Necrologia

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Frei Beda Toffanello

18/04/1907
01/03/1986

18.04.1907 - Gavello/Itália
01.03.1986 - Curitiba/Paraná

Nasceu em Gavello (Itália), aos 18 de abril de 1907. Atraído pela pregação de um capuchinho, entrou no seminário de Rovigo dos capuchinhos aos 6 de outubro de 1919. Iniciou (29.09.1923) o noviciado em Bassano del Grappa, tendo como mestre Frei Marcelino de Cartigliano. Terminado o noviciado, emitiu sua primeira profissão (30.09.1924) e a perpétua (08.12.1928) em Veneza, nas mãos do Ministro provincial, Frei Odorico de Pordenone. Ordenado sacerdote na Basílica de São Marcos, em Veneza, aos 21.03.1931, pelo então cardeal Dom Pedro La Fontaine.

Seu pedido para ser missionário foi aceito e, aos 20 de setembro dee 1933, iniciou sua viagem ao Brasil, destinado para a Missão do Paraná, onde chegou com os freis Zeferino de Cassacco, Barnabé de Guarda Veneta, Galdino de Vigorovéa e Marcos de Longarone, aos 11 de outubro de 1933.

Aqui, seu campo de apostolado foi Curitiba (1933-35; 1944-1948; 1971-1972), Butiatuba (1935-1936; 1937-1939; 1948-1949; 1955-1958; 1958-1961; 1968-1971), Capinzal (1936-1937), Jaguariaíva (1939-1941), Santo Antônio da Platina (1958; 1961-1962; 1967-1968), Bandeirantes (1967), Londrina (1972-1973) e Rio Branco do Sul (1973-1978).

Nesses lugares trabalhou como professor, superior local, diretor do curso de pastoral, ecônomo local, vice-superior, reitor da igreja Nossa Senhora das Mercês, vigário paroquial e pároco. Quase sempre foi superior de fraternidades, ecônomo nas casas de formação, pastor dedicado nas paróquias e orientador espiritual. Vivia de maneira austera, mas sempre mostrando simplicidade e espontaneidade.

Pregou muitos retiros aos nossos frades desde 1946 até 1958. Dirigiu a construção da torre da igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Curitiba, inaugurada em 1949, mas sem os sinos; foi autorizado a estudar as reformas de nosso cemitério de Butiatuba (1969) e iniciou a nova igreja matriz de Almirante Tamandaré (1969).

Sua vida foi dedicada à evangelização e à formação de sacerdotes. Pequeno de estatura, magro de corpo, mas grande alma. Foi exemplo de vida comunitária e fraterna. Amava a oração, tanto particular como comunitária. Gostava de cultivar amizades e apreciava um copo de vinho nas brincadeiras com os amigos. Tinha sempre saídas espirituosas e alegres.

Em quase todas as segundas-feiras, Frei Beda visitava suas famílias conhecidas na região de Rio Branco do Sul, onde fora pároco. No último sábado de fevereiro (1986), quis celebrar as duas missas na paróquia de Itaperussu, onde tinha muitos amigos. O povo admirou-se de seu entusiasmo nas homilias. Era o canto do cisne! Ao meio dia almoçou com a família Peruzzolo e passou a tarde lembrando fatos do passado. Regressou ao convento de Butiatuba. Pelas três horas da manhã, ouvindo gemidos, um frei se levanta. Entrando no quarto de Frei Beda, encontra-o inconsciente. Levado imediatamente ao hospital Nossa Senhora das Graças foi constatada a gravidade do caso. Recebeu a absolvição e a unção dos enfermos através de Frei João Daniel Lovato, Ministro provincial.. Melhorou um pouco, mas na sexta-fera entrou em agonia. Faleceu na paz do Senhor à 3h20 de 1 de março, Sábado, de 1986, no mesmo hospital. Os médicos constataram insuficiência respiratória, broncopneumonia, doença pulmonar obstrutiva, tabagismo crônico. O arcebispo de Curitiba, DomPedro Fedalto, esteve presente aos funerais.

