selecione uma data
23/10
04/01/2024

Santa Ângela de Foligno

Viúva, mística da Terceira Ordem (1248-1309). Clemente XI, no dia 7 de maio de 1701, concedeu em sua honra ofício e missa.


Ângela de Foligno é uma grande mística, da envergadura de Santa Catarina de Sena, Santa Teresa de Ávila, Santa Catarina de Génova e Santa Gema Galgáni.

Oriunda de família nobre, embora na juventude se tenha deixado seduzir pelo espírito mundano e prestado culto à vaidade feminina, veio a ser uma esposa e mãe exemplar. Quando, passado pouco tempo, se viu privada de toda a família, renunciou a todos os bens terrenos e ingressou na ordem terceira da penitência, fundada por São Francisco. A conversão ocorreu em 1285. Fez uma confissão geral perante o Padre Arnaldo ou Adão de Foligno, que desde essa altura foi o seu diretor espiritual e confidente. Dedicou o resto da vida à penitência e à caridade fraterna, que chegava ao heroísmo na assistência a leprosos. A sua doutrina, e sobretudo o seu exemplo, atraíram em redor dela um grupo de espíritos religiosos, entre os quais o célebre Fr. Ubertino de Casal.

Em 1292, como resultado duma peregrinação a Assis, dá uma nova e radical orientação à vida, distribuindo-a entre a penitência, a contemplação e a caridade para com outras mulheres que a ela se confiam como mestra espiritual. Viu-se então que Deus a escolhera para nela derramar o seu amor e lhe confiar revelações sublimes sobre os seus mistérios. Obedecendo à inspiração divina, sentiu-se obrigada a confidenciar ao seu confessor as visões e revelações que tinha, elementos da mais requintada mística cristã e franciscana. Dedicava especial predileção aos mistérios de Jesus a sofrer na cruz e ao sacrifício eucarístico. “O livro das admiráveis visões e consolações” é um tratado completo de teologia e mística. Apesar de nunca ter feito estudos teológicos, Ângela foi homenageada como “mestra de teólogos”. A sua sabedoria não era fruto de estudos, mas apenas de inspiração divina. Deus mostra uma predileção especial por ela, e Cristo não cessa de lhe falar. Para ela nada existe senão Cristo, por quem ela se imola e se consome.

Voou para o Céu a 3 de janeiro de 1309, e o seu corpo foi sepultado na igreja de São Francisco da sua cidade natal. No livro das suas visões, escrito por Fr. Arnaldo, Ângela continua viva e palpitante no meio de nós, a repetir-nos “que toda a gente pode e deve amar a Deus, em quem se encontra a plena felicidade. Deus não nos pede senão amor, ele que é o verdadeiro amor das almas”.

 

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Fr. Giuliano Ferreni, OFM. Fr. José guilhermo Ramírez, OFM.  Editorial Franciscana

 

Seu túmulo foi cenário de muitos prodígios e graças. Assim, a atribuição de sua santidade aconteceu naturalmente, àquela que os devotos consideram como a padroeira das viúvas e protetora da morte prematura das crianças. Foi o Papa Clemente XI que reconheceu seu culto, em 1707. Porém ela já tinha sido descrita como Santa por vários outros pontífices, à exemplo de Paulo III em 1547 e Inocente XII em 1693. Mais recentemente o Papa Pio XI a mencionou também como Santa em uma carta datada de 1927.