Necrologia

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FREI VICENTE DE ROSARIO (José Olegário Coelho)

30/05/1895
27/04/1951

Tinha 41 anos quando vestiu o hábito capuchinho no dia 23 de abril de 1936, iniciando o santo noviciado para fazer sua profissão religiosa aos 24 de abril de 1937.

Religioso simples e humilde, dedicou-se ao crescimento da Missão, não obstante a sua saúde precária exerceu vários serviços fraternos em nossas residências como porteiro e sacristão especialmente em Barra do Corda-MA. Desejoso de imitar os nossos santos antigos co-irmãos passava as horas livres do trabalho rezando rosários a Nossa Senhora.

Faleceu aos 56 anos de idade.

FREI AGOSTINHO FERNANDES (Hudson Fernandes)

22/11/1900
29/04/1998

Após os estudos secundários foi enviado à Província da Lombardia em 1924. Fez o noviciado no convento de SS Anunciada e cursou Filosofia e Teologia. Fez sua profissão simples em 08 de setembro de 1925. Foi ordenado presbítero no Duomo (Catedral) de Milão no dia 02 de agosto de 1931 por imposição das mãos do beato Cardeal Ildefonso Schuster.

Regressou ao Brasil em 1932, Foi Missionário na então Prelazia de Grajaú-MA de 1932 a 1936. Em 1935 trabalhou em Abaetetuba-PA que estava sem pároco e que sucessivamente seria confiada à fraternidade de Belém.

Transferido para Guaramiranga-CE, no estudantado inter-custodial lecionou filosofia de 1937 a 1940, ano em que volta a São Luís-MA como vigário do Anil. Dois anos depois (1942 voltou ao Ceará e lecionou matemática no Seminário Seráfico de Messejana. Em 1944 esteve em Teresina-PI. Em 1945 foi confessor na Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Transferido para Belém em 1947 permanece lá até 1950, desdobrando-se nas missões, nas visitas pastorais e nas pregações até adoecer.

Voltou de novo ao Ceará como confessor na Igreja do Sagrado Coração de Jesus e no ano sucessivo foi ao Leprosário de Antônio Diogo onde ficou a década. Em 1962 subiu a serra de Guaramiranga como capelão de Pernambuquinho-CE. Em 1970 voltou para Antônio Diogo ficando aí até 1995. Sua última destinação foi o convento do Sagrado Coração de Jesus de Fortaleza, onde viveu como ancião muito querido da nova província São Francisco das Chagas.

Dedicado aos leprosos. Fascinado pela missa que jamais deixava de celebrar mesmo quando viajava de ônibus. Era fascinado por questões teológicas. Tornou-se um exemplo de piedade. Só se interessa pelas coisas de Deus.

Ele executava sem dissonâncias: o religioso capuchinho pobre, desprendido, simples, austero e habituado à regular observância (aos 97 anos levanta-se às 4h da manhã, recitava todas as horas canónicas, celebrava 02 missas, ouvia confissões...) e o religioso franciscano, alegre, espontâneo, comunicativo, espirituoso, contador de histórias e anedotas, atualizado, dando a impressão que era realizado e feliz.

Em 1985 o governador do Ceará lhe conferiu a medalha da abolição pelos relevantes serviços prestados aos hansenianos. Seu corpo antes de ser tumulado no Cemitério São João Batista, foi até Antônio Diogo, onde uma grande multidão se despediu do venerado capelão, carinhosamente chamado de “o capuchinho dos hansenianos”.

Faleceu aos 98 anos de idade.

FREI HIGINO FERNANDES (Heitor Rodrigues Fernandes)

08/08/1921
11/04/1979

Envolvido em sua terra natal Grajaú, na atmosfera fortemente franciscano-capuchinha dos velhos missionários, tocado pelas narrações do martírio em Alto Alegre-MA e pela vida apostólica e austera dos frades com os quais convivia, em 1937 entrou no Seminário Seráfico de Messejana-CE. Vestiu o hábito em Guaramiranga em 1945 e fez sua primeira profissão no dia 11 de fevereiro de 1946. Estudou Filosofia em Guaramiranga, Teologia em Messejana e em Parnaíba-PI. Foi ordenado sacerdote por D. Frei Emiliano Lonati no dia 24 de dezembro de 1951 em Barra do Corda-MA.

O seu primeiro campo de apostolado se deu na paróquia do Anil em São Luís do Maranhão de 1952 a 1955. Nesse mesmo ano foi enviado ao Rio de Janeiro para pregar em preparação ao Congresso Eucarístico Internacional. Pregou missões populares também em Minas Gerais, na Diocese de Guaxupé. Os retiros espirituais, que ele fez questão de contar, foram 358, para as várias categorias de fiéis, sacerdotes, religiosos/as e estudantes.

De 1956 a 1960 foi solicitado pelos Irmãos Maristas de Fortaleza-CE para ser Capelão, Diretor espiritual e Professor de Religião no Colégio Marista Cearense.

De 1961 a 1963 foi colocado como Diretor espiritual no Seminário Seráfico de Messejana e no triênio sucessivo (1963-1966) como mestre dos noviços em Guaramiranga-CE. Transferido para Parnaíba foi diretor do juvenato para irmãos leigos de 1967 a 1969, cumulando também o ofício de assistente espiritual da OFS.