Frei Beda foi um capuchinho muito simples, humilde e pobre. Um verdadeiro filho de São Francisco: morreu sem nada ter. Tinha medo da morte e por isso até se esquivava de visitar os doentes.

Seus 79 anos foram de fidelidade e doação ao serviço da Igreja e da Ordem Capuchinha, na Província do Paraná e Santa Catarina.

Frei Mauro Vellozo Rodriguez

15/12/1937
01/07/2012

* 15.12.1937, Ibirá-SP

+ 01.07.2012, Curitiba-PR

Frei Mauro, filho de Joaquim Vellozo Jú­nior e Maria Rodrigues, nasceu em Vila Ventu­ra, município de Ibirá- SP, diocese de Rio Pre­to, aos 15.12.1937. É o primogênito dos 8 ir­mãos. Foi batizado aos 31.12.1937 na igreja matriz São Sebastião de Ibirá e crismado aos 08.05.1938 em Vila Ventura, também diocese de Rio Preto- SP, por Dom Lafayete Libânio. Recebeu a 1a Eucaristia aos 13.12.1949 na paróquia Santa Luzia, em Ibiaci, município de Primeiro de Maio-PR.

Vida escolar - Fez o curso primário em Vila Ventura. De 1968 a 1969 cursou Madureza Ginasial no Colégio Estadual do Paraná. No Ensino Médio, estudou Contabilidade (1970-1971) em Siqueira Campos, concluindo-o em 1973, no Colégio São Francisco de Assis, em Curitiba. Estudou Filosofia e Teologia (1974-1977) em Ponta Grossa, concluindo em 1978 a Teologia no ITESC, em Florianópolis-SC. Cursou Espiritualidade Franciscana no CEFEPAL, em Petrópolis no ano de 1984. Em 1993 bacharelou-se em Teologia pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo. Fez Especialização em Teologia Espiritual no IFEAL, em Bogotá, Colômbia, em 1994 e1995.

Formação Capuchinha - Participando das missões pregadas pelos nossos missionários capuchinhos, despertou nele o desejo de ser também missionário e sacerdote como eles. Mas como já estava com 20 anos de idade e somente com o estudo primário, inicialmente tornou-se Religioso Irmão. No dia 26.12.1957 chegou ao convento de Butiatuba-PR. No início do ano seguinte foi a Engenheiro Gutierrez, no Seminário São José, junto ao Seminário Santa Maria, onde fez o postulantado. Recebeu o hábito capuchinho aos 10.02.1959 em Siqueira Campos, com o nome de Frei Marcelino de Ibirá, sendo mestre de noviciado Frei Barnabé de Guarda Vêneta. Emitiu os votos temporários em Siqueira Campos, aos 11.02.1960, sendo o celebrante Frei Casimiro de Orleans e os votos perpétuos na Igreja das Mercês, aos 11.02.1963, sendo celebrante Frei José Vitalino GalvaNossa

Como religioso trabalhou nestes lugares: Engenheiro Gutierrez (1960-1962), Ponta Grossa, convento Bom Jesus (1963-1969), Siqueira Campos (1970-1971), Butiatuba (1972), Ponta Grossa, convento Bom Jesus (1973-1977). Nestas fraternidades atuou como alfaiate, porteiro, sacristão, esmoler, vice-superior, vice- reitor, ecónomo local e na pastoral.

Sacerdote - A partir do Concílio Vaticano II os Irmãos que quisessem, poderiam tornar-se padres, desde que cursassem Filosofia e Teologia. Frei Mauro aproveitou a oportunidade e pos-se a estudar. Enquanto estudava o 3° ano de Teologia recebeu os ministérios de leitorado e acolitado aos 17.04.1977, sendo celebrante Frei Clemente Vendramim. Dom Geraldo Micheletto Pellanda, bispo de Ponta Grossa lhe conferiu o diaconato, aos 14.08.1977 e o sacerdócio aos 04.12.1977, ambos na Igreja Bom Jesus, em Ponta Grossa. Celebrou a 1a missa em Presidente Castelo Branco-PR, aos 11.12.1977.

