977 retornou para Penápolis. Recebeu transferência para Taubaté em 1978, com residência em Natividade da Serra como Pároco da paróquia.

 

Um autêntico capuchinho

 

O Sr. Rafael Pereira de Abreu, ex-Frei Aleixo, colega de turma e amigo de Frei Eduardo, no Boletim “Vida Fraterna” Nº 352, apresenta dados importantes que mostram quem foi Frei Eduardo. “Era um autêntico capuchinho zeloso em tudo. Na liturgia não admitia e criticava, quem inventasse atos litúrgicos que não estivessem prescritos no ritual romano ou no missal. Na vida de convento condenava tudo o que fosse introduzido na Ordem relaxando a vida individual religiosa ou práticas prescritas em nossas normas aprovadas nos capítulos e ratificadas pelo Definitório Geral. Por isso, criticava os religiosos que não usassem o hábito religioso nas celebrações sacramentais. Teve grande dificuldade de andar sem o hábito mesmo dentro de casa. Era um frade exemplar, rigoroso e às vezes até impertinente no seu zelo”.

 

Um frade trabalhador

 

Frei Eduardo não só era um frade autêntico e zeloso, mas trabalhador. Coisa que nunca conheceu foi a preguiça, o comodismo e o desânimo. Enfrentou com coragem heróica todos os desafios que a Ordem ou seus superiores lhe impuseram.

Em Valparaíso em 1954, recebeu a paróquia praticamente abandonada, sem movimento religioso, sem obras sociais. Assumiu a paróquia com coragem, atraindo as pessoas das irmandades que estavam afastadas para trabalharem e zelarem pela igreja e pelo culto. Construiu um hospital e casa para religiosas. Sua vida na paróquia era levantar às 4 horas e 30 minutos. Às 5 horas, uma pequena charrete o levava ao hospital para atender os doentes. Distribuía-lhes a comunhão e administrava a Unção dos Enfermos aos que estivessem em estado grave. De lá a mesma charrete o levava à casa das Irmãs para celebrar missa ou dar-lhes a comunhão. Voltava para a paróquia a fim de atender confissões e celebrar missa. Durante o dia trabalhava na paróquia.

 

Nova Matriz em Santo André

 

Em 1961 a obediência o chamou para Santo André para iniciar as obras da nova matriz e o convento. Foi um trabalho intenso com os engenheiros, empreiteiros e fornecedores de materiais, durante quase sete anos.

 

Em Taubaté

 

Depois de longo itinerário na Província de São Paulo e no nordeste do Brasil, exercendo o ministério sacerdotal nos mais diversos trabalhos pastorais, Frei Eduardo voltou para Taubaté pela última vez. Orientou as catequistas na preparação para a Primeira Comunhão das crianças. Era muito rigoroso. Certa vez chegou a reprovar uma turma de crianças por estarem mal preparadas principalmente para a confissão. Trabalhou com muito zelo e dedicação na formação da comunidade do bairro Ana Rosa. Construiu a capela para aquela comunidade cujo padroeiro é São Domingos de Gusmão.

 

Mais de três anos de calvário

 

Deus chamou Frei Eduardo a subir o calvário da dor e do sofrimento já havia mais de três anos. Freqüentemente acordava de madrugada com muita falta de ar, sendo levado ao Pronto Socorro. No dia 26 de agosto de 1996 foi internado no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo para uma cirurgia de duas pontes de safena no coração. Tendo passado bem durante certo tempo após a cirurgia, em outubro do mesmo ano, voltaram novamente as dores e angústias. Não podendo mais celebrar missa, fazia questão de atender confissões.

Frei Eduardo foi definitivamente transferido para a Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, em Piracicaba, no dia 25 de abril de 1998. Aos 8 de junho, um mês e alguns dias depois, apresentou mal-estar e náusea, sendo internado na Santa Casa, às 18 horas. Faleceu no dia 9 de junho de 1998, às 15 horas. Seu corpo foi velado na igreja do convento Sagrado Coração de Jesus. No dia seguinte, dia 10, depois de missa exequial, presidida pelo Ministro Provincial Frei Sermo Dorizotto, concelebrada por vários sacerdotes capuchinhos de Piracicaba, Taubaté, de outras Fraternidades, com participação dos Postulantes, Irmãs Franciscanas e fiéis, foi sepultado no Jazigo dos Frades Capuchinhos, Cemitério da Saudade de Piracicaba.

 

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