De 1970 a 1971 foi vigário de Luis Correia-PI e capelão dos hansenianos na Colónia do Carpina (Parnaíba), função exercida até o fim de sua vida. Foi um homem de intensa vida espiritual, fecundo e robusto pregador popular, eficaz orientador de retiros. Encaminhou a juventude seráfica na jovem Vice-Província do Ceará-Piauí, mas revelou a envergadura de sua espiritualidade no sofrimento da última doença que o preparou para o encontro com o Supremo Pastor. Deixou edificados todos os que conheceram e saudosos aqueles que o tiveram como orientador espiritual. Este testemunho de um companheiro de caminhada bem resume a sua vida: “...Chegou a ser o melhor animador de retiro, o melhor pregador popular proclamado pelo povão e o capelão dos hansenianos mais amado do Brasil”.

Faleceu aos 58 anos de idade.

FREI BELCHIOR AQUINO (Fidélis de Sousa Aquino)

24/04/1909
13/04/1981

Entrou na Ordem aos 32 anos vindo da polícia militar e foi uma das primícias do noviciado da Custódia Maranhense. Fez sua primeira profissão religiosa no dia 24 de abril de 1945. O noviciado da serra de Guaramiranga-CE foi o lugar que o teve repetidas vezes como membro da fraternidade, empenhado na formação e instrução dos jovens que aspiravam à vida seráfica. Sua profissão no mundo era alfaiate compatível com a vida do convento que abraçou e prestou relevantes serviços.

De 1945 a 1948, durante a segunda guerra mundial foi enviado ao Seminário Seráfico de Messejana como instrutor dos postulantes leigos e auxiliar de disciplina.

Por sua maturidade foi transferido para Belém do Pará como porteiro nos anos 1949-50 e em seguida para a recente fundação do Convento de Parnaíba-PI de 1950-52. Os superiores, apreciando suas qualidades devolvem-no a Guaramiranga de 1952-58, sempre como porteiro e de novo em Messejana em 1959 como alfaiate. Na abertura do convento de Sobral, lá está Frei Belchior como porteiro e horteleiro.

Seu porte humilde cativa-lhe a estima do povo e os superiores o encarregam de ir esmolar em benefício do Noviciado nos anos de 1954 a 1964; sua figura já encanecida na nova Custódia Geral do Ceará e Piauí tem forte valor exemplar e então de 1970 a 1972 é instrutor dos noviços em Guaramiranga, de onde é transferido para o convento do Coração de Jesus em Fortaleza. No ano de 1975 começa a manifestar-se nele o AVC. No ano seguinte passa a residir em Teresina, onde o clima é mais agradável e perto de seus familiares.

É incrível a disponibilidade deste irmão de cabeça branca que pode ser transferido pelos superiores de um Estado para outro e de um convento para outro, de uma casa para outra, sem que isto o deixe perturbado. Para onde ele vai, com seu comportamento manso e despretensioso cativa os frades e leigos e sabe viver o isolamento nos últimos seis anos de sua existência com edificante espírito de desprendimento e humildade. Na realidade Frei Belchior conseguiu fazer uma síntese meio grotesca, unindo os traços que herdou dá polícia, a pouca escolaridade e os estudos fragmentados de franciscanismo. Todos gostavam dele, tinha uma alma de criança, embora nunca tenha se encaixado no perfil padrão do frade.

Faleceu aos 72 anos de idade.

FREI GUIDO VIEIRA (Alonso Vieira de Sousa)

26/12/1928
13/04/2003

Com 10 anos de idade aceitou a proposta de seu pai - que ficara impressionado face à morte prematura de Frei Elígio de Désio em Messejana - de ser capuchinho para tomar o lugar dele como sacerdote missionário. Assim foi trazido por seu pai, o Sr. Luís Vieira, homem do interior, falante, pois, era um líder do povoado Guia em Boa Viagem.

Logo se adaptou ao ritmo do seminário, passou a ser considerado um bom aluno, sobressaindo-se por possuir uma memória privilegiada o que lhe facilitou ir criando uma das marcas que o distinguiu seu currículo, como um bom conhecedor de línguas e em sua caminhada cultural foi reconhecido como possuidor de amplos conhecimentos de grego, latim, italiano, francês e alemão.

Completados os estudos elementares, em 1948 foi enviado para o noviciado em Guaramiranga fazendo sua primeira profissão religiosa no dia 08 de dezembro de 1949. Logo em seguida em Parnaíba completa os estudos filosóficos e teológicos e sendo ordenado presbítero em 08 de dezembro de 1955.

Conservou sempre sem complexos, atitudes rústicas e brejeiras que trouxera do seu sertão. Logo após a conclusão dos estudos e a Ordenação sacerdotal, foi nomeado professor e subiu os degraus comuns dos que eram escolhidos para ficar nas casas de formação. Foi nomeado Diretor do pré-seminário em Juazeiro do Norte. Pertenceu ao Conselho da Custódia e da Vice-Província. Foi superior em Sobral, Messejana, Juazeiro e diretor da escola São Francisco. Fez especialização em Franciscanismo em Petrópolis-RJ e foi escolhido para participar de um curso de espiritualidade em Roma.

Nos últimos anos dedicou-se de maneira particular ao ministério da Reconciliação no Santuário do Sagrado Coração Jesus em Fortaleza.

Morreu repentinamente aos 76 anos de idade.

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