Como sacer­dote trabalhou nas seguintes loca­lidades: Florianó­polis (Trindade)

(1978-1979) cur­sou o 4° ano de teologia. Atuou como vigário e ecónomo local e vigário cooperador;

Ponta Grossa, Imaculada (1980-1982), Missionário Popular; Irati, Paróquia (julho a dezembro de 1983) vigário cooperador; Petrópolis (1984) Espiritualidade Franciscana no CEFEPAL; Siqueira Campos (1985-1988), pároco; Ponta Grossa, Bom Jesus (1988-1993), pároco e professor; Colômbia, Bogotá, (1994-1995), Especialização em Teologia Espiritual no IFEAL; Curitiba, Paróquia das Mercês, (1996-1998), vigário paroquial; Curitiba, Casa de Oração (1998-2002), assis­tente regional da OFS, cursos, retiros, professor; Curitiba, Santuário São Leopoldo (2003-2005), cursos, retiros professor; Siqueira Campos (2006-2012), Gerente da Rádio Bom Jesus Cana Verde FM, vigário paroquial, professor, pregador de retiros.

Lecionou as disciplinas Vocação Francis­cana, Regra Franciscana, Fontes Franciscanas e Espiritualidade Franciscana aos nossos aspirantes e Freis. Ministrou muitos cursos aos leigos e religiosas. Foi assistente espiritual da OFS. Dedicou-se, com muito afinco, a pregar retiros para religiosas/os e leigos. Em três anos (2001-2003), por exemplo, pregou mais de 70 retiros, todos anotados em sua agenda pessoal. Para isso, fazia longas viagens, enfrentando-as, no final da vida, com problemas fortes de saúde.

Meios de comunicação - De 2005 até sua morte (2012), assumiu com decisão a Rádio Bom Jesus AM de Siqueira Campos e, mais tarde, fundou, em parceria, a Rádio Genoa FM. Renovou completamente os estúdios e apa­relhagem da Rádio Bom Jesus. Enfrentou lutas e dificuldades em obter autorizações dos Ministérios Públicos para aumentar a potência da Rádio Bom Jesus e instalar a Rádio Genoa FM, com moderna aparelhagem. Melhorou sensivelmente as antenas de transmissões. Abriu novos campos de evangelização pela Rádio. Embora não fosse técnico em radio-transmissão, demonstrava-se en­tusiasta, dinâmico e lutava para alcançar seus objetivos.

Apreciações - Durante a Missa Exequial, o celebrante Dom Frei Cláudio Nori Sturm fez estas e outras considerações sobre o falecido: 1. Passou pela purificação do sofrimento e está na glória de Deus; 2. Assumiu os trabalhos com muita dedicação; 3. Levou muito a sério todos os trabalhos que lhe foram confiados; 4. Ajudou muitas pessoas com seus retiros a se encontrarem sempre mais com Cristo;

5. Sorriso largo, meigo, gargalhadas agradáveis; 6. Olhava as coisas mais positivamente, embora aparecessem complicadas; 7. Um grande confrade, amigo e companheiro.

O Ministro Provincial (Frei Cláudio Sérgio de Abreu), entre suas considerações, acentuou: 1. Estamos celebrando a vida de nosso irmão Frei Mauro; 2. Somos gratos pela sua vocação e pela generosidade à qual respondeu; 3. Colocou-se de maneira aberta para servir o Reino de Deus e os irmãos; 4. Freis, religiosos/as tiveram a graça de crescer um pouco com suas lições, orientações, palestras, direção espiritual; 5. Conhecemos muito bem seu dinamismo e deter­minação, que constatamos também nos momentos de calvário e sofrimento; 6. Mesmo nos últimos meses de sua vida, era uma pessoa de sonhos, com vontade de realizar tantas coisas; 7. Deixa um testemunho de paz, de amor, de dedicação naquilo que queria fazer e realizar; 8. Lembramos como era benquisto por onde passou, a capacidade que demonstrou de se comunicar; 9. Pude sentir e perceber quanto as pessoas o estimavam e gostavam de celebrar com ele e ouvir suas mensagens; 10. Era zeloso no trabalho que sempre realizou; 11. Um elemento interessante para a vida fraterna era seu cuidado com a horta. Nos lugares por onde passou, sempre cultivou a terra, como bom capuchinho, e dizia que “isto muito me ajuda a levar avante meus trabalhos”; 12. É bom lembrar suas pescarias e seu espírito esportivo com que as fazia, partilhava-as e se divertia com todos; 13. Como fraternidade capuchinha, louvamos a Deus pelo seu “sim” à vida religiosa e sacerdotal, pela sua fidelidade em seus 74 anos de vida, 52 de vida religiosa e 34 de sacerdócio; 14. Agradecemos a Deus por ter escolhido ser frade capuchinho e ser fiel até o fim da vida terrena. Frei Mauro, reze por nós porque nós estamos de coração aberto.

Frei Juarez De Bona acompanhou muito a primeira fase da vida de Frei Mauro e dá este testemunho vivencial:

“Vi pela primeira vez Frei Mauro em dezembro de 1969, quando, com outros Freis, ele fazia coleta de cereais em São Lourenço do Oeste (naquela época se chamava Frei Marcelino). No ano seguinte, foi ele quem respondeu minhas cartas de orientações para o ingresso ao Seminário (era vice-superior e vice-reitor do seminário dos Irmãos em Siqueira Campos). Morei com ele em Siqueira Campos em 1971 e Butiatuba em 1972. Foram os dois últimos anos do Seminário São José, para Irmãos Capuchinhos. Frei Davi Nogueira Barboza era o diretor e ele o vice. Frei Mauro era Frei alegre, determinado, muito líder, bem dinâmico, também excelente jogador de futebol. Tinha verdadeira paixão pelos estudos, pela espiritualidade e pelo que de novo surgia na Igreja. Naquela época estavam ocorrendo as grandes transformações pós-conciliares. Era entusiasta com os Irmãos pós-noviços e formandos. Era muito assíduo na oração e aberto aos novos tempos da formação. Frei Mauro, apoiado por Frei Davi, repassava aos pós-noviços e a nós formandos os conhecimentos de Teologia Espiritual que recebia nos encontros dos Religiosos em Ponta Grossa. Animava-nos em nos preparar melhor para os novos desafios que surgiam e que os “modelos antigos” de Irmãos deveriam se adaptar às exigências dos novos tempos.

Nos cursos regulares, Frei Mauro estudava um ano à minha frente. Algumas disciplinas estudávamos juntos. Era muito aplicado, assíduo e conseguia bom aproveitamento. Nos finais de semana sempre se ocupava na pastoral da época.

Mais tarde como sacerdote (ordenou-se após quase 18 anos de profissão religiosa), continuou com o mesmo zelo em tudo o que assumia. Sempre admirei seu grande senso de responsabilidade e entusiasmo em tudo o que fazia. Tinha humildade em buscar ajuda ou conhecimentos nas pessoas mais preparadas do que ele. Procurava estar sempre atualizado na sua área. Amava a Província, vibrava com ela e se entristecia quando alguém a abandonava. Dias antes de falecer, confidenciou-me que, diante da morte se avizinhando devido à gravidade da doença, sentia-se preparado espiritualmente e agradecido a Deus por tudo o que fez e que a vida lhe proporcionou”.

Frei Belino Pellin de Treviso

23/12/1885
01/12/1960

23.12.1885 - Santa Bona/Itália
01.12.1960 - Curitiba/Paraná

Nasceu em Santa Bona (Itália), diocese de Treviso, aos 23 de dezembro de 1885. Concluído o ginásio no seminário de Verona, aos 25 de maio de 1901 entrou no noviciado de Bassano, tendo como mestre Frei Alberto de Conegliano. Após sua primeira profissão religiosa (26.05.1902) na casa de noviciado, emitiu a perpetua (06.09.1905) em Veneza, sendo ministro provincial Frei Serafim de údine. Cursou filosofia e teologia em Pádua e Veneza. No dia 8 de novembro de 1908 foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Patriarca Aristides Cavallari.

De outubro de 1912 a junho de 1914 foi professor no seminário de Verona. Sua índole vivaz e entusiasta lançouo à conquista do Reino em terra dálmata. Com a Guerra de 19141918 foi enviado pelos austríacos ao convento de Leibnitz (Áustria). No meio de sofrimentos e renúncias amadureceu seu ideal missionário.

Despediu-se de sua terra natal aos 16 de novembro de 1922 e, com Frei Leonardo de Fellette veio ao Brasil. Chegaram ao Paraná aos 5 de dezembro de 1922.

Inicialmente trabalhou em Jacarezinho (1923-1926) como vigário paroquial. Em seguida, foi nomeado pároco de Siqueira Campos onde permaneceu de 8 de março de 1926 até 29 de fevereiro de 1952. Tornou-se um apóstolo de Siqueira Campos durante 27 anos. Exerceu o cargo de superior local e pároco em Ponta Grossa, na igreja Imaculada Conceição (1953-1954) e em Guaratuba (1955-1960).

Desde 1925 até 1941 e de 1951 a 1954, além dos trabalhos paroquiais, desempenhou o encargo de 1 e 2 conselheiro da Missão e da Custódia. Em quase todos os lugares onde viveu, sempre foi superior local. Cultivou povo siqueirense no amor, com a paixão de um santo. Era tido em alta consideração pelas autoridades civis. Defendia sua gente das intrigas que os maus faziam para obstaculálo no bem. Vivia totalmente pelo seu povo e a todos dava acertados conselhos.

Assíduo confessor, passava muitíssimas horas no confessionário. Batalhou incansavelmente até conseguir que a imagem do Senhor Bom Jesus da Cana Verde permanecesse para sempre em Siqueira Campos. Cultivou uma intensa vida interior. Pelos seus merecimentos o povo e o Município de Siqueira Campos conferiulhe o título de «Cidadão Honorário Siqueirense».

Além do ministério pastoral foi um colaborador sincero, um conselheiro bem iluminado no governo da Custódia. Amava os confrades e sempre tinha uma palavra de encorajamento para os estudantes.

Uma longa enfermidade cardíaca o levou à morte no hospital da Santa Casa de Misericórdia em Curitiba, a 1 de dezembro de 1960. Foi sepultado no cemitério de Siqueira Campos e ainda hoje sua é lembrado com muita gratidão por aquele povo. Restos mortais – Segundo dizem, no seu sepultamento, houve certa confusão. Seu túmulo não estava preparado. Por isso, foi colocado em túmulo bem simples, perto do atual que aparece naquele cemitério. Após o término do mesmo, não se explica como não houve interesse de exumar Frei Belino e depositar seus restos mortais no novo túmulo. O povo visitava e continua visitando esse novo túmulo para orar por Frei Belino quando, na verdade, seus restos se encontravam em túmulo lateral. Neste ano de 2006, a Prefeitura de Siqueira Campos estava para limpar os túmulos antigos e abandonados. Os conveiros abriram também o túmulo abandonado de Frei Belino. Interessante também notar que, no registro do cemitério (que depende da Prefeitura local) não constava o falecimento de nosso Frei Belino. No caixão, ainda encontraram o hábito capuchinho e, por isso, fecharam o túmulo e avisaram que de direito. O caso foi conhecido pelos nossos freis que o relataram ao Ministro Provincial. Frei José Gislon (Min. Prov.), na viagem que fez ao norte do Paraná nesta semana, passou por Siqueira Campos. Os restos mortais de frei Belino foram exumados aos 12.04.2006, na presença de Frei Gislon, que os trouse para Curitiba. Permaneceram na Cúria Provincial apenas durante uma noite, porque, aos 13.04.2006, ele mesmo os levou para Butiatuba. A cerimônia foi bem simples,, com a participação dos freis da fraternidade de Butiatuba e dos postulantes. Lembrou-se a sua vida, seu trabalho em Siqueira Campos. Logo após, os restos mortais foram depositados numa urna no interior da capela de nosso cemitério de Butiatuba.

Frei valério Marchesini

20/05/1920
02/02/2002

20.05.1920 - Pescantina(Verona)/Itália
02.02.2002 - Bassano del Grappa/Itália

Frei Valério Marchesini nasceu em Pescantina (Verona – Itália) aos 28.05.1920. Era filho de Afonso Marchesini e Maria Zardini. Foi batizado aos 06.06.1920 e recebeu o nome de Alexandre e César. Foi crismado aos 11.09.1927 pelo bispo diocesano, Dom Jerônimo Cardinal, na paróquia de Fumane , diocese de Verona.

Estudou da 1ª à 3ª série Primária em Marano di Valpolicella. Aos 05.09.1930 ingressou no Seminário Seráfico de Rovigo e ali cursou a 4ª e 5ª série Primária e a 1ª e 2ª do ginásio. O pároco Padre Benvenuto Ottoboni declarou no certificado de boa conduta: "o menino é um anjo e pelo quanto se pode conhecer, de ótimas qualidades e boas esperanças".

Aos 11.08.1937, em Bassano Del Grappa, com a vestição religiosa e o nome de Frei Valério de Pescantina, começa o ano de noviciado, com o mestre Frei Romualdo de Soave. Aos 12 de agosto de 1938 emite a Profissão temporária nas mãos de Frei Elzeario de Talmassons. Emitiu a Profissão perpétua em Veneza, aos 29.06.1943, nas mãos do Ministro Provincial, Frei Jerônimo de Fellette.

Após ter freqüentado o liceu clássico em Pádua, estudou em údine e Veneza a teologia, com bom aproveitamento. Foi ordenado sacerdote aos 21.05.1944, na Basílica Nossa Senhora. da Saúde, pelas mãos do Cardeal Patriarca de Veneza, Dom Adeodato Piaza. Frei Valério permaneceu em Veneza por mais dois anos, durante os quais comcluiu o curso teológico e eloqüência sacra.

Aos 22.10.1946, de Lendinara, onde Frei Valério tinha sido transferido de Veneza, com a missão de evangelizador, escreveu ao Ministro Provincial: "Exprimo-lhe o meu vivo desejo, a minha firme vontade de ser missionário e partir para as missões... Temos irrevogavelmente colocado e incarnado o essencial da nossa vocação no lugar de honra , dentro do nosso coração".

No dia 21.10.1947, no porto de Gênova, Frei Valério de Pescantina embarcou no navio Campana da Societé de Navigation de Marseille rumo ao Brasil, com os freis Crispim de Vigorovêa, Cleto de Maserà, Gilberto de Badia, Donato de ênego, Germano de Lion e Norberto de Capodístria. Passaram por Dakar aos 27.10.1947. Desembarcaram no Rio de Janeiro no dia 06.11.1947. Dali, por terra foram a São Paulo, chegando em Curitiba no dia 12.11.1947.

Frei Valério trabalhou em nossa Província em Santo Antônio da Platina (1947-1948; 1951-1952); Congoinhas (1948-1951); São Lourenço d'Oeste (1952-1958). Aos 15.05.1958 retorna à Itália devido à morte de sua mãe.

Trabalhou um tempo na Angola, na Etiópia, retornou à Itália. De 1974 a 1984 trabalhou no Acre, sob a jurisdição da Vice-Província do Amazonas. Depois, Frei Valério retornou definitivamente à Província Veneta.

Faleceu em Bassano del Grappa aos 02.02.2002 e foi sepultado em Pescantina, sua terra natal.

Frei Salvador Conrado Casumaro

21/07/1918
02/10/1996

21.07.1918 - Megliadino San Vitale/Itália
02.10.1996 - Conegliano/Itália

Frei Salvador era filho de Pedro Casumaro e Carolina Tavian. Nasceu aos 21 de julho de 1918 em Megliadino San Vitale, diocese de Pádua, na Itália. Seu pai não estava em casa, porque tinha sido chamado às armas na primeira guerra mundial. Foi batizado aos 12 de agosto de 1918 e crismado aos 08 de novembro de 1926, em sua terra natal.

Ingressou para o seminário de Rovigo aos 19 de setembro de 1931. Sua vestição foi aos 02 de setembro de 1936, em Bassano del Grappa, tendo como mestre de noviciado Frei Romualdo de Soave. Professou temporariamente aos 03 de setembro de 1937 na casa de noviciado, e perpetuamente aos 14 de setembro de 1941 na Fraternidade de Veneza. Depois de ter recebido a tonsura (20.12.1941), o ostiariado e leitorado (21.03.1942), o exorcistado e acolitado (28.06.1942), o subdiaconato (10.04.1943) e o diaconato (24.04.1943), foi ordenado sacerdote, pelas mãos do Cardeal Adeodato Piazza, patriarca de Veneza, aos 03.06.1943, na igreja Nossa Senhora della Salute.

Desde o curso de eloquência, apresentou por diversas vezes o pedido de ser missionário. Finalmente, aos 21 de abril de 1947, com o navio Ravello, embarcou em Gênova, para o Paraná, juntamente com os freis Ambrósio Canato de Bagnoli, Lúcio Bovino de ásolo, Vitório Pagliarini de údine, Bernardino Tomat de Venzone, Crispim de Vigorovea. Chegou em Santo Antônio da Platina aos 14.05.1947.

Durante os 13 anos que viveu em nossa Província, trabalhou nos seguintes lugares: Butiatuba como vice-diretor do seminário (1948-1948), Joinville como diretor do Círculo Operário (1948-1950), como pároco em Alto Paraná (1952-1954) e Curitiba-Mercês (1955-1960). Foi o primeiro pároco em Alto Paraná e teve papel fundamental no traçado da planta da cidadezinha e seu desenvolvimento. De Alto Paraná veio diretamente a Curitiba, onde assumiu o cargo de pároco da igreja Nossa Senhora das Mercês (1955-1960). Contudo, a construção do Salão Social, na quadra das Mercês, provocou-lhe muitas dificuldades e aborrecimentos. Teve que fazer empréstimos, caindo nas redes da usura. Desgostoso, planejou em deixar o campo missionário e regressar à Província de Veneza. O Comissário provincial assim dizia dele: "Conhecemos muito bem Frei Salvador de Megliadino, que deixa entre nós muitas lembranças suas, muitos trabalhos e muitos méritos".

Aos 11 de abril de 1960 retornou definitivamente à Província Vêneta, onde escreveu suas memórias autobiográficas, em nove volumes (1.300 pág.), abrangendo o período de 1931 até 1987, nos quais conta muitos e muitos de sua vida apostólica no Brasil com muitos e curiosos detalhes.

Nesse mesmo ano, tinha recebido a obediência para ir à Angola mas, por fatos imprevistos, foi suspensa. Exerceu o cargo de superior dos capuchinhos no hospital São João e São Paulo, em Veneza (1963-1966), de superior na enfermaria provincial em Conegliano (1969), de secretário provincial das Missões (1969-1971). Fez parte da equipe que ajudava o Instituto Filippin de Paderno del Grappa (1972-1975) e, em seguida, prestou ajuda pastoral às fraternidades de Conegliano e ásolo.

Aos 16 de março de 1978, durante as pregações em Lamezia Terme (CZ), uma trombose deixou-o em parte paralítico. Passou então anos difíceis, denotando, às vezes, frustração e desânimo. A idade e a doença o tornaram um pouco volúvel, ilógico nas reações. Mas, mesmo assim ajudava na secretaria das Missões. Como suas dificuldades cresceram, foi transferido para a enfermaria provincial, onde continuou a escrever suas memórias e, às vezes, ajudava nas confissões até o final de outubro de 1996.

Faleceu improvisamente na tarde de 2 de outubro de 1996, em Conegliano, na enfermaria provincial. Aos 5 de outubro de 1996, após a missa exequial em sua terra natal, foi sepultado no jazigo de seus familiares, em Megliadino San Vitale, Itália.